Eric Schrody, Ex-Católico, EUA (parte 2 de 2)

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Descrição: Uma entrevista com a estrela do rap EverLast e sua jornada ao Islã. Parte 2.

  • Por Adisa Banjoko (entrevistador)
  • Publicado em 08 Mar 2010
  • Última modificação em 08 Mar 2010
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AB: Minha família tentou.  Não consigo entender isso.  Mas sabe de uma coisa?  É um teste.  Apesar de eu ter mudado o meu nome há uns 8 anos, eles continuam a me chamar pelo meu nome de nascimento.  Depois dizem: “Ah, esqueci que você é muçulmano.” E depois vêm as piadas sobre porcos.  Nunca para.

E: Essa é uma das coisas sobre as quais as pessoas riem que não entendo.  Ou temem o que não podem entender.  A questão é que ninguém pode fingir que não entende.  Porque nunca encontrei nada mais simples em minha vida.

Lembro-me quando estava sentado e perguntei: “Então, no que um muçulmano acredita?” e recebi uma lista.  Então perguntei: “Vocês não colocam uma divisão entre Cristianismo e Judaísmo.” E eles responderam: “Não, é tudo a mesma história.”

Se você finalmente termina de ler o Alcorão, a Bíblia e o Torá, que é basicamente o Velho Testamento, descobre que o Alcorão é apenas uma afirmação do que está correto e incorreto nesses livros (a Bíblia e o Torá).  Então diz para si mesmo: “Como isso desceu quando todos eram de partes diferentes do mundo?” Mas todos confirmam a história do outro.

Estou lendo agora um livro chamado Muhammad: A Vida do Profeta, de Karen Armstrong.  Foi escrito por uma não-muçulmana.  Até agora estou na quarta parte do livro, mas começa contando como originalmente tentaram fazer Muhammad parecer o pior homem sobre a terra e de que ele estabeleceu o Islã através da espada.   Mas então você aprende que Muhammad só lutou quando foi preciso.  Muhammad só lutou para defender o Islã.  É um livro muito bom sobre o homem.  Apenas faz você saber que ele era um homem.  Não estamos tentando dizer a você que ele era nada além de um homem.  Estamos dizendo a você como muçulmanos que ele foi o exemplo mais perfeito de um homem que andou sobre a terra.  E do que tenho lido ele é o último a ver da sua estirpe.

Quando deixa de se assustar com Farrakhan e com o que ele diz – e aqui falo como uma pessoa branca - quando deixa para trás a ignorância de acreditar que o Islã tem algo a ver com pessoas que estão explodindo coisas, porque isso não tem nada a ver com o Islã.  Podem fazê-lo em nome do Islã.  Mas não tem nada a ver com o Islã.  Não pode argumentar contra isso.

Quando explico Jesus a um cristão, ele não pode argumentar comigo.  E não quero dizer argumentar falando: “Jesus não é Deus!” Quero dizer, o quanto faz mais sentido ele ser um homem?   Se fosse cristão, o que significa ser semelhante a Jesus, e Deus me pergunta: "Hei, como você não é mais semelhante a Jesus?” Direi que não era mais semelhante a Jesus porque ele era metade de um Deus, e eu, apenas um homem.” Não faz nenhum sentido.

Deus não quer dificultar as coisas para nós.  Deus quer as coisas tão fáceis quanto possível.  Deus vai facilitar as coisas ao máximo.  Se você faz um pedido e é sincero, Deus o atenderá.  Ele pode jogar algumas pedras no seu caminho, para fazer você tropeçar e cambalear.  Mas será atendido.

AB: Fale sobre a primeira e a segunda vez que fez sua Shahada (profissão de fé).

E: A primeira vez foi logo depois de ouvir uma fita de Warith Deen Muhammad (filho do fundador da Nação do Islã, Elijah Muhammad, que levou a maioria da Nação do Islã para o Islã tradicional).  Simplesmente derrubou toda a coisa sobre Jesus.  Ele explicou que nós (muçulmanos) fazemos um favor aos cristãos ao trazer Jesus ao nível de um homem.  Por que Deus criaria um homem que é metade de um Deus e nos compararia a ele?  Isso jogou uma bomba em minha cabeça.  Então fiz a Shahada.  E então o entusiasmo inicial diminuiu aos poucos.

Era quase como um cristão que diz que aceita Jesus.  Então diz: "Não importa o que eu faça agora, porque estou salvo." Eu cresci com esse tipo de mentalidade.  Como: “Ok, aceito a verdade então me deixem sair e pecar até cansar e estou salvo.”

Na verdade não aleguei ser um muçulmano naquela época.  Escolhia no que queria acreditar.  Deus me tolerou por um tempo.  Mas eventualmente chegou a hora de pescar ou cortar a linha.  Estava chegando num ponto no qual estava insatisfeito emocionalmente e espiritualmente.  Tinha dinheiro no banco e um carro de US$ 100.000, mulheres à direita e à esquerda – tudo que pudesse querer.  Então ficava sentado e pensando: “Por que estou infeliz?" Finalmente aquela voz fala com você – não o sussurro (de Satã) – a voz diz: “Bem, basicamente você está infeliz porque é um tolo e não está tentando fazer nada a respeito.”

Minha teimosa na época não me permitia falar sobre isso.  Você entra naquele estado mental onde pensa: “Eu posso cuidar disso sozinho.”

Finalmente fiquei humilde o suficiente para falar com Divine e Abdullah sobre isso.  Eles me perguntaram: “Como você se sente? O que pensa disso?” Finalmente sentei e fiz a Shahada novamente.  Daquele ponto em diante me comprometi de fazer o melhor.  Farei o melhor para fazer minhas orações. Comecemos por aqui.  Não vamos nos abater porque saímos na noite passamos e bebemos.  Vamos fazer nossas orações e orar pela força para parar de fazer uma coisa de cada vez.  É com isso que continuo lidando.

Você sabe que uma vez que superamos as grandes coisas, se torna mais sutil.  Pode ser tão sutil quanto olhar para um homem e nem falar mal dele, mas caluniá-lo em sua mente.  As fáceis de superar – bem, não diria fácil – as grandes são fáceis de notar.  É o negócio psicológico sutil que o ajuda a ser quem você realmente é.  Você tem que enfrentar a verdade sobre quem você é.  Se não for capaz de enfrentar a verdade sobre quem você é, você se desintegra, cara.

As pessoas me questionam e dizem: “Você é muçulmano?” E eu respondo: “Sim, sou muçulmano, mas também sou um pecador profissional.” Estou tentando superar, tentando me aposentar.  Não direi que sou melhor que você.  Apenas acredito que a verdade me foi mostrada, e tenho esperança de que ela me salvará.”

Adisa Banjoko é um escrito free-lance na Baía de São Francisco.

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