“Mi”, ex-cristã, EUA (parte 1 de 3)

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Descrição: A filha de um ministro batista encontra o caminho para o Islã. Parte 1: Crescendo como uma cristã devota

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"Em minha mente, não havia nada errado com o Cristianismo.  Estava perfeitamente satisfeita.  Tinha perguntas e não sentia o mesmo fervor que experimentava quando era adolescente, mas só tinha que deixar isso de lado, orar e continuar a ser crente na esperança de que minha mudança viria.  Minha busca por educação mudou essa opinião."

Oro para que aqueles que lerem minha história, independente da crença que possam praticar, percebam que o tema geral transmitido aqui é a submissão à vontade de Deus e estar em busca constante de conhecimento.  Amém. 

Gritos, falar em línguas, um coro acompanhado por um Hammond B3, pianos e baterias entre outras coisas foram parte de minha educação familiar religiosa.  Parecia que quanto mais alto fosse o som, mais agradável era para Deus.  Fui educada para ver esses atos como normais.  Foi como minha igreja se tornou.  Meu pai era e continua a ser um ministro batista sulista. Aos sete dediquei minha vida para Cristo e fui batizada por meu pai em sua igreja.  Minha irmã e cunhado são ministros de música na igreja para a qual eu e minha mãe fomos depois do divórcio dos meus pais.  Quando adolescente era cheia de fervor e reverência a Deus.  Queria viver um bom estilo de vida cristão, no qual me empenhava para ser como Cristo da forma como fomos ensinados.  Tentava compartilhar minhas crenças com outros na esperança de salvá-los, pedindo que Jesus entrasse em seus corações e seu sacrifício supremo pudesse lavar os pecados deles para que, assim, retornassem para ele.  Em minha mente, não havia nada errado com o Cristianismo.  Estava perfeitamente satisfeita.  Tinha perguntas e não sentia o mesmo fervor que experimentava quando era adolescente, mas só tinha que deixar isso de lado, orar e continuar a ser crente na esperança de que minha mudança viria.  Minha busca por educação mudou essa opinião.

Minha irmã levou minha mãe e eu para essa igreja nova, que se tornou nossa igreja depois do divórcio dos meus pais.  Nós a amávamos.  A música era maravilhosa, o pregador era graduado em teologia e nós tínhamos um coral da juventude!  E o mais importante é que esses grupos de pessoas eram em sua maioria negras, tinham microfones que faziam com que a música e a pregação fossem realmente altas e nos davam as boas vindas todo domingo.  Aos 16, em uma visita a meu pai nas montanhas, um jovem pregador branco e amigo de meu pai passou em sua casa.  Encontrei-o, apertei sua mão e continuei a fazer o que estava fazendo.  Ele e meu pai estavam conversando na cozinha.  O pregador perguntou ao meu pai se eu era salva e meu pai disse que sim.  O homem pediu para falar comigo e me chamou na cozinha.  Começou a profetizar (uma prática de relatar informação de Deus comunicada a uma pessoa para ser transmitida a outra).  Afirmou que eu seria ministra, começaria a falar em línguas de maneira muito fervorosa e encontraria uma senhora em minha igreja que seria uma mentora para mim.  Concluiu sua mensagem com uma oração sobre mim.  Meu pai e eu discutimos sobre isso depois como tínhamos discutido assuntos espirituais.  Quando voltei para casa orei e pedi a Deus para me mostrar quem era essa mulher e pedi a ele pela dádiva de falar em línguas e pela coragem de me aproximar do meu novo pastor e perguntar a ele se podia ser uma ministra.  No fim, duas das três coisas aconteceram.  Participava do que chamávamos de "oração intercessora" na qual sentíamos que estávamos orando por aqueles que não conhecíamos, em uma linguagem desconhecida, mas devota.  Só pode ser descrita para o forasteiro como incompreensível (sem ofender ninguém.)  Reuni a coragem para falar com o pastor e ele me aceitou na aula.  Era uma entre um ou dois adolescentes presentes na aula. Estava muito orgulhosa.  Em uma tarefa, na qual tínhamos que construir um sermão, apresentei-a ao pastor e ele disse que fiz um trabalho excepcional! 

Aos 17 a turma de treinamento de ministros tinha sido adiada ou deixada tão de lado que minha graduação no segundo grau chegou e eu fui para a universidade.  Ainda tinha esperança de ser obediente a Deus enquanto estava na universidade.  O pastor orou sobre nós para que nos mantivéssemos firmes aos nossos valores e morais e nos enviou para o nosso caminho.  A universidade foi uma desfocagem.  Não havia encontros íntimos loucos. Fiquei longe do time de futebol já que eram os que estavam atrás de encontros loucos e não usei drogas.  Fiz parte da banda, frequentei a igreja, trabalhei e estudei.  Encontrei e namorei dois rapazes em duas épocas diferentes.  Em ambos os relacionamentos discutimos casamento como era o costume de acordo com nossos ensinamentos, mas infelizmente nossos relacionamentos terminaram. Com toda a honestidade, fiquei de coração partido em ambos os relacionamentos.

Um deles chegou ao ponto de um noivado.  Entretanto, o término despertou em mim uma tristeza profunda que fui incapaz de superar. Eu me graduei, trabalhei na área por outro ano e me mudei para 6 horas de distância para esperar o casamento.  Quando terminei o noivado estava muito zangada com Deus.  Senti que tinha feito tudo que ele havia me pedido.  Confiei no que interpretei como Deus me liderando e foi isso que aconteceu!  (Olhando para trás, os relacionamentos foram complexos, mas a situação fica pior quando não se tem habilidades de comunicação e não ouve os outros.  E essa era eu).  Fiquei na cama chorando por várias horas. Quando senti que não conseguia chorar mais, achei meu frasco de comprimidos para dormir, tomei um punhado e tentei dormir indefinidamente.  A próxima coisa que me lembro depois de ficar doente foi de ligar para minha mãe e ela me dizer que havia comprado uma passagem para eu tomar um voo de volta para casa.

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“Mi”, ex-cristã, EUA (parte 2 de 3)

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Descrição: A filha de um ministro batista encontra o caminho para o Islã. Parte 2: A jornada dela para o Islã começa com uma série de perguntas e encontro com duas garotas muçulmanas.

  • Por  “Mi”
  • Publicado em 23 May 2016
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Alguns meses se passaram e estava me sentindo deprimida.  Vi um primo que me indicou para uma terapeuta, que depois me diagnosticou com uma desordem depressiva série e déficit de atenção.  Ela me prescreveu remédios e terapia, que ajudaram muito com meu humor.  Com o passar do tempo estava pronta para retornar à igreja, voltar para a aula de treinamento de ministros e completar o que comecei.  Entretanto, nos cinco anos que estive afastada eles reconstruíram o programa.  Um ministro associado estava encarregado. Abordei o ministro associado perguntando se seria capaz de entrar novamente na turma.  Ele me disse que havia algumas coisas que eu devia fazer antes disso.  Naquele momento lembrei de quando estava na escola e tentei o treinamento de ministros lá, recebendo exatamente a mesma resposta.  Ninguém nunca mencionou quais eram essas "outras coisas".  Esperei... e esperei e ninguém me informou de nada.  Vários de meus amigos que tinham entrado no programa estavam de volta à cidade, o que me deixou confusa.  

Orei mais pensando que talvez tivesse entendido Deus de forma errada.  Talvez meu chamado para ser uma ministra não fosse o mais óbvio.  Então frequentava a igreja fielmente, mesmo que minha fé começasse a desvanecer um pouco.  Foi expresso interesse em começar um ministério de dança e quando cheguei em casa depois da escola depois de ela ter sido estabelecida, fiz uma "audição" para me juntar ao ministério de dança.  Amei! Senti que meu movimento comunicava a Deus o que eu não conseguia dizer.  Era uma forma de comunicar a mensagem da salvação por meio da dança.  Como princípio não era atraente ou devoto ser arrogante, mas eu tinha habilidades para alguém que não tinha treinamento.  As pessoas comentavam o quanto eram abençoadas quando me viam dançar.  A resposta mais apropriada sempre era "Louvado seja Deus."  Esse tinha que ser o ministério do qual Deus falava.  Amava, as pessoas respondiam a ele, os membros da equipe não eram traiçoeiros e nem havia muita fofoca.  Perfeito.  Mas um domingo, enquanto ouvia atentamente a um sermão, tinha essa pergunta sobre a natureza de Deus, as ações de Adão e Eva e razão.  Ficou comigo durante a semana de trabalho.  Comecei a pesquisar essa linha de questionamento, mas me incomodava terrivelmente.  Porque se Deus era onisciente e sabia que pecaríamos, por que colocaria a árvore lá para basicamente nos tentar se por Sua natureza não tenta os humanos: Ele permite. E digamos que foi o plano divino, por que Ele não perdoaria Adão e Eva?  Além disso, por que ele exigiria um sacrifício de sangue para Se proteger de nosso pecado, o que era ensinado para apoiar a morte de Jesus como expiação para pecados.  O que esse sangue faz por Deus?  Uma pergunta levou a outra. Essas eram umas poucas entre algumas páginas de perguntas que escrevi para tentar encontrar respostas. Em uma série de sessões na internet pesquisando as origens do Cristianismo, parei de frequentar a igreja.  Nunca tinha sido boa em esconder meus sentimentos e não começaria escondendo-os de Deus.

Foi por volta dessa época que decidi frequentar a universidade.  Tinha me casado, tinha um bebê e navegava pela vida.  Até esse ponto tinha frequentado predominantemente igrejas e escolas negras.  Comecei em uma disciplina, mas troquei para outra cujas aulas eram principalmente no campus principal.  Em minha primeira aula observei as pessoas na sala: brancos, negros, um asiático, africanos e pessoas do Oriente Médio. Era a única americana negra.  Além disso havia duas meninas muçulmanas que sentavam juntas.  Uma estava grávida e entusiasmada e a outra parecia quieta e estudiosa.  Antes disso minhas únicas experiências com muçulmanos aconteceram no segundo grau - alguns rapazes que pertenciam à "Nação do Islã" e duas moças que usavam o lenço, mas naquela época não tinha prestado atenção neles. 

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“Mi”, ex-cristã, EUA (parte 3 de 3)

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Descrição: A filha de um ministro batista encontra o caminho para o Islã. Parte 3: Busca e questionamento sinceros finalmente a levam para o Islã.

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  • Publicado em 30 May 2016
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Em uma noite em particular com metade da atenção ao meu instrutor e a outra metade aos pensamentos incessantes que tinha em relação a fé e religião, comecei a escrever meus pensamentos e perguntas. Havia uma irmã africana cristão que tinha um casamento inter-racial sentada à minha esquerda.  Sabia que era tinha orgulho de ser cristã e que isso dava a ela a mesma alegria que eu costumava ter.  Passei a ela o pedaço de papel para ela tentar responder.  Em um intervalo ela tentou responder as perguntas sobre trindade, pecado e expiação, mas por alguma razão eu conhecia os preceitos sobre os quais ela falava, mas agora não os entendia.  A muçulmana quieta e estudiosa estava sentada atrás da moça cristã.  Passei a ela a mesma nota.  Para minha surpresa ela escreveu respostas que eram muito claras e concretas.  A linguagem corporal dela era sutil. Não estava escrevendo freneticamente tentando me converter à sua fé, enquanto que a outra irmã o fez.  Escreveu alguns sites que eu poderia visitar que tinham mais explicações.    O QUE TINHA ACABADO DE ACONTECER? Por que perguntei à muçulmana?  Tinha acabado de sabotar novamente toda minha identidade?  Com as respostas claras que ela forneceu, se eu fosse uma ministra, como poderia compartilhar o evangelho com ela e convertê-la? Como ela era de outro país, não tinha conceito de expiação ou de um Deus trino.

Em casa comecei a escrever artigos e quando meu marido tinha saído para o trabalho, visitei sites sobre o Islã.  A maioria dos sites tinha informação consistente.  Os que pareciam estranhos, chamando o Salat de oração de contato, por exemplo, obviamente não eram o que eu procurava.  Louvado seja Allah, olhando para trás, era somente eu em busca dessas respostas sem ninguém para interpretar o que estava lendo e pude decifrar o que não era Islã.  Investiguei tudo que pude encontrar. Tinha me tornado obcecada com religião e a busca pelo que sentia ser certo.  Cheguei à conclusão de que tinha que haver apenas um Deus.  Considerei o ateísmo, mas o mundo natural, o corpo humano, a força dentro de nós que nos faz quem somos, eram muito intrincados para ser alguma coincidência cósmica ou acidente.  Fiquei restrita ao Judaísmo ou ao Islã.

Enquanto isso, enquanto os semestres passavam, minha vida pessoal começou a se desfazer.  Apresentei as constatações que tinha sobre o Islã a meu marido.  Ele não gostou nem um pouco.  Não falou comigo por 2 dias.  Quando estava pronto para falar, afirmou que não entendia de onde tudo isso vinha ou por que eu queria passar tanto tempo na universidade ou com amigos da universidade.  Com sua total desaprovação e conhecimento de que ele não se converteria, estudava em segredo. Com duas crianças, uma pressão constante em meu coração e um sentimento instintivo sobre as questões em mãos, tinha que tomar algumas decisões.  Uma noite estava online testemunhando uma pessoa fazer a shahada, ou declaração de fé. Comecei a chorar incontrolavelmente e até hoje ainda não sei por que, nem posso explicar o que estava sentindo.  Poucos dias depois fiz a minha completamente sozinha.  Até a fiz em três ocasiões diferentes para ter certeza.

Durante minha busca havia muitas opiniões em relação a religião e fé.  A maioria das pessoas era ateias, agnósticas ou apóstatas do Islã que tinham visto injustiças ou experimentado alguma dificuldade que atribuíam a Deus.  Assegurei-me de não fazer isso. Assegurei-me de considerar todos os argumentos, retratar minhas afirmações blasfemas a Deus quando estava zangada com Ele e confiei que qualquer ato que cometesse baseado em algum sentimento de fé não era culpa alguma de Deus.  Ouvi argumentos sobre como as pessoas de pouca fé são mais suscetíveis a ter alguém capaz de convertê-las.  Não acredito que esse tenha sido o meu caso.  Prefiro adotar a posição de que estive sempre em busca do que Deus queria que eu fizesse.  Ele queria essas ações corporais de adoração: quanto mais alto melhor? Ele intencionava que nos segregássemos por cor ou cultura? Apesar de ter depressão clínica e perguntas, sentia que devia a mim mesma tomar a decisão mais coerente, firme e clara.  Adoraria dizer que a vida se tornou mais fácil, que houve borboletas e arco-íris e vivemos felizes para sempre, mas não foi o caso.  Meu casamento acabou e, claro, sou a única muçulmana na família. Tenho dificuldades com as orações, já que meu conceito de adoração era completamente diferente.  Muitos revertidos revelam como obtiveram muita paz por meio da oração ou como sentiram essa pressão em seus corações, mas isso era uma batalha para mim.  Meus conflitos pessoais como muçulmana lidam com cultura versus fé e o sentimento de simplesmente me destacar completamente sozinha em hijab, em nome de minhas crenças.  Entretanto, a coisa mais bela para mim depois de me tornar muçulmana é que, finalmente, tive minhas orações e perguntas respondidas.  Isso me traz muita paz e faz de minha luta quase nada, em comparação com os benefícios que ganhei.

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