Stephanie, ex-católica, África do Sul (parte 1 de 6)
Descrição: Como começa a busca dela pela verdade.
- Por Stephanie
- Publicado em 16 Mar 2015
- Última modificação em 16 Mar 2015
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Meu nome é Sadiqah Ismat (conhecida como Stephanie por minha família e outros amados cristãos) e moro em Cape Town, África do Sul. Minha jornada para casa foi extremamente complexa, com muitas camadas sendo reveladas uma a uma e queria escrever em detalhes sobre meus testes depois da reversão para que outros possam ser ajudados - então esteja avisado: minha história é muito longa! Pela graça e misericórdia de Deus Todo-Poderoso cheguei em casa! Foi uma jornada excitante e muito surpreendente - se me dissessem há três anos que deixaria o Cristianismo e me tornaria muçulmana eu teria surtado e digo que era uma absoluta loucura, já que estava muito feliz como cristã católica em 2008.
Meu Histórico
Venho de uma família sul-africana de classe média suburbana de origem alemã/africâner que são cristãos protestantes amorosos e maravilhosos. Nasci em 1984 e cresci muito sozinha, já que era mais de uma década mais nova que minha irmã e dois irmãos. Minha mãe era (e ainda é) um membro muito ativo e devoto da igreja pentecostal, mas meu pai, embora um bom homem cristão, não frequentava a igreja. Era uma pessoa de mente muito aberta e eu ficava muito mais confortável falando com ele sobre religião do que com minha mãe.
Fui educada com ensinamentos cristãos bem fundamentalistas, o que significa que fui ensinada desde tenra idade que se não acreditasse em Jesus Cristo (que Deus o exalte) e o aceitasse como meu Salvador, iria para o inferno. Outras religiões, mesmo o Catolicismo, eram tabus. Acreditava-se que suas almas estivessem perdidas, seu Deus era visto como outro Deus além do Deus cristão. Não é de surpreender que eu tenha crescido com muito medo de Deus e do inferno. Fazia minhas orações todos os dias, para que estivesse a salvo do mal. Assuntos como demônio e libertação de espíritos demoníacos eram discutidos na casa por minha mãe e suas amigas, por telefone ou na sala/cozinha. Ela estava no ministério de cura e era muito bem versada na Bíblia; a matriarca espiritual da família, que inspirava medo e respeito em mim. Eu era uma criança muito tímida e ansiosa e acreditava que o que ela dissesse era lei de Deus e, então, seguia - ou pagaria.
Quando estava com 12 anos aceitei Jesus Cristo, que Deus o exalte, "em meu coração como meu Senhor e Salvador" como todos os cristãos protestantes fazem, mas não lembro muito do que aconteceu depois. Ao mesmo tempo, tinha uma amiga católica a quem amava muito. Visitava a casa dela muitas vezes, via as fotos, estátuas, rosários, crucifixos e ficava fascinada. Aprendi também sobre a prática cristã de jejuar (Quaresma). Amava a tradição e ordem e me perguntava por que minha própria família não me ensinava sobre a Quaresma e os santos. Então ela me convidou para ir a igreja dela. Era bonita por dentro, muito diferente das igrejas simples e modernas nas quais eu havia estado, e fiquei maravilhada. Meu coração foi tocado profundamente e foi o início de uma longa fascinação e amor pelo Catolicismo. (Levei dez anos para ter a coragem de explorá-lo, já que temia ir para o inferno se me convertesse.) Foi por essa época que minha amiga me deu um objeto devocional católico. Quando o trouxe para casa, minha mãe disse que devia devolvê-lo. Temia que Deus ficasse zangado se eu o mantivesse e obedeci. Preocupava-me continuamente se estava ou não salva. Daí até os 21 anos fui à igreja muito raramente. As igrejas que minha frequentava tinham serviços religiosos muito emocionais, nos quais as pessoas caíam quando oravam, e eu surtava. Então parei de ir, me ocupando em casa com hobbies como astronomia e pintura e adorava ir à casa de minha amiga. Depois do segundo grau seguimos caminhos separados. Mudei-me para outro subúrbio. Nessa época estava doente com depressão e ansiedade severas, que duraram por aproximadamente três anos e para as quais precisei de tratamento psiquiátrico. Estava confusa e sentia falta de um propósito e direção em minha vida. Essa foi a parte mais sombria de minha vida, na qual minha mãe foi heroica em seu apoio.
Minha Busca Começa
Minha mãe acreditava desde quando eu estava em seu útero, que Deus tinha um plano especial para mim. Fui educada para acreditar que tinha sido destinada a coisas elevadas e extraordinárias e, ainda assim, tinha uma baixa autoestima e queria ser normal. Era muito doloroso para mim saber que era "diferente". No segundo grau era solitária e alguns dos meus colegas pensavam que era estranha, o que não facilitava as coisas. Vivia em meu próprio mundo de fantasias.
Em 2005, quando estava com 21 anos, comecei a buscar por uma igreja para frequentar e depois de explorar os metodistas, fui para uma igreja anglicana na qual fui batizada e confirmada. Foi também nessa época que tive um forte impulso para me tornar uma freira, já que amava a dedicação que tinham ao outro mundo e que ia contra a cultura e também depois de ver isso como uma confirmação das esperanças de minha mãe para mim. Comprometi-me com Jesus como um celibato. Foi por essa época, em 2006, que comecei a me interessar em usar um véu como as freiras. Comecei com um pequeno lenço retangular que usava o dia todo e, à medida que o tempo passou, usava lenços maiores.
Em Cape Town há uma boa história muçulmana, começando com os escravos malaios trazidos para cá no século 17. Então, tínhamos uma boa quantidade de muçulmanos no local (a maioria malaios/de cor), muito embora os muçulmanos fossem apenas 2% da população da África do Sul, comparados com os 80% de cristãos. Fui atraída para o hijab, que cobre o pescoço também além da cabeça, mas minha mãe dizia que eu "pareceria muçulmana" e isso me desanimou, embora por conta disso começasse em mim uma fascinação e respeito profundos pelas muçulmanas. (Era engraçado, mas, apesar dos comentários dela, ela - e toda a minha família - me aceitavam com véu e não tinham vergonha de sair comigo. Acho que era difícil para ela, mas ela me deu liberdade depois de eu fazer 21 anos.) Também fiquei interessada em me vestir modestamente, com saias longas que comecei a costurar eu mesma (no início com a ajuda de minha mãe.) Isso porque não conseguia achar nada longo o suficiente nas lojas - tenho 1,80m! Meu desejo de ser freira me levou em uma jornada para descobrir a dignidade de minha feminilidade, as bênçãos da modéstia e amor pelo véu. Também lançou as sementes do meu interesse em costura e desenho de moda.
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