Iman Yusuf, Ex-Católica, EUA (parte 4 de 4)

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Descrição: Como a orientação chegou a ela nos primeiros dias de abraçar o Islã.

  • Por Iman Yusuf
  • Publicado em 12 Aug 2013
  • Última modificação em 12 Aug 2013
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Pobre Melhor

Um homem caminhou na minha direção, falando uma língua estranha.  Mais tarde descobri que ele estava dizendo “Masha’Allah, masha’Allah” quando veio e pegou minha filha dos meus braços.  "Como ela é bonita" exclamou e a introduziu aos outros homens.

Por alguma razão não senti medo dessa pessoa estranha pegando minha filha.  Ele a sentou em cima de uma mesa e deu a ela canetas, lápis e um grampeador - qualquer coisa que pudesse distraí-la, sempre sorrindo e tentando fazê-la falar.  Os outros homens se reuniram ao redor dela também e finalmente Abdul Hamid veio me saudar.

Ofereci minha mão, mas ele fingiu não ver - ah, ainda havia tanta coisa a aprender sobre a etiqueta islâmica entre os sexos - e começou a me perguntar como eu tinha descoberto o Islã.  Falei rapidamente sobre Ahmad, o nigeriano, e ele continuou explicando o básico do Islã para mim. 

Passou-se ao menos uma hora e então ele me deu uma cópia do Alcorão, pedindo que o levasse para casa e tomasse um banho antes de abri-lo.  Rapidamente concordei.  Ele me disse que o horário da oração estava próximo e que precisava se preparar.

Agradeci, mas tinha um pedido final.  Queria assistir à oração.  Tendo sido casada com um ateu, por alguma razão estava muito interessada em assistir esse homem orar.  Sempre senti que um homem não era um homem de verdade, a menos que orasse a Deus.

Abdul Hamid me disse que eu podia assistir a oração na parte de trás da mesquita, mas que por favor não fizesse nenhum barulho.  Novamente concordei e descemos as escadas, onde ele me colocou na parte de trás de um espaço vazio decorado apenas com um belo carpete e um nicho na parede.  Aquele nicho, aprenderia depois, marcava a direção para a oração. 

Enquanto observava os homens entrarem, fui surpreendida por um barulho forte - era a chamada para a oração.   Allahu akbar, Allahu akbar! Enquanto ouvia senti como se água gelada estivesse correndo em minhas veias.  Era como se todo o meu ser fosse acordado por esse chamado forte e magnificente. 

Embora não entendesse uma palavra, senti que falava comigo.  Lágrimas encheram meus olhos e comecei a tremer.  Cruzei meus braços e me abracei, tentando me aquecer e acalmar.

As lágrimas correram enquanto observava os homens primeiro se curvarem e depois se prostrarem em oração, justo como eu tinha feito tanto tempo atrás naquele dia ensolarado em meu quarto.   Estava assombrada.   Estava feliz e emocionada demais.   Mais que isso... estava em casa!

Durante as poucas semanas seguintes encontrei mais muçulmanos na mesquita e tive lições sobre o Islã.  Comecei a costurar roupas ao estilo islâmico para mim, embora as usasse somente em meu quarto quando tentava orar sozinha. 

Comecei a mudar.  Parei de consumir bebida alcoólica e me recusei a comer porco.  Minha personalidade mudou.  Fiquei mais quieta e calma.  Estava em paz.  Minha mãe perguntou sobre a minha mudança.  Achou que eu estivesse deprimida.  "Você não ri mais", disse ela.   Tentei explicar que estava muito feliz - apenas de uma maneira mais quieta. 

Finalmente tomei coragem e contei a ela sobre o Islã.  Até mostrei as roupas que tinha costurado e fiz a modelagem de uma roupa para ela.  Ela ficou furiosa.  Odiou as roupas instantaneamente. 

Minha mãe sempre tinha sido uma mulher que andava na moda.  Ridicularizou a simplicidade das roupas e o fato de serem largas.  Achou que pareciam sacos.  Seus comentários indelicados me magoaram, mas não me dissuadiram.  Nada me separaria do Islã.

Meu último Natal antes de dizer a Shahadah foi um pesadelo.   Mesmo durante aquele período sabia que essa era a maneira de Allah me tirar das trevas da falsa crença sem boas lembranças.  Ainda assim, foram dias difíceis. 

Minha mãe estava zangada comigo por não participar do feriado e meu irmão, bêbado como sempre, destruiu alguns dos meus pertences em um acesso de fúria e ameaçou me matar. 

Antes ele havia entrado em meu quarto e me visto com a vestimenta islâmica.  Embora não fosse religioso - nem ia à igreja - também ficou furioso com minha decisão de me tornar muçulmana. 

Quanto mais ficavam com raiva, mais certa ficava de estar fazendo a coisa certa.  Simplesmente não queria mais viver o tipo de vida que viviam.

Depois de alguns meses, fiz minha profissão de fé.  Uma noite de sexta-feira na primavera, me tornei muçulmana.  Com gratidão e humildade aceitei a dádiva do Islã.  

Minha mãe insistiu que deixasse a casa dela.  Mas Allah em Sua infinita misericórdia tinha arranjado um lar para mim.  Na noite em que fiz a Shahadah, um egípcio que a tinha testemunhado perguntou a meu respeito para casamento. 

Meu wali (guardião) - o homem que tinha tomado minha filha de meus braços em minha primeira visita à mesquita - perguntou minha opinião.  Minha única preocupação é que ele fosse um bom crente.  Meu wali já tinha checado e ele era. 

Dentro de 10 dias estava casada e morando com minha filha em meu novo lar com meu novo marido.  Ele criou minha filha como se fosse sua e, alhamdulillah, tivemos dois filhos depois disso. 

Passaram-se 26 anos desde que fui abençoada em viver minha vida como muçulmana.   Os anos passaram tão rapidamente.  Nem sempre foram fáceis, mas apesar disso foram abençoados.

Allah testa aqueles que Ele ama, mas como Ele diz no Alcorão... "com a dificuldade vem a facilidade."  E isso se provou verdadeiro. 

Enquanto isso, minha mãe - que se separou de mim por muitos anos - está agora morando comigo em um país islâmico e usando o hijab voluntariamente! Tenho esperança de que ela também aceitará o Islã em breve, insh'Allah (pela vontade de Allah).

Apesar dos tempos difíceis, não posso imaginar viver minha vida de outra maneira.  Agradeço a Allah todos os dias pela misericórdia de Sua orientação e por essa jornada milagrosa das trevas para a luz do Islã.

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