Natasa, ex-católica, Eslováquia
Descrição: Natasa encontra um propósito e uma direção no Islã depois de uma vida vazia.
- Por Natasa
- Publicado em 04 May 2015
- Última modificação em 04 May 2015
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Converti-me ao Islã dois meses atrás e não achava importante compartilhar minha história, mas nos últimos dias percebi que eu mesma me beneficiei das histórias de outros novos muçulmanos. Então, por que não permitir que alguém se beneficie de minha jornada para o Islã? Inshallah (se Deus quiser) alguém a lerá e chegará à verdade como eu.
Venho de uma família católica na Europa central. Não sei se você já visitou a Europa central e viu as condições lá. A maioria das pessoas alega ser protestantes, católico-romanas, cristãs ortodoxas ou algum tipo de cristão. O Islã não é popular ou muito conhecido entre as pessoas. Ia à igreja e aprendi sobre a religião na escola, mas nunca realmente ponderei a respeito. A única razão de ser cristã era meus pais serem cristãos.
Apenas quando cheguei aos 16 anos comecei a pensar realmente por mim mesma e a questionar minha fé. Não podia mais aceitar o que nos diziam "é assim, então aceite!" Com frequência ia à igreja e ouvia os sermões do pregador e lembrava que depois da missa fazia muitas perguntas à minha mãe. Devo admitir que muitas vezes os sermões eram agradáveis e o padre tentava nos direcionar na vida, mas sentia que era uma escrava, não tendo qualquer vontade própria. Não me entenda mal. Sei que as pessoas não são perfeitas e precisam de orientação. Só não entendia por que um padre, um humano como eu, que também podia errar tanto quanto eu, podia angariar tanta autoridade.
Naquela época respeitava os padres e a fé cristã, por ser uma religião com uma tradição muito longa e porque toda minha família é católica, mas sentia que não era suficiente para mim. Parecia ser um objeto sem valor embalado em uma bela capa. Peço desculpas aos cristãos que possam se ofender com essa declaração, mas estou apenas expressando meus sentimentos. O Cristianismo pode ser enriquecedor espiritualmente para outras pessoas, mas não era para mim.
Voltando à minha história, comecei gradualmente a me distanciar do Catolicismo. Parei de ir à igreja e de orar da maneira cristã, embora ainda mantivesse as conversas com Deus. Meu pai nunca foi um homem religioso e pegava de ideologias e religiões diferentes para formar sua própria opinião. Então comecei minha própria busca, uma busca pelo propósito da vida e alguns princípios que seriam benéficos para mim no curso de minha vida.
Acredito que toda pessoa tem um chamado interior na direção de algo mais elevado e mais espiritual. Como humanos, fomos instilados com grande inteligência e também com desejos básicos que nos fazem esquecer as coisas mais importantes. Tive que ir "ao fim do mundo" para descobrir que a riqueza não era tão importante quanto bons amigos e relacionamentos que temos. Sinto agora que minha vida antes era muito vazia e sem qualquer direção. Quando for a um país estrangeiro, verificamos os mapas em busca de lugares interessantes para visitar. Raramente vamos sem saber onde estamos indo. O mesmo se aplica às nossas vidas. Se nossa vida é uma grande jornada, precisamos ter orientação e precisamos saber o que nos espera no fim.
Estou feliz de ter me sentido dessa forma, porque isso abriu meu coração. Estava aberta a novas opiniões e ideias. Queria tentar qualquer coisa que parecesse razoável. Fui à Índia, conheci o Hinduísmo e o Islã (principalmente graças a minhas colegas de quarto indonésias, que eram muito boas e abertas a qualquer discussão sobre o Islã). Mas só quando fiquei um ano na Indonésia finalmente encontrei o Islã.
Preciso lembrar o leitor que venho da Europa e a propaganda anti-islâmica também me influenciou. Respeitava minhas amigas muçulmanas, mas nunca quis ser uma delas. Ainda tinha na mente histórias de mulheres que eram tratadas de forma muito rude por seus maridos, os terroristas que são retratados com frequência na mídia como muçulmanos e achava que o muçulmano comum podia facilmente sofrer lavagem cerebral para matar por sua religião. Entretanto, estava aberta a aprender e meu despertar começou durante o mês de Ramadã. Morei com uma família muçulmana indonésia, participei no jejum, comecei a aprender muito sobre mim mesma e percebi como é importante ser disciplinada para alcançar qualquer coisa em nossas vidas. Também percebi como é importante não ser escrava de coisas materiais. No jejum tinha que controlar meu humor e emoções, o que era muito mais difícil do que lidar com os sentimentos de fome e sede. Comecei a olhar para o mundo a partir de uma perspectiva diferente. De repente coisas materiais não pareciam tão importantes e sim as relações entre as pessoas, tratar os outros de maneira gentil e a ajuda mútua.
Esse foi o momento em que me senti consciente. Sentia-me bem e feliz apesar do fato de estar com fome e sede (um mês antes do Ramadã achava que não beber e comer era loucura!). Durante esse tempo comecei uma busca espiritual pela religião verdadeira e foi nesse ponto que comecei a ler a Bíblia. No Cristianismo não líamos a Bíblia. Você lê passagens da Bíblia na igreja ou em aulas de religião, mas não se senta e lê de fato. No momento que comecei a lê-la soube por que não éramos encorajados a ler pelos padres. Está cheia de contradições acima do meu entendimento. Não entrarei em muitos detalhes porque já existem muitas histórias sobre isso e você pode encontrar as explanações em todo lugar na internet (muitas delas publicadas por estudiosos que dão as referências exatas para a Bíblia ou Alcorão para qualquer um que deseje analisar a questão).
Entretanto, houve um momento em que decidi me converter ao Islã. Foi quando encontrei afirmações diferentes de cientistas que eram apoiadas pelo Alcorão. É completamente absurdo pensar que Muhammad, que Deus o exalte, pudesse ele próprio saber dessas coisas, sem qualquer intervenção divina. Ele era um homem iletrado! A ciência na época era imprecisa e não se pode afirmar que o profeta plagiou o que está no Alcorão da ciência daqueles dias. Se você acredita que o mundo foi criado por alguém, não é difícil aceitar o fato de que só existe um Deus, um Criador e Ele revelou essas coisas a Seu mensageiro. Acreditar em Deus e Seu Mensageiro é a shahada, o primeiro pilar do Islã.
Depois de perceber isso e eu acreditava, sabia que não podia voltar atrás. Se estamos buscando por algo e oramos por isso, não podemos deixá-lo quando encontramos. Agradeço a Deus por ter aberto meus olhos e meu coração para ser capaz de encontrar o caminho certo e espero que muitos outros o farão também. Ser muçulmana é um desafio, mas nos aperfeiçoa. Lentamente parei de temer muitas coisas que temia antes. Coloco minha confiança em Deus. Desde minha conversão ao Islã, me tornei mais disciplinada. Adoro meu Criador em um estado de completa paz e harmonia. Ao analisar o Islã, alguns podem ser impedidos pelo pensamento de não quererem ser escravos de ninguém. Mas pergunte a si mesmo, quantos de nós trabalhamos de manhã à noite só pelo dinheiro? Quantos de nós querem alcançar algo, mas nunca encontramos tempo? Estou certa que não sou a única pessoa que se sente assim e Insh’Allah mais pessoas encontrarão o caminho certo e serão corajosas o suficiente para viverem de acordo com ele.
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