Thomas Webber, ex-cristão, Reino Unido
Descrição: Em busca da verdade encontrou o Islã como sua religião.
- Por Thomas Webber
- Publicado em 10 Mar 2014
- Última modificação em 10 Mar 2014
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Como a maioria dos revertidos ao Islã, minha história é simples a partir da perspectiva de alguém de fora. Rapaz encontra uma religião que é diferente da de sua família e no final conta a eles e se reverte.
Entretanto, como muitas coisas na vida, é fazer a jornada e não alcançar o destino que parece mais difícil. Claro, com o Islã a jornada nunca está completa até que seja ordenado por Allah, o Exaltado, mas ao invés disso atingimos marcos ao longo do caminho. Então contarei a história de minha vida até agora e minhas esperanças e aspirações para o futuro.
Nasci no Reino Unido em uma família de pais adoráveis e um irmão (Colin), logo seguido de minha irmã gêmea (Linda) e pelas minhas outras duas irmãs Melissa (que morreu quando era pequena) e minha irmã mais nova Emily.
Nunca fui batizado, já que meu pai não acreditava em fazer um bebê, que não podia fazer objeção, passar por essa cerimônia religiosa. Entretanto, minha mãe nos enviava para uma escola dominical cristã para aprender sobre o Cristianismo.
Bem, o que posso dizer sobre isso? Infelizmente para minha mãe minha mente era relativamente astuta ainda bem jovem e, como resultado, nunca pude compreender por que um Deus amoroso e todo poderoso podia matar Seu filho para perdoar nossos pecados.
Isso com certeza não estava correto, porque se Ele era tão poderoso e todos os pecados eram contra Ele, Ele poderia apenas perdoar a todos nós! Certamente não era o que um Deus amoroso faria.
Com o passar dos anos desconsiderei o que me foi ensinado sobre Deus. Os feriados religiosos tinham a ver com presentes e tempo para relaxar. Estava perdido, mas não sabia. Afinal, essas pessoas religiosas nunca seriam capazes de provar suas religiões, como as ciências são ensinadas na escola. Para mim, todas tinham a mente fraca ou eram estúpidas.
O tempo passava e eu continuava a ser bem-sucedido na escola e a obter boas notas, agradando meus pais, e tudo estava bem. Só depois de meu 13º aniversário comecei a tornar-me religioso.
Quando digo religioso não significa no sentido de ser um cristão praticante. Isso, nunca poderia ser. Mas comecei a ter esperança em algum tipo de Deus de que seria bem-sucedido e alcançaria todas as coisas que precisava. Era mais uma confiança em algo, pelas coisas que eu mesmo era incapaz de engendrar.
À medida que progredia na escola aprendi sobre várias religiões e o Budismo soava como uma boa religião, porque não havia Deus e se baseava em ser uma boa pessoa. Afinal, isso era basicamente o que tinha aprendido do Cristianismo.
Comecei a achar que todas as religiões giravam em torno de uma única coisa, que era fazer as pessoas terem mais moral. Continuei a tentar e a ser uma pessoa boa, mas não podia deixar de lado o pensamento de que algo estava faltando.
Mais ou menos um ano antes de eu deixar o segundo grau, meu irmão se tornou um cristão renovado. Infelizmente para mim isso foi uma experiência um pouco negativa, já que ele ficava tentando me converter para sua religião e eu não conseguia aceitar que Jesus, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, tinha sido morto para perdoar nossos pecados.
Então ocultei quaisquer sinais de pensamento religioso de minha família e amigos, para evitar mais discussões com eles e também de ser taxado de esquisito (que era apenas uma das piadas cruéis, das quais agora me arrependo profundamente, que costumava fazer com meu irmão).
A busca de minha alma continuava a ser reprimida e oculta até de mim mesmo por mais um ano, mais ou menos. E então vieram os ataques terroristas no World Trade Centre na América. A princípio, quando me contaram a respeito, não acreditei que tivesse acontecido, mas tinha.
Os jornais continuaram a relatar histórias sobre isso, mas não tinham me afetado particularmente e simplesmente segui com minha vida. Só quando começaram os relatos de terroristas islâmicos, as represálias contra muçulmanos e o ataque ao Afeganistão e depois ao Iraque, foi que comecei a questionar meu governo e os EUA. Isso no fim me levou a descobrir a verdade do Islã.
Simplesmente não conseguia acreditar que os muçulmanos pudessem ser terroristas capazes apenas de ódio e assassinato. Era estranho. Ignorei, mas talvez tenha sido quando minha mente se tornou verdadeiramente disposta a aprender sobre religião pela primeira vez.
Só quando cheguei ao meu primeiro ano da faculdade fiz amizade com uma muçulmana. A princípio nunca acreditei que seria uma amiga, já que ela falou pouco até passar a conhecê-la. Nessa amiga reside a evidência clara e definida de que os muçulmanos não eram apenas excêntricos e lunáticos e sim, de fato, pessoas normais.
No final comecei a explorar o Islã na internet quando ninguém estava por perto. Não estava preparado para permitir que as pessoas soubessem que estava considerando alguma religião, menos ainda o Islã. Comecei a acreditar no que lia, mas ainda estava um pouco confuso e minha jornada para o entendimento era lenta.
Por fim chegaram as férias de verão e eu estava prestes a acreditar no Islã. Queria acreditar que era verdade, mas como podia provar? Desde os meus dias com boas notas e de tentar ser perfeito aos olhos de meus pais, odiava estar errado.
Como era verão não podia facilmente encontrar minha amiga muçulmana, mas tinha muito para perguntar a ela. Ocasionalmente ela ligava e eu conversava por horas, tentando criar coragem para dizer que precisava da ajuda dela.
Por fim consegui ter coragem para explicar que estava confuso sobre a religião, mas nunca podia admitir que quisesse ser muçulmano, já que não tinha certeza porque tinha muito medo em minha mente. Bem, finalmente consegui contar a ela, que só tinha coisas boas para dizer.
Assim, estava agora certo de que tinha que me tornar muçulmano, mas como diria às pessoas e aprender mais? Sabia que ainda não podia contar à minha família, porque me lembrava da crueldade que eu e minhas irmãs tínhamos infligido ao meu irmão quando ele se tornou cristão. Temia receber o mesmo ou pior.
Afinal, pelo menos ele seguia a religião de meu país e na qual tínhamos sido educados. Isso seria totalmente diferente. Não seria? Minha jornada a partir deste ponto foi a parte mais difícil. Como pode saber mais se não pode contar a ninguém, por medo que sua família descubra? Bem, estou feliz em dizer que ao longo de um extenso período de tempo lentamente consegui confiar em amigos e na família.
Decidi dizer a shahada no meu 20º aniversário, sabendo que se não fixasse uma data nunca o faria. Então no final de semana anterior fui à conferência Global Peace and Unity em Londres, que foi realmente maravilhosa. Fui sabendo que na segunda-feira seguinte pronunciaria o testemunho de fé, mas só quando passei a noite de sábado na casa de uns amigos soube com certeza que diria a shahada na segunda.
Porque aquela noite deitei tentando dormir e tudo que pude ouvir foi o Adhan ecoando em minha cabeça. Foi a melhor coisa que experimentei. No dia seguinte vi as pessoas fazendo suas próprias shahadas e ansiei que a segunda-feira chegasse. Quando a segunda-feira finalmente chegou e eu finalmente disse a shahada, foi estranho. Quase como se eu fosse finalmente eu!
Sei que as melhores histórias têm um começo, um meio e um fim, mas vocês terão que esperar um pouco mais pelo fim, porque essa jornada ainda não terminou. Ainda tenho que aprender o Alcorão e os hadiths e muito mais além disso também.
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