Poncardas Romas, ex-cristão, Filipinas
Descrição: Com uma forte educação cristã, Poncardas fica chocado quando finalmente percebe a verdade.
- Por Poncardas Romas
- Publicado em 18 Nov 2013
- Última modificação em 18 Nov 2013
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Nasci em 2 de dezembro de 1959 em Kawit, Kauswagan, Lanao del Norte, Filipinas. Desde o nascimento meus pais eram devotos adventistas, um dos milhares de ramos na Cristandade. Eu era um ex-evangelista da Igreja do Sétimo Dia. Desde a infância até me tornar muçulmano em 1981, fui um devotado adventista.
Histórico do meu pai
Meu pai era um ex-membro da ILAGA e CHDF (Força de Segurança Civil) formada por em ex-ditador, presidente Ferdinand Edralin Marcos. Ilonggo Land Grabbing Association (ILAGA -Associação de Usurpação de Terra Ilonggo, em tradução livre) é o nome dado ao grupo cúltico de cristãos treinados para pegar terras de muçulmanos e aniquilar muçulmanos no sul das Filipinas. Os membros da ILAGA acreditavam que tinham um colete a prova de balas invisível e alguns acreditavam que as balas não os atingiam. Costumavam cortar, assar e comer as orelhas direitas de suas vítimas, literalmente. Então, faziam cinzas das orelhas remanescentes e usavam essas cinzas como amuletos (em vidros de perfume). Os membros da ILAGA acreditavam que quanto mais muçulmanos matassem, maior o poder que possuiriam.
Lavagem cerebral na infância
Na infância fui doutrinado (sofri lavagem cerebral) que os muçulmanos são pagãos. Acreditávamos que os muçulmanos eram pessoas bélicas, traidoras, felizes em matar não-muçulmanos, sem lei e que todos os atributos negativos da humanidade estão nas doutrinas muçulmanas. Na verdade, quando era cristão, não sabia a diferença entre Islã, muçulmano e moros - acreditava que eram todos sinônimos de paganismo. O que sabia sobre os muçulmanos é que “eram pagãos e idiotas!”
Histórico Pessoal
Cresci em uma instituição educacional cristã conservadora (escola da igreja). Nos primeiros anos da infância éramos treinados para abrir a Bíblia rapidamente e explicar o significado do texto dia e noite. Também éramos treinados para fazer os discursos mais inteligentes possíveis no púlpito. Na minha juventude conduzi incontáveis trabalhos ministeriais nas igrejas adventistas do sétimo dia. Estudei na Academia do sul de Mindanao, Managa, Davao del Sur; na Academia Matutum View, Tupi, South Cotabato; Notre Dame da cidade de General Santos; na Academia Forest Hills, Bayugan 1, Agusan del Sur e concluí minha graduação na universidade de Silliman, na cidade de Dumaguete. A universidade Silliman foi fundada e apoiada por filantropos protestantes americanos, uma universidade irmã da UNIVERSIDADE DAS FILIPINAS. Obtive um diploma em Artes, com especialização em Discurso e Teatro, e um diploma em Comunicação de Massas. Na minha juventude, era um comandante de batalhão em treinamento paramilitar. Era o presidente dos Estudantes Veteranos, da Organização da Juventude, do Clube de Ciências e superintendente da Escola Sabática.
Base de treinamento
Em 1981 fui treinado extensamente na cidade de Pagadian, nas Filipinas, a como pregar o Cristianismo, particularmente na comunidade muçulmana, e com o pretexto de vender livros médicos sob o patrocínio do adventismo. Posteriormente fomos reunidos em grupos e designados na cidade de Zamboanga, sul das Filipinas, para conduzir evangelismo de casa em casa e de escritório a escritório. Nossos principais alvos eram levantar fundos e propagar nossas doutrinas e converter os muçulmanos ao Cristianismo (adventismo). Até hoje existem instituições cristãs no coração da comunidade muçulmana em Mindanao cujo motivo principal é gradualmente cristianizar os muçulmanos.
Primeiro encontro
Um dia, na cidade de Zamboanga, fui designado para o escritório Al-Malin Shipping Line, no distrito de Santa Bárbara, para fazermos nossos trabalhos. Lá tive meu primeiro encontro com um intelectual muçulmano. Seu nome é Najeeb Razul Fernandez, anteriormente Samuel Fernandez, que também era um ex-adventista do sétimo dia. Descobrimos depois que éramos vizinhos durante nossa infância e que nossos pais e a família do tio dele (Memong Fernandez) eram amigos próximos e vizinhos.
Encontro adequado
Apresentei-me ao sr. Najeeb Razul Fernandez. Ele me deu as boas vindas calorosamente e perguntou o propósito da visita ao seu escritório. Era o agente de ligação no escritório Al-Malin Shipping Line. Perguntou-me: “Você é adventista do sétimo dia?”
“Sim, claro!”
“Você acredita em Jesus Cristo?”
“Claro!” Não seríamos adventistas do sétimo dia se não acreditássemos e seguíssemos Jesus Cristo!”
Ele continuou: “Sua religião é adventista do sétimo dia. Jesus Cristo era um adventista do sétimo dia?
Sabia que se a resposta fosse “sim”, a próxima pergunta seria: “Pode me mostrar em sua Bíblia que Jesus Cristo era um adventista do sétimo dia?” Sabia bem que não existe passagem na Bíblia que menciona Jesus Cristo como adventista! Fiquei chocado com a pergunta por que em minha experiência nunca tinha encontrado essa pergunta na vida. Tentei ao máximo ignorar sua pergunta e falei de coisas que não eram relacionadas a ela. Ele repetiu a pergunta olhando direto nos meus olhos e disse: “Se não puder responder a pergunta, leve a pergunta ao seu líder de equipe e me diga a resposta dele.”
Revelação chocante
Então ele me relatou o verdadeiro nome e vida de Jesus Cristo, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, cujo nome é Issa Al-Masih ibn Mariam no mundo muçulmano. Jesus era um profeta e mensageiro de Deus. A religião dos muçulmanos e dos profetas de Allah é Islã. E, de fato, os profetas de Allah (Deus) eram muçulmanos. Também enfatizou que o Islã ensina sobre o Dia da Ressurreição, o Dia do Juízo, Paraíso, Inferno, anjos, profecia, morais, livros divinos, etc. Todas essas palavras foram como raios que me acordaram de um sono profundo! Depois de ouvir essas palavras as transmiti ao meu líder de equipe e perguntei a ele qual era a religião de Maria, José e Jesus Cristo. Ele não respondeu e ao invés disso recebi um aviso para não conversar com o sr. Fernandez ou seria excomungado. A reação do meu líder de equipe me impulsionou a investigar o que era o Islã. Também lançou dúvidas em minha crença como adventista do sétimo dia.
Se de fato minha crença é a verdade, não devo ter medo de lidar com outras religiões!
Não prestei atenção ao aviso. Fui novamente para o sr. Fernandez e então ele me perguntou: “JOSÉ, MARIA E OS 12 DISCÍPULOS ADORAVAM JESUS CRISTO COMO DEUS, COMO OS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA FAZEM HOJE?” Fiquei sem palavras. Voltei para nossa sede em Zamboanga e debati com meu líder de equipe! No momento após nosso confronto nosso líder de equipe imediatamente ordenou que pegasse minhas coisas e saísse. Naquela época não podia aceitar que era muçulmano. Meu líder de equipe e todo o grupo disseram que tinha me tornado muçulmano e não estava apto a fazer nossa tarefa na comunidade muçulmana. Com lágrimas e confusão, fui forçado a deixar meus companheiros da igreja adventista. Esse foi o momento decisivo que me levou a pesquisar o Islã e, no fim, tornei-me um muçulmano meses depois em setembro de 1981, em Isabela, Basilan, Filipinas.
Ponderei. O centro do mundo muçulmano é o Oriente Médio! Se o ocidente e o oriente conheciam a vida dos profetas e particularmente a vida de Jesus, como seria no Oriente Médio - local de nascimento dos profetas e onde os muçulmanos estão orando na Casa de Deus,... construída por Abraão, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele? Existem quase dois bilhões de muçulmanos em todo o mundo e mais pessoas estão abraçando o Islã diariamente, mais que qualquer outra religião. Por quê? Essa tendência me desafiou a pesquisar história no Oriente Médio e a vida do último profeta.
Nunca acreditei que os muçulmanos acreditavam em Deus
Nunca pensei que os muçulmanos acreditavam em Deus. O que acreditava antes era que os muçulmanos são pessoas condenadas ao inferno. Alguns não-muçulmanos acreditam que os muçulmanos são como ratos, uma ameaça a uma sociedade desenvolvida e pacífica. Essa pode ser a razão por que alguns países executam limpeza étnica sistematicamente e privam os muçulmanos de direitos humanos básicos. Essas atividades patrocinadas pelo estado foram feitas na Bósnia, Kosovo, Caxemira, Chechênia, Mindanao e nos territórios ocupados em Israel, que originalmente pertencem aos palestinos. Em minha terra natal existe um ditado bem conhecido que diz: “MUÇULMANO BOM É MUÇULMANO MORTO.”
Abracei o Islã porque descobri que o Islã é o verdadeiro caminho da vida (religião) prescrito por Deus, dado aos profetas, e o Alcorão é o único livro perfeito de Deus que nunca foi revisado. Estou apelando aos não-muçulmanos para que conheçam o Islã do Alcorão e dos ditos autênticos ou referências escritas por muçulmanos.
Triste realidade
No momento em que escrevo esse artigo a população das Filipinas alcançou 95 milhões e apenas 10% são muçulmanos. Isso significa que mais de 80 milhões não são muçulmanos e a maioria desses não-muçulmanos são cristãos. A maioria dos divulgadores islâmicos nas Filipinas são atraídos pelos países árabe-muçulmanos em função de sobrevivência econômica. Se nossos irmãos muçulmanos árabes são sinceros em propagar a mensagem do Islã, por que não os mandam de volta para o nosso país com suporte substancial para propagar o Islã lá?
Na Arábia Saudita 90% dos que abraçaram o Islã são filipinos. É fácil para os filipinos entender o Islã, porque a cultura e tradições originais dos filipinos estão enraizadas no Islã. Historicamente o Islã chegou às Filipinas em 1380, quase 200 anos antes do Cristianismo. O Cristianismo chegou às Filipinas em 16 de março de 1521. Os muçulmanos continuaram minoria devido à guerra civil incessante, luta por independência e enormes esforços e atividades bem financiadas de missionários cristãos. Os primeiros cristãos abraçaram o Cristianismo não por que amavam e compreendiam o Cristianismo. Eram forçados a abraçar o Cristianismo pelas armas e canhões trazidos pelos espanhóis cristãos.
Pessoalmente, divulgar o Islã para os cristãos é um empreendimento interessante e desafiador. Devido ao meu histórico como evangelista vigoroso no adventismo, sou entusiasmado na divulgação do Islã tanto em público quanto em privado. Alhamdulillah! Acredito fortemente que a luz é para as trevas: da mesma forma, os não-muçulmanos precisam do Islã para que vejam a luz e abracem a verdade.
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