Musa Caplan, ex-judeu, EUA
Descrição: Musa, com somente 15 anos de idade, descreve o que viu no Islã em relação ao Judaísmo que captou seu interesse e o levou a aceitá-lo.
- Por Musa Caplan (editado porIslamReligion.com)
- Publicado em 21 Oct 2013
- Última modificação em 21 Oct 2013
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Antes de minha conversão ao Islã, vivia minha vida como judeu. Embora minha família não fosse tradicional, aprendi o Judaísmo de judeus tradicionais. Fui para uma sinagoga ortodoxa e para uma escola judaica ortodoxa. Morava e continuo a morar em uma comunidade judaica nos Estados Unidos, na qual existe pouca diversidade. E considerando o quanto o Judaísmo estava envolvido em minha vida, não tinha amigos não judeus. Mas aproximadamente um ano atrás, comecei a bater papo online com frequência e minha lista de contatos de e-mail lentamente começou a ficar cada vez mais cheia de muçulmanos. Desenvolvi um forte interesse por estudar outras religiões e também a minha própria religião. Prestei especial atenção ao Islã, porque sabia que não era uma religião muito diferente do Judaísmo. Compartilhamos muitos dos profetas (que a paz esteja sobre todos eles), morais, valores e, o mais importante, adoramos o mesmo Deus - Allah. Embora soubesse muito sobre o Islã e que era uma religião pacífica, não posso dizer que não tinha estereótipos. Tive sorte porque conheci muitos muçulmanos online, entre eles minha namorada[1] que considero meu guia para o Islã. Ela me levou até as portas do Islã e Allah me levou pelo resto do caminho[...]
Decidi me aprofundar na fé. Ao fazê-lo descobri falhas em minha própria religião. De acordo com o Velho Testamento, o grande profeta Aarão cometeu o pior pecado possível. Devido à pressão feita sobre ele pelo povo enquanto esperavam Moisés retornar com o Torá do Monte Sinai, construiu um ídolo.
Como um grande profeta poderia cometer um dos três pecados que são tão grandes que se preferiria a morte antes de cometê-los? No Alcorão Moisés desce e vê os judeus adorando o bezerro de ouro. A princípio ele pensa que é criação de Aarão e fica zangado com ele; depois descobre que outros hebreus tinham criado o ídolo. Pode-se aprender muito dessa história.
Uma nação de um povo liderado por Deus seria realmente perdoada por tal pecado? Minha visão sobre essa história está de acordo com a visão islâmica de que o Velho Testamento foi alterado ao longo dos anos. No passado existiram Cohaneem (líderes religiosos no Templo Sagrado) que eram corruptos. Não seria possível para eles terem facilmente mudado o Judaísmo para facilitar e reduzir o tempo de sua observância para ganharem mais dinheiro com suas profissões?
Outro fator surpreendente que me levou ao Islã foi a verdade científica escrita no Alcorão. O Alcorão menciona o desenvolvimento embriônico humano muito antes de ser descoberto pela ciência.
“Criamos o homem de essência de barro. Em seguida, fizemo-lo uma gota de esperma, que inserimos em um lugar seguro. Então, convertemos a gota de esperma em algo que se agarra, transformamos o coágulo em feto e convertemos o feto em ossos; depois, revestimos os ossos de carne; então, o desenvolvemos em outra criatura. Bendito seja Deus, Criador por excelência.” (Alcorão 23:12-14)
O Alcorão também menciona como as montanhas são formadas e fala sobre as camadas da atmosfera! Essas são apenas umas poucas das muitas descobertas científicas mencionadas no Alcorão 1.400 anos antes de serem descobertas pela ciência.
Aqui está um dos fatores chave que me levaram a explorar meu coração para descobrir a verdade da vida. Em árabe a palavra Islã vem de salama que significa “se submeter”; “pureza” e “paz” vêm da mesma raiz. A pessoa se submete a Allah, o Único, o Misericordioso e o Clemente; enquanto que outras religiões têm seus nomes tirados de pessoas: Judaísmo vem da tribo de Judá, Cristianismo vem de Jesus Cristo, etc. Islã é uma palavra derivada de um verbo; qualquer um que se submeta a Allah e acredite em todos os profetas é um verdadeiro muçulmano. Muitos dos grandes profetas mencionados no Velho Testamento viveram antes do Judaísmo e de Judá; se submeteram a Deus e, portanto, eram todos muçulmanos. E devemos viver como os profetas viveram, porque eram grandes seres humanos.
Considerando minha situação de ser muito jovem e morar em uma área só de judeus, seria difícil para mim ter minhas crenças aceitas. Meus pais e parentes são muito respeitosos, mas não estou certo de como reagiriam se seu próprio filho se revertesse ao Islã. Então, por enquanto não sou capaz de viver uma vida islâmica plenamente, mas graças a Allah sou capaz de orar cinco vezes ao dia, estudar Islã online e, pelo menos, posso acreditar em Deus abertamente e expressar esses sentimentos. Em certos aspectos pode ser muito difícil. Tornei-me mais emotivo que a maioria das pessoas quando debato algo envolvendo muçulmanos, por exemplo o Oriente Médio. Quando falo sobre Israel, toda minha família apoia Israel e não sabe a verdade do que se passa com os palestinos, mas acho que eles devem ter um tratamento apropriado para os palestinos. E quando falam sobre essa situação, fico facilmente ofendido, especialmente se levantam a ideia de que é a “Terra Santa judaica” e “Terra Prometida.”
Como não contei a meus pais sobre minha reversão ao Islã, não posso frequentar as orações na mesquita. Como afirmei antes, minha área tem pouca diversidade e todas as mesquitas ficam longe. Nunca tive a oportunidade de fazer a shahada diante de testemunhas[2] embora tenha dito a shahada para a melhor testemunha de todas - Allah. Quando eu tiver 16 anos em aproximadamente um ano, serei capaz de dirigir até a mesquita, insh’Allah (se Deus quiser). A coisa mais importante é aperfeiçoar a pessoa que sou. Tento evitar meus amigos que usam drogas, assistem pornografia, consomem álcool e roubam. Nem sempre é fácil evitar amigos próximos, mas tento ao máximo por Allah. E espero que com o passar do tempo minha personalidade alcance o que Allah espera de todos nós.
Ao estudar o Alcorão meu conselho para você é ler por si mesmo. Pesquisando em websites preconceituosos você não será capaz de ver o conteúdo completo de um versículo. [...]
Ao longo de toda essa experiência descobri que não encontrei o Islã, eu abracei novamente o Islã; nem me converti, me reverti; e em minha jornada das trevas para a luz, fiquei mais forte, mais espiritual e um ser humano melhor. Que Allah guie a todos nós para a verdade que fui guiado.
Ash-hadu an la ilaha illa Allah, wa ash-hadu anna Muhammad rasulu Allah![3]
Footnotes:
[1] Embora esse fenômeno seja muito comum, o Islã de forma alguma endossa relacionamentos pré-maritais entre os sexos - IslamReligion.
[2] A shahada é o testemunho que se faz ao entrar no Islã, de que ninguém merece ser adorado exceto Deus e que Muhammad é um mensageiro de Deus. Não é necessário que haja testemunha para isso - IslamReligion.
[3] Essa é a shahada mencionada anteriormente, pronunciada em árabe - IslamReligion.
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