Donald W. Flood, ex-cristão, EUA (parte 4 de 4)

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Descrição: Como uma analogia de roleta ajudou a esse ex-morador de Las Vegas a se tornar muçulmano.  Parte 4: Um vídeo significativo e reflexões sobre conversão.

  • Por Donald W. Flood
  • Publicado em 10 Aug 2015
  • Última modificação em 10 Aug 2015
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Superando um obstáculo

Nesse ponto me senti 80% certo de que queria me tornar muçulmano, mas algo me impedia.  Estava preocupado com a reação de minha família e amigos se soubessem que tinha me tornado muçulmano.  Logo depois expressei essa preocupação a um muçulmano que me disse que no Dia do Juízo ninguém poderá ajudá-lo, nem mesmo seu pai, mãe ou seus amigos.[1] Então, se acredita que o Islã é a verdadeira religião, deve abraçá-la e viver sua vida para agradar Aquele que o criou.  Dessa forma ficou muito claro para mim que estamos todos no mesmo barco. Toda alma testará a morte e então seremos responsabilizados por nossa crença particular em Deus e por nossas ações.[2]

Um vídeo significativo

Nesse estágio de minha busca pela verdade estava prestes a abraçar o Islã.  Assisti a uma palestra islâmica em vídeo sobre o propósito da vida. O tema principal dessa palestra era que o propósito da vida pode ser resumido em uma palavra, ou seja, Islã (submissão à Vontade de Deus). 

Um ponto adicional foi que, ao contrário de outras religiões ou crenças, o temo "Islã" não é associado com qualquer pessoa ou lugar em particular.  Deus deu nome a religião no seguinte versículo corânico:

"Para Deus a religião é o Islã." (Alcorão 3:19)

Quem abraça o Islã é chamado de muçulmano independente da raça, sexo ou nacionalidade.  Essa é uma das razões de o Islã ser uma religião universal. 

Antes de minha busca pela verdade, nunca tinha considerado o Islã seriamente como opção por causa da constante retratação negativa dos muçulmanos na mídia.  Foi demonstrado nesse vídeo que embora o Islã seja caracterizado pelos elevados padrões morais, nem todos os muçulmanos mantêm esses padrões.  Aprendi que o mesmo pode ser dito dos adeptos de todas as religiões.  Finalmente entendi que não podemos julgar uma religião somente pelos atos de seus seguidores, como eu tinha feito, porque todos os humanos são falíveis.  Por conta disso, não devemos julgar o Islã pelas ações de seus seguidores, mas por sua revelação (o Alcorão Sagrado) e a Sunnah do Profeta Muhammad, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele. 

O último ponto que aprendi dessa palestra se referia à importância da gratidão.  Deus menciona no Alcorão que devemos ser gratos pelo fato de Ele ter nos criado:

"Deus vos extraiu das entranhas de vossas mães, desprovidos de entendimento, proporcionou-vos os ouvidos, as vistas e os corações, para que Lhe agradecêsseis." (16:78)

Deus também citou a gratidão junto com a crença e deixou claro que Ele não ganha nada com a punição de Seu povo, nem ganhará nada quando O agradecerem e acreditarem Nele.  Deus diz no Alcorão:

"Que interesse terá Deus em castigar-vos, se sois agradecidos e crentes?" (Alcorão 4:147)

A verdade se desvela

Assim que o vídeo terminou experimentei a verdade sendo desvelada.  Senti um peso enorme de pecados saindo de minhas costas. Além disso, senti como se minha alma se elevasse acima da terra, recusando os prazeres improvisados desse mundo em favor das alegrias eternas do paraíso.  Essa experiência, associada ao longo processo de raciocínio, resolveu o "quebra-cabeça do propósito".  Revelou o Islã como a verdade, reabastecendo minha "paisagem espiritual" com crença, propósito, direção e ação.  Sendo assim, entrei pelo portal do Islã dizendo a declaração de fé exigida para me tornar um muçulmano: Ashhadu an La ilaha illa Allah wa ashhadu anna Muhammadan Rasoolu llah.  (Testemunho que não existe divindade merecedora de adoração exceto Deus e que Muhammad é Seu mensageiro).  Fui informado que esse testemunho formal confirma a crença em todos os profetas e mensageiros de Deus, junto com todas as Suas revelações divinas em sua forma original, atualizando e completando sua religião à religião do último dos profetas [Muhammad] e à revelação final de Deus [o Alcorão].  O seguinte ponto tornou-se esmagadoramente claro para mim: Se Jesus tivesse sido o último profeta de Deus e o Evangelho a revelação final, eu teria atestado isso.  Como resultado, escolhi naturalmente seguir a revelação final do Criador como exemplificado pelo selo dos profetas. 

Impressões de um novo muçulmano

Durante minha busca para encontrar a verdade, a lição que transcendeu todas as lições foi que todos os objetos de adoração além de Deus são ilusões.  Para qualquer um que veja isso claramente, o único curso possível é colocar sua própria vontade e ações em uníssono total com as de Deus.  Submeter-se à Vontade de Deus me permitiu experimentar paz interior com o Criador, com os outros e, finalmente, comigo mesmo.  Consequentemente, sinto-me muito grato que pela misericórdia de Deus tenha sido resgatado das profundezas da ignorância e entrado na luz da verdade.  O Islã, a religião verdadeira de todos os tempos, lugares e povos, é um código de vida completo que guia o homem para cumprir o propósito de sua existência na terra e o prepara para o dia em que retornará para o seu Criador. Seguir esse caminho de maneira devota permite que se obtenha a satisfação e a aproximação de Deus em meio a deleites infindáveis do paraíso, escapando da punição do inferno. Outro bônus é que nossa vida presente será muito mais feliz quando fazemos essa escolha. 

Um prazer ilusório

Abraçar o Islã me deu mais percepção sobre a natureza ilusória dessa vida.  Por exemplo, um objetivo básico do Islã é a liberação do homem.  É por isso que um muçulmano se chama "Abdullah", o escravo ou servo de Allah (ou seja, Deus), porque a servidão a Deus significa liberação de todas as outras formas de servidão e, embora o homem moderno possa achar que é liberado, de fato é escravo de seus desejos.  Geralmente está iludido por essa vida mundana.  Está "viciado" no entesouramento de riqueza, sexo, violência, intoxicantes, etc. Mas acima de tudo, é geralmente seduzido pelo sistema capitalista que tende a funcionar por meio da invenção de necessidades falsas, que o homem sente que devem ser satisfeitas instantaneamente. Deus diz no Alcorão:

"Não tens reparado naquele que toma seus desejos como seu deus? Ousarias advogar por ele? Ou pensas que a maioria deles ouve ou compreende? Qual! São como o gado; qual, são mais irracionais ainda!" (Alcorão 25:43-44)

Não devemos deixar nosso zelo em desfrutar dos prazeres dessa vida passageira prejudicar nossa oportunidade de desfrutar da bênção do paraíso.  Como Deus diz no Alcorão:

"Aos homens foi abrilhantado o amor à concupiscência relacionada às mulheres, aos filhos, ao entesouramento do ouro e da prata, aos cavalos de raça, ao gado e às sementeiras. Tal é o gozo da vida terrena; porém, a bem-aventurança está ao lado de Deus. Dize (ó Profeta): Poderia anunciar-vos algo melhor do que isto? Para os que temem a Deus haverá, ao lado do seu Senhor, jardins, abaixo dos quais correm rios, onde morarão eternamente, junto a companheiros puros, e obterão a complacência de Deus..." (Alcorão 3:14-15)

Portanto, a competição real nessa vida não é o acúmulo de riqueza ou o desejo de fama, mas competir uns com os outros na realização de boas ações para agradar a Deus, ao mesmo tempo em que temos nossa porção lícita de divertimento nessa vida.[3]

O caminho certo para Deus

Existem muitas alternativas religiosas disponíveis ao homem e cabe a ele escolher a que deseja seguir.  É como um comerciante com muitos bens à sua frente, sendo sua escolha com qual fazer negócio.  Obviamente escolherá o que considerar mais lucrativo.  Entretanto, o comerciante não está seguro e não tem garantia de prosperidade. Seu produto pode ter um mercado e ele obter ótimos retornos, mas também pode perder todo o seu dinheiro.  Ao contrário, o crente na Unicidade de Deus que se submete à Sua Vontade (um muçulmano), está completamente seguro de que, sem dúvida, se seguir o caminho da orientação [o Alcorão e a Sunnah do profeta Muhammad] haverá sucesso e recompensa esperando no fim do seu caminho.  Felizmente esse sucesso também começa no início do caminho. 

Abu Sa’id Al-Khudri, que Deus esteja satisfeito com ele, narrou que o mensageiro de Deus disse: "Se uma pessoa abraça o Islã sinceramente, Deus perdoa todos os seus pecados passados e depois começa a acertar as contas: a recompensa de suas boas ações será maior em valor que dez a setecentas vezes e a má ação será registrada como uma, a menos que Deus a perdoe. (Bukhari)

Epílogo

Baseado em minha busca pela verdade, concluí que a maneira precisa com que cremos em Deus e as ações que executamos determinam nossa condição futura pela eternidade.  Nosso Criador está dando a todos nós uma chance igual, independente de nossas circunstâncias, de obter Sua satisfação em preparação para o Dia do Juízo, como nos versículos corânicos a seguir:

"Obedecei a Deus e ao Mensageiro, a fim de que sejais compadecidos. Emulai-vos em obter a indulgência do vosso Senhor e um Paraíso, cuja amplitude é igual à dos céus e da terra, preparado para os tementes." (Alcorão 3:132-133)

Se buscarmos sinceramente a verdade dessa vida, que é o Islã (submissão à Vontade de Deus), Deus nos guiará para lá, se Deus quiser.  Ele nos conduz a examinar a vida e a Sunnah do profeta Muhammad, já que ele é o melhor modelo a ser seguido pela a humanidade. Além disso, Deus nos conduz a investigar e meditar sobre o que Ele diz no Alcorão.  O Alcorão é como uma batida persistente e forte em uma porta ou gritos tentando acordar aqueles que estão profundamente adormecidos, porque estão completamente absorvidos por essa vida na terra. As batidas e gritos vem um após outro: Acorde!  Olhe à sua volta!  Pense!  Reflita!  Deus está lá!  Existe planejamento, teste, prestação de contas, cômputo, recompensa, punição severa e bênção eterna!

Clara e inequivocamente, a melhor maneira de viver e morrer nesse mundo é como um muçulmano virtuoso!  Quando se chega a conclusão de que o Islã é a verdade, não devemos adiar nos tornarmos muçulmanos porque podemos morrer antes e então será muito tarde.[4]

Poucos meses depois de abraçar o Islã, encontrei dois versículos no Alcorão que espelham o que o muçulmano americano me disse, em relação a como devemos viver e morrer:

"Abraão legou esta crença aos seus filhos, e Jacó aos seus, dizendo-lhes: Ó filhos meus, Deus vos legou esta religião; apegai-nos a ela, e não morrais sem serdes submissos (a Deus)." (Alcorão 2:132)

E:

"Ó crentes, temei a Deus, tal como deve ser temido, e não morrais, senão como muçulmanos." (Alcorão3:102)



Notas de rodapé:

[1] Ver Alcorão 31:33; 82:18-19.

[2] Ver Alcorão 29:57; 3:185.

[3] Ver Alcorão 28:77.

[4] Ver Alcorão 23:99-100; 63:10-11.

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