Anthony, Ex-Mórmom, EUA

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Descrição: A Viagem de um Mórmon Americano ao Islã.

  • Por Anthony
  • Publicado em 27 Aug 2012
  • Última modificação em 27 Aug 2012
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Anthony__Ex-Mormon__USA_PT-BR_001.jpgComeço com o nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso.

Uma noite, não faz muito tempo, comecei a questionar minha crença na pureza da Bíblia.  Por causa disso, fiquei deprimido.  Sabia que Deus estava lá e sabia que Ele havia enviado Sua religião para o homem, mas não conseguia encontrá-la.  Por que era tão difícil? Orei e perguntei a Deus: Por que enviastes uma escritura (a Bíblia) e permitiu que contivesse falhas? Meu Senhor tinha respondido minha pergunta antes mesmo que eu a fizesse.

Aproximadamente dois anos desse momento, quando tinha dezesseis anos, tive um anseio religioso.  Era como uma sede que não conseguia saciar.  Pensei que estivesse satisfeito com minha religião de Mormonismo.  Mas a verdade é que não estava!  Era como se Deus estivesse me chamando.  Decidi examinar as Escrituras mais de perto.  Coloquei de lado meu Livro dos Mórmons e peguei a Bíblia.  Eu a estudei a partir de um ponto de vista fora do que minha religião havia me ensinado, uma vez que minha religião ensinou-me a interpretar a Bíblia de uma forma muito específica e "oficial".  Ao invés disso, olhei-a não como alguém que não tivesse religião, mas como alguém que quisesse seguir as Escrituras em toda sua extensão.

À medida que estudava, notei como Cristo ensinou somente para os judeus.  Não pregava para ninguém mais, exceto os filhos de Israel.  Estudando sua vida bem de perto, notei que esse homem não seguia qualquer religião que existisse hoje.  Era um seguidor da lei de Deus, da forma como ela havia sido enviada para os judeus no passado.  Ali, minha religião era questionável.  Também li no Livro dos Atos que os apóstolos não comiam porco ou quaisquer alimentos que foram anteriormente proibidos por Deus.  Em outros livros os seguidores de Cristo, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, seguiam todas as leis e tradições que Deus tinha enviado no passado.  Nem minha religião, nem quaisquer outros cristãos que conhecia seguiam esse exemplo.

Estudando ainda mais de perto, vi que todas as igrejas cristãs se apoiavam nos ensinamentos de Paulo, cujas cartas de fato contradiziam muitas das palavras de Jesus.  Agora sabia que, definitivamente,  minha religião estava em jogo.

Acreditava em um Deus, em Jesus, Moisés, Noé e em todos os profetas que pregaram a adoração de um Deus.  Mas quais outros livros existiam para substituir a Bíblia? Acreditava que não havia nenhum.

Então lembrei o que um velho amigo muçulmano me disse.  Ele disse que os muçulmanos acreditavam no Alcorão, em um Deus Único e em todos os mensageiros de Deus, o que inclui todos os profetas cristãos e judeus.   Naquela época, tinha um livro que explicava o Islã a nível muito básico.  Foi uma grande fonte para mim.  Comecei a entender muito mais o Islã e a achá-lo interessante, de alguma forma.

Depois disso, fui para a internet pesquisar coisas sobre o Islã.  Encontrei alguns sites com argumentos contra crenças cristãs e estudei seus argumentos cuidadosamente.  Explicavam como muitos cristãos não seguiam suas escrituras como deveriam.  Em verdade, os sites islâmicos confirmavam o que eu já sabia.

Meu interesse no Islã aumentava.  Decidi pedir ao meu vizinho que emprestasse seu Alcorão.   Eu o li em poucas semanas.  Amei-o - acreditei em cada palavra que dizia.  Entretanto, não podia acreditar que a crucificação fosse uma história falsa.  Tinha sofrido uma lavagem cerebral através da Bíblia e não podia aceitar a verdade na época.

Então, quando veio a noite na qual finalmente perdi minha confiança na pureza e incorruptibilidade da Bíblia, decidi estudar o Islã novamente.  Em meu coração, durante esses dois anos, sabia que a verdade estava no Islã, mas simplesmente não podia me permitir aceitá-la.  Havia razões pessoais para a minha teimosia - razões plantadas em meu coração por Satanás. Aquela noite conectei-me à internet e comecei minha nova busca espiritual.  Acessei muitos sites e solicitei informação de muitos deles.  Li alguns fatos interessantes sobre o Alcorão e disse a mim mesmo que essa podia ser a forma como Deus tinha me guiado.  Mas ainda era muito cedo para dizer.

Pouco antes de desconectar, solicitei mais informação sobre o Islã.  Poucos dias depois, um representante de um dos sites que visitei enviou-me um e-mail.  Agradeceu por meu interesse no Islã e me disse que podia escrever para ele a qualquer momento, se tivesse perguntas sobre o Islã.

Assim começamos um diálogo online.  Ele me deu muita informação sobre o Islã.  Fiz-lhe uma pergunta profunda: Como os muçulmanos provam aos cristãos que a crucificação não aconteceu? Ele queria se encontrar comigo para discutir o assunto e concordei.  Encontramo-nos em uma pizzaria da vizinhança.  Nossa discussão me deixou impressionado.  Ele me mostrou versos da Bíblia que eu sempre tinha negligenciado.  Deixou-me com um Alcorão e uma palestra em CD.  Assim que fui para casa sabia que era a religião de Deus, mas não queria me apressar.  Ao invés disso, estudei-a mais.

Todos os meus estudos me levaram à mesma conclusão: o Islã era o caminho de Deus.  Ainda assim, temia me converter.  A conversão era uma decisão de vida e não estava disposto a tomá-la de forma leviana.

Um dia, o irmão que encontrei queria levar-me para a oração de sexta-feira (a oração de Juma'a).  Na noite anterior Satanás me atingiu com toda sua força.  Sabia que eu faria a Shahada (a declaração pública de que não há divindade exceto Deus e que Muhammad é Seu mensageiro) e, portanto, me converteria ao Islã.  Durante toda a noite sussurrou coisas em meu coração, tentando me mostrar que o Islã não era o caminho a seguir.  De fato, suas sugestões foram tão intensas que dormi no máximo uma hora, aquela noite.  Continuei orando a Deus, lendo o Alcorão e orando um pouco mais.  Satanás colocou tantos pensamentos em minha cabeça que até acreditei que não me converteria.

Aproximadamente uma hora depois de ter caído no sono, minha mãe me acordou dizendo que eu tinha que olhar as crianças até que ela voltasse do hospital.  O dedo do pé de meu irmãozinho Joe estava doendo e minha mãe acreditava que estivesse quebrado.  Ela precisava que eu ficasse em casa com as outras crianças para que pudesse levá-lo ao médico.  Não esperava estar de volta até às seis da tarde.

Quando ouvi isso, sabia que não iria à oração de Juma'a.  Tinha que ficar em casa com as crianças na hora que ela começava.  O irmão me ligou.  Perguntou se estava pronto e contei-lhe a história.  Ele explicou que estava chateado porque essa sexta-feira era a única em que estaria livre para levar-me até lá.   Até disse que eu poderia levar as crianças comigo.  Imaginei que se sentiriam estranhas lá e disse não.  Disse a ele para me ligar depois de meia hora.  Talvez eu tivesse uma solução até lá, embora no fundo não esperasse ir.

Conversei com minha mãe e perguntei a ela se poderia ir.  Ela conseguiu um dinheiro extra para as crianças irem com ela, liberando-me.  Agradeço a Deus por esse pequeno milagre, porque esse evento mudou minha vida.  O irmão muçulmano mais tarde me contou que tinha contado com Deus para me guiar até a mesquita aquele dia.  Quando ouviu que eu não iria, orou a Deus sabendo que a escolha não era minha.  Se eu tivesse que me tornar muçulmano, era Deus Quem me faria um muçulmano.  Se não fosse me tornar muçulmano, também era a vontade de Deus.

Quando o irmão ouviu que eu conseguiria ir, ficou muito feliz.  Passou para me pegar logo depois.  No caminho, comecei a ficar enjoado.  Sentia náusea, fraqueza, tontura, como se fosse ter um colapso.  Era Satanás fazendo isso comigo.  Estava desesperado para me afastar da mesquita e fazer-me pensar que estava enjoado demais para ir. Na verdade, eram pequenos efeitos colaterais por ter dormido tão pouco na noite anterior.

No carro, em nosso caminho para a mesquita, contei ao irmão que estava pensando em mudar de ideia sobre fazer a Shahada.  Ele me disse que a escolha era minha, mas que ficasse alerta para as dúvidas que Satanás coloca em nossas cabeças.  Conversamos no carro sobre Satanás sussurrando no coração das pessoas e como Satanás tenta afastar alguém da Luz.  Ele me explicou que somente muçulmanos e não muçulmanos que estão em processo de se tornarem muçulmanos são fortemente afetados por Satanás.  Disse que os não muçulmanos geralmente são deixados de lado, porque Satanás não precisa afastá-los de Deus, uma vez que já estão distantes Dele.  Explicou que aquela última noite todos os pensamentos que inundaram minha cabeça eram de Satanás. Satanás tinha colocado tantas dúvidas em minha cabeça naquela noite para me afastar da Luz.   Isso era o quanto Satanás estava desesperado - sabia que eu faria a Shahada no dia seguinte e estava tentando impedir.

Fomos para a mesquita e o irmão ensinou-me como fazer ablução (wudhu - limpar-se antes da oração).  Depois da ablução, senti-me como novo e a náusea tinha deixado meu corpo.  Nem pensava mais sobre o mal estar. Sentia-me bem por estar em um lugar em que Deus era adorado.  Aproximamo-nos do diretor e dissemos que eu queria fazer a Shahada naquele dia, depois da oração.  Ele sorriu e congratulou-me com um abraço caloroso.  Outro irmão que nos ouviu fez o mesmo.  Disse: "Que Deus o abençoe e parabéns." Eram pessoas belas, pessoas de Deus.  Eram o tipo de pessoa que eu queria ser.

Durante o serviço, o imame surpreendentemente fez seu discurso sobre os sussurros de Satanás nos corações dos homens, na tentativa de afastá-los da Luz.  Isso me deixou em choque profundo.  O irmão estava falando sobre isso comigo no carro e por uma surpreendente coincidência, o imame achou que era melhor falar sobre os sussurros de Satanás naquele dia.  Isso, acredito, era Deus transmitindo Sua mensagem para mim, me dizendo para ignorar Satanás.  Estava ansioso para declarar a Shahada e quando acabou o serviço, corri para frente.

Depois de declarar meu Islã publicamente, acho que todo irmão muçulmano presente naquele dia veio e me abraçou.  Havia pelo menos umas centenas de irmãos presentes e podem imaginar quantos abraços recebi.  Congratulavam-me e diziam: "Que Deus o abençoe. Fez a escolha certa."

Duas forças atuavam naquele dia: Satanás e Deus.  Mas a força de Deus era muito poderosa para resistir e, então, submeti-me a Ele no Islã. O irmão contou-me que a maior dádiva que Deus nos concede nesse mundo é o Islã.  Essa dádiva deve ser mantida pelo resto de minha vida, se Deus quiser (insh'Allah).  Também me contou que nunca foi a uma oração de sexta-feira em que o imame falasse puramente sobre os sussurros de Satanás.  Disse que o assunto era mencionado ocasionalmente, mas quase nunca ocupava a oração inteira.

Oro para que minha história ajude aqueles que passam pelo mesmo combate mental que passei com Satanás. Minha experiência é tão surpreendente para mim que não consigo descrevê-la verdadeiramente em palavras. Oro para que aqueles que leem isso sejam capazes de superar Satanás como fui capaz naquele dia. 

As-salaam `alaikum.   Que Deus os guie como Ele me guiou.

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