Uma ex-missionária católica - Burundi

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Descrição: Uma ex-missionária católica abraça o Islã.

  • Por Anônimo
  • Publicado em 24 Nov 2014
  • Última modificação em 24 Nov 2014
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Pobre Melhor

As freiras pareciam tão limpas e elegantes em seus hábitos brancos e engomados.  Pareciam santas nas fotos penduradas na parede de cada sala de aula que sonhava com o dia em que seria como elas.  Eu e mais duas outras meninas tivemos notas excelentes no final do ano escolar e nos perguntaram se gostaríamos de estudar religião.  Acharam que éramos piedosas para as nossas idades porque gostávamos de passar horas intermináveis dentro da igreja.  Não perceberam que dentro da igreja havia sombra e era fresco, um alívio bem-vindo do quente sol africano.  Não podia esperar até contar a meu pai, que surpreendentemente disse: "absolutamente não!". Não queria aquele tipo de vida para uma de suas meninas, sem marido e filhos.  Fez minha inscrição em outra escola, que antes só admitia meninos.  Além de mim havia outra menina na escola da Missão católica romana em Burundi.  Os anos que passei nessa escola me deixaram muito tenaz, porque competia somente com os meninos.  As freiras usavam força excessiva nas questões disciplinares.  O fato de que éramos todos adolescentes podia ter a ver com isso.  Ainda assim, não parecia uma coisa muito cristã.  Era muito interessada em religião, me saí muito bem no estudo de línguas e aceitei uma bolsa integral para uma universidade em Camarões depois de me graduar no segundo grau.  Mais uma vez, como a única mulher, me inscrevi na universidade de Teologia.  Não tinha certeza de onde chegaria, mas depois de um curto período a administração solicitou uma bolsa na mesma universidade de Teologia, mas na Bélgica.  Lá eu aprenderia como ser uma líder na igreja católica romana.  Minhas habilidades com idiomas me ajudaram muito e meu domínio de alguns dos dialetos africanos os atraiu como uma boa candidata para o trabalho missionário.

À medida que os anos passavam, comecei a ver através das camadas de teologia e constatei a superficialidade de seus ensinamentos.  Não estava sozinha na constatação das muitas contradições no Novo e Velho Testamentos.  Aprender que a "Trindade" só é mencionada uma vez no Novo Testamento foi uma surpresa, mas quando aprendi que tinha sido totalmente estabelecida no Concílio de Niceia e não era parte do que Jesus ensinou, algo em minha mente despertou.  Ao nos mostrarem certos livros chamados de gnósticos, que nos diziam ter ensinamentos ocultos, compreendi que a igreja estava sendo desonesta e foi perturbador.  Como eu poderia acreditar, como diziam, que era a palavra de Deus de A a Z? 

"Aqueles a quem concedemos o Livro, conhecem-no como conhecem a seus próprios filhos, se bem que alguns deles ocultam a verdade, sabendo-a. (Esta é a) Verdade emanada de teu Senhor. Não sejas dos que dela duvidam!" (Alcorão 2:146-147)

Ainda assim continuei meus estudos em um esforço para ser capaz de me ajudar e ao meu povo algum dia. 

"Não és responsável por aqueles que dividem a sua religião e formam seitas, porque sua questão depende só de Deus, o Qual logo os inteirará de tudo quanto houverem feito." (Alcorão 6:159)

Depois de me graduar na universidade, aceitei um trabalho em Nairóbi, Quênia.  A igreja estava muito ansiosa para ter uma africana em uma posição como essa.  Tinham muitos programas para mulheres e eu era coordenadora desses programas, sob os auspícios do Conselho Mundial de Igrejas.  Lidava com aspectos diferentes de exibições, projetos de mulheres, doadores, oficinas e conferências.  Fui enviada para um escritório regional no Togo porque a maioria falava francês, no qual eu era fluente, e porque estavam sendo implementados lá os tipos de projetos com os quais eu sabia lidar.  Comecei a buscar a força espiritual que faltava em minha vida e no Togo procurei em todas as religiões praticadas.  Quando se busca a verdade muitas coisas aparecem no caminho.  Essa parte da África tem muitas pessoas que praticam bruxaria e alegam ter conhecimento do oculto e era óbvio que estavam pegando o dinheiro das pessoas.  Ninguém tem conhecimento do oculto, exceto Deus.  Estava enfrentando muita mediocridade da igreja e, ao mesmo tempo, tinha amigos muçulmanos muito confortáveis em seu conhecimento de Deus, que oravam cinco vezes ao dia e tinham muitas virtudes.  Acreditavam no que diziam, em contraste com a igreja, onde você repete o que lhe foi ensinado sem acreditar. 

Nunca tinha aprendido nada sobre o Islã, exceto uma introdução superficial, e então comecei a ler sobre a religião.

Não posso dizer que meu caminho para o Islã foi fácil, mas quando se busca a verdade as coisas se tornam fáceis, embora pareçam difíceis a princípio. A decisão de me tornar muçulmana também foi difícil devido às razões materiais envolvidas, uma vez que tinha uma das profissões mais bem pagas e com muitas regalias. Apesar de tudo isso, demiti-me do meu cargo citando minha conversão como motivo e imediatamente perdi meu emprego e salário, moradia e benefícios médicos.  Tornei-me destituída em um dia!

Minha família não gosta do meu hijab, mas admiram os aspectos morais do Islã. Ajudei a educar meus irmãos e irmãs que eram muito mais jovens que eu e é muito difícil ver o quanto eles me odeiam!

Sentiram a dificuldade econômica imediatamente, assim como eu, e não conseguiram entender como eu pude fazer tal coisa.  Mas com a graça de Allah eles também encontrarão a verdade do Islã, Insh’Allah.  Espero e oro para poder usar o conhecimento que a educação na igreja me deu para a propagação do Islã.  O clima espiritual na África ocidental está pronto para o Islã e existem muitos projetos que precisam ser feitos.  Foi para isso que fui treinada e meu caminho agora é estreito e direto.

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