“Mi”, ex-cristã, EUA (parte 1 de 3)
Descrição: A filha de um ministro batista encontra o caminho para o Islã. Parte 1: Crescendo como uma cristã devota
- Por “Mi”
- Publicado em 16 May 2016
- Última modificação em 16 May 2016
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"Em minha mente, não havia nada errado com o Cristianismo. Estava perfeitamente satisfeita. Tinha perguntas e não sentia o mesmo fervor que experimentava quando era adolescente, mas só tinha que deixar isso de lado, orar e continuar a ser crente na esperança de que minha mudança viria. Minha busca por educação mudou essa opinião."
Oro para que aqueles que lerem minha história, independente da crença que possam praticar, percebam que o tema geral transmitido aqui é a submissão à vontade de Deus e estar em busca constante de conhecimento. Amém.
Gritos, falar em línguas, um coro acompanhado por um Hammond B3, pianos e baterias entre outras coisas foram parte de minha educação familiar religiosa. Parecia que quanto mais alto fosse o som, mais agradável era para Deus. Fui educada para ver esses atos como normais. Foi como minha igreja se tornou. Meu pai era e continua a ser um ministro batista sulista. Aos sete dediquei minha vida para Cristo e fui batizada por meu pai em sua igreja. Minha irmã e cunhado são ministros de música na igreja para a qual eu e minha mãe fomos depois do divórcio dos meus pais. Quando adolescente era cheia de fervor e reverência a Deus. Queria viver um bom estilo de vida cristão, no qual me empenhava para ser como Cristo da forma como fomos ensinados. Tentava compartilhar minhas crenças com outros na esperança de salvá-los, pedindo que Jesus entrasse em seus corações e seu sacrifício supremo pudesse lavar os pecados deles para que, assim, retornassem para ele. Em minha mente, não havia nada errado com o Cristianismo. Estava perfeitamente satisfeita. Tinha perguntas e não sentia o mesmo fervor que experimentava quando era adolescente, mas só tinha que deixar isso de lado, orar e continuar a ser crente na esperança de que minha mudança viria. Minha busca por educação mudou essa opinião.
Minha irmã levou minha mãe e eu para essa igreja nova, que se tornou nossa igreja depois do divórcio dos meus pais. Nós a amávamos. A música era maravilhosa, o pregador era graduado em teologia e nós tínhamos um coral da juventude! E o mais importante é que esses grupos de pessoas eram em sua maioria negras, tinham microfones que faziam com que a música e a pregação fossem realmente altas e nos davam as boas vindas todo domingo. Aos 16, em uma visita a meu pai nas montanhas, um jovem pregador branco e amigo de meu pai passou em sua casa. Encontrei-o, apertei sua mão e continuei a fazer o que estava fazendo. Ele e meu pai estavam conversando na cozinha. O pregador perguntou ao meu pai se eu era salva e meu pai disse que sim. O homem pediu para falar comigo e me chamou na cozinha. Começou a profetizar (uma prática de relatar informação de Deus comunicada a uma pessoa para ser transmitida a outra). Afirmou que eu seria ministra, começaria a falar em línguas de maneira muito fervorosa e encontraria uma senhora em minha igreja que seria uma mentora para mim. Concluiu sua mensagem com uma oração sobre mim. Meu pai e eu discutimos sobre isso depois como tínhamos discutido assuntos espirituais. Quando voltei para casa orei e pedi a Deus para me mostrar quem era essa mulher e pedi a ele pela dádiva de falar em línguas e pela coragem de me aproximar do meu novo pastor e perguntar a ele se podia ser uma ministra. No fim, duas das três coisas aconteceram. Participava do que chamávamos de "oração intercessora" na qual sentíamos que estávamos orando por aqueles que não conhecíamos, em uma linguagem desconhecida, mas devota. Só pode ser descrita para o forasteiro como incompreensível (sem ofender ninguém.) Reuni a coragem para falar com o pastor e ele me aceitou na aula. Era uma entre um ou dois adolescentes presentes na aula. Estava muito orgulhosa. Em uma tarefa, na qual tínhamos que construir um sermão, apresentei-a ao pastor e ele disse que fiz um trabalho excepcional!
Aos 17 a turma de treinamento de ministros tinha sido adiada ou deixada tão de lado que minha graduação no segundo grau chegou e eu fui para a universidade. Ainda tinha esperança de ser obediente a Deus enquanto estava na universidade. O pastor orou sobre nós para que nos mantivéssemos firmes aos nossos valores e morais e nos enviou para o nosso caminho. A universidade foi uma desfocagem. Não havia encontros íntimos loucos. Fiquei longe do time de futebol já que eram os que estavam atrás de encontros loucos e não usei drogas. Fiz parte da banda, frequentei a igreja, trabalhei e estudei. Encontrei e namorei dois rapazes em duas épocas diferentes. Em ambos os relacionamentos discutimos casamento como era o costume de acordo com nossos ensinamentos, mas infelizmente nossos relacionamentos terminaram. Com toda a honestidade, fiquei de coração partido em ambos os relacionamentos.
Um deles chegou ao ponto de um noivado. Entretanto, o término despertou em mim uma tristeza profunda que fui incapaz de superar. Eu me graduei, trabalhei na área por outro ano e me mudei para 6 horas de distância para esperar o casamento. Quando terminei o noivado estava muito zangada com Deus. Senti que tinha feito tudo que ele havia me pedido. Confiei no que interpretei como Deus me liderando e foi isso que aconteceu! (Olhando para trás, os relacionamentos foram complexos, mas a situação fica pior quando não se tem habilidades de comunicação e não ouve os outros. E essa era eu). Fiquei na cama chorando por várias horas. Quando senti que não conseguia chorar mais, achei meu frasco de comprimidos para dormir, tomei um punhado e tentei dormir indefinidamente. A próxima coisa que me lembro depois de ficar doente foi de ligar para minha mãe e ela me dizer que havia comprado uma passagem para eu tomar um voo de volta para casa.
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