Michelle, anteriormente sem religião, Canadá
Descrição: Tendo crescido como filha adotiva, Michelle fica admirada com a fé e paciência dos muçulmanos em tempos de adversidade, finalmente a levando a estudar e aceitar o Islã.
- Por Michelle
- Publicado em 30 Nov 2015
- Última modificação em 30 Nov 2015
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Olá e bem-vindos. Meu nome é Michelle e me converti ao Islã. Moro em Ontário, Canadá, e essa é a história sobre minha jornada para o Islã.
Minha vida antes do Islã era uma luta constante, insegura sobre quem queria ser, assombrada por muitas memórias dolorosas de minha infância, raiva pelo que havia perdido no que considerava uma infância normal, mas sabendo sempre em meu coração que DEVIA haver uma razão para eu ter passado por tudo aquilo, sem nunca ser capaz de entender realmente a razão. Não cresci com minha família. Vivi minha infância nas casas de outras pessoas já que vivi em lares adotivos a partir dos 6 ou 7 anos... celebrando com estranhos que, embora tivessem o desejo de me ajudar e me cercar com um ambiente positivo, ainda assim NÃO eram minha própria família, por mais que esses atos fossem resultado de amor. Serei sempre grata àqueles que abriram seus lares, famílias e corações para mim e sempre os amarei por isso. Quero esclarecer que minha família sempre foi parte de minha vida e sempre tive o amor deles, mas era uma criança problemática e eles fizeram o que achavam ser o melhor para mim, e os amo por isso.
Nunca me senti aceita como criança em lugar nenhum ou quando passei pela experiência dolorosa da adolescência, me sentia estranha e anormal. Quando olho para trás vejo que algumas das MÁS escolhas que fiz foram causadas pelo desespero em ser aceita, me sentir "normal" para convencer a mim mesma de que se fizesse o que as outras pessoas estavam fazendo seria aceita como uma delas.
Nunca senti qualquer conexão com qualquer crença, uma vez que nunca nenhuma delas apelou ao meu coração. Acho que a maneira mais simples de explicar é que não tinha direção em relação ao meu bem-estar espiritual e, assim, vivia minha vida fazendo o que queria e, embora a "rebelde" em mim se sobressaísse, nunca quis magoar ninguém. Também penso que estava zangada com DEUS devido à minha infância dolorosa e tinha o pensamento persistente: "e se estiver sendo punida?". Então, não queria fazer parte de nenhuma religião. Ia a festas, bebia e fazia tudo que achava bom e divertido na época.
À medida que crescia comecei a perceber que essa não era a maneira de encontrar respostas sobre minha vida e existência. Tentei encontrar essas respostas, mas fracassei e pensava comigo mesma que não acharia as respostas. Até frequentei uma igreja não denominacional com uma das minhas supervisoras em meu trabalho e, embora fosse grata pela gentileza e orientação dela, ainda não sentia o chamado para ALLAH. Então um dia, depois de muito tempo ter se passado e eu não ter encontrado paz ou respostas para minhas perguntas, uma amiga querida me enviou um e-mail me convidando para entrar em uma rede social e achei que seria uma forma divertida de encontrar pessoas novas. Infelizmente fiz contato com algumas pessoas muito ruins. Minha vida ficou descontrolada. Estava nessa situação e encontrei algumas pessoas que eram muçulmanas e agora eram amigos próximos. Comecei a bater papo e conversar sobre as diferenças em nossa crença, cultura e vidas. Fiquei admirada com a paz e tranquilidade que pareciam projetar e a fé inegável que tinham em ALLAH. Apesar de todos os desafios horríveis ainda estavam lá me apoiando e ouviam quando eu estava doente, já que sofria de depressão crônica. Vi que embora tivesse enfrentado desafios em minha vida, não tinham comparação com o que lidavam diariamente, como meu amigo na Palestina e outro no Iraque. Falavam comigo sobre suas lutas diárias e questões que tinham enfrentado. Fiquei admirada com o amor e apoio que me davam. Eu os amava por isso e queria tentar e transpor quaisquer lacunas que tivéssemos em termos de nossas crenças, já que não era praticante mas sempre acreditei em ALLAH. Isso começou minha jornada na direção do Islã. Assistia vídeos e conversava com eles sobre o Islã - o que era, como os ajudava em suas vidas, como o usavam para viver uma vida pacífica com coragem e sua fé inegável de que, apesar dos desafios enfrentados, seriam recompensados por sua fé e atos de bondade. Lia online e tentava ao máximo obter minha informação de fontes confiáveis.
Quando comecei a ter uma ideia melhor sobre o Islã e o que significava viver como muçulmano, quis saber mais e mais. No fundo sentia que era o caminho para mim, mas estava apreensiva em professar minha fé. Na maior parte era por medo - não medo do julgamento das outras pessoas, uma vez que tinha lidado com isso toda a minha vida. Era medo do fracasso. Tentarei explicar mais detalhadamente.
Na época não tinha intenção de me converter ao Islã. Queria simplesmente me educar e tentar ao máximo entender o Islã. Tinha uma enorme admiração e respeito pelo Islã e aqueles que seguiam esse modo de vida. Os muçulmanos perseveram e seguem o Islã apesar dos desafios horríveis que enfrentam. Existem muitos mal entendidos e propaganda negativa na mídia, especialmente desde os ataques de 11 de setembro. Não achei que conseguiria lidar com tudo isso e não queria aceitar o Islã para abandoná-lo depois.
Com o passar do tempo estava constantemente cercada pelo fato de que existe muito sofrimento, dor e desespero no mundo. Despedaçava-me saber que meus amigos enfrentavam situações horríveis e não podia ficar sentada sem fazer nada. Queria fazer minha pequena parte para tornar o mundo um lugar melhor de uma forma que sabia que poderia. Depois de muito pensar, finalmente concluí que aceitaria o Islã! Estou agora mudando minha vida e vivendo a vida islâmica. Queria estar mais próxima do meu Criador para poder conversar com Ele - Aquele que sabe os desejos do meu coração por um mundo melhor, livre de opressão, medo e ódio.
Espero poder um dia ajudar a guiar outros para o caminho do Islã para que possam sentir o amor de ALLAH e viver uma vida que os encherá de amor e paz, assim como aconteceu comigo. Tem sido uma jornada dolorosa, mas a recompensa supera em muito a dor e sou grata por isso. Ainda me sinto despedaçada internamente quando leio o que está acontecendo com as pessoas em todo o mundo, mas agora me sinto menos desesperançada porque sei que no Dia do Juízo todas as ações serão julgadas. Essa é uma questão com a qual tenho lutado toda a minha vida e sou grata de ter essa garantia de meu Criador. Alhamdulillah (Todos os louvores e agradecimentos são devidos a Deus), nosso Criador é Amoroso e Misericordioso. Agradeço por vir comigo na minha jornada ao Islã...As Salamu Alaikum.
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