Iman Yusuf, Ex-Católica, EUA (parte 3 de 4)
Descrição: Fases de questionamento abriram para ela o portal da verdadeira religião.
- Por Iman Yusuf
- Publicado em 05 Aug 2013
- Última modificação em 05 Aug 2013
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Minha mãe ficou ocupada com as preparações para o feriado e, de alguma forma, externamente os dias passaram de forma pacífica. Mas em minha mente não esqueci por um minuto minha busca para encontrar minha religião.
Depois do Dia de Ação de Graças a rodada usual de festas cristãs começou e fui convidada por uma amiga para participar de um encontro de estudantes universitários em um restaurante local. Éramos um grupo grande e no jantar me vi sentada ao lado de um homem da Nigéria, que estava trabalhando em seu doutorado na Universidade de Pittsburgh.
Estava fascinada com sua vestimenta - um traje típico nigeriano - sua cabeça coberta com o que parecia ser uma versão maior do solidéu judaico. Ele tinha um rosto gentil e um sorriso resplandecente e começamos a falar sobre escola.
Quando chegou a hora de pedir o jantar, ele perguntou se podia ajudá-lo com o menu. "Não posso comer porco e nem álcool", explicou e concordei com satisfação. Depois de pedirmos nossas refeições perguntei a ele por que ele não consumia porco ou álcool. "Por causa de minha religião", respondeu ele, sorrindo.
"E que religião é essa?" Perguntei-me em voz alta. "Sou muçulmano", respondeu.
Luzes, sinos e apitos dispararam em minha cabeça. Percebi que dessa eu nunca tinha ouvido falar antes. Estava muito ansiosa para ouvir mais. Já tendo pesquisado e estudado toda crença sob o sol, sabia exatamente o que queria perguntar.
"Por favor, se não se importa, me diga qual é a principal crença de sua religião? Qual o ponto que você diria que melhor descreve sua religião?" Sem hesitação, sorriu novamente e disse: "Acreditamos que só existe um Deus. Deus não é parte de uma trindade, nem tem um filho. Não tem parceiros. Deus é Único."
Soava tão simples. Não tinha problemas em relação a isso. Disse a ele que fazia sentido para mim. De novo ele sorriu. Então perguntei a ele como sua religião via as mulheres. Qual era a condição delas em suas crenças?
Tendo sofrido como mulher em uma sociedade na qual minha religião fornecia pouca orientação - ou respeito - para as mulheres, prendi a respiração esperando sua resposta. Queria tanto ouvir algo que me satisfizesse!
Mais uma vez ele foi rápido na resposta. "As mulheres no Islã são iguais aos homens. Têm basicamente o mesmo status e obrigações que os homens. E recebem as mesmas recompensas e punições. Entretanto, ser igual não significa ser o mesmo. Homens e mulheres foram criados diferentes uns dos outros. São iguais, mas diferentes."
Queria saber como as diferenças se manifestavam. Ele respondeu. "No casamento, por exemplo... embora a mulher muçulmana tenha muitos direitos - talvez mais direitos que um homem - ser sustentada completamente, também é exigido dela que obedeça o marido dela."
"Obedeça o marido dela? Hummmm. O que isso significa?" Ele começou a rir. Estava claro que já tinha passado por isso antes. "Significa", explicou pacientemente, "que se uma decisão tiver que ser tomada pelo bem do casamento ou da família, embora o homem deva consultar sua esposa e pedir a opinião dela, a decisão final é dele.
Veja da seguinte forma - como se o casamento fosse um navio navegando no mar. Um navio só pode ter um capitão que em última instância é responsável por bem-estar. Um navio com dois capitães afundará."
Ele se recostou na cadeira e esperou minha resposta. Não podia pensar em qualquer argumento contra o que ele disse. Fazia sentido para mim. Sempre tinha sentido, bem no fundo, que o marido devia ter a responsabilidade final pela família. Estava satisfeita - mais que satisfeita, na verdade - a felicidade lentamente se transformou em euforia e perguntei cada vez mais excitada sobre o Islã.
Tudo que ele me disse fez todo o sentido para mim. E no meio da extrema alegria e paz que senti, também me perguntei como nunca tinha ouvido falar do Islã antes? Subhan Allah, tudo acontece na hora de Allah.
Perguntei como eu poderia aprender mais sobre essa religião e ele gentilmente se ofereceu para me colocar em contato com muçulmanos em sua mesquita, que poderiam me dar um Alcorão e responder quaisquer perguntas que eu tivesse. Ele pegou o meu telefone e prometeu me ligar. Estava em êxtase. Mal podia esperar! Era sexta-feira, 3 de dezembro de 1982.
Na segunda-feira seguinte estava nos degraus da biblioteca local, esperando que abrisse. Peguei todos os livros sobre o Islã que, infelizmente, naquela época eram poucos e não muito precisos também, mas não percebi isso na época.
Quando abri o primeiro livro, a introdução dizia: "Islã significa submissão à vontade de Deus..." Incrível! Aqui está aquela palavra "submissão"! Exatamente a palavra que eu mesma usei antes de saber qualquer coisa sobre isso.
Só sabia que era necessária a submissão completa e total ao caminho de Deus, se quisesse alcançar a paz. Naquele instante soube que tinha encontrado a verdade. Devorei os livros e aguardei ansiosa por Ahmad - o nigeriano - me contatar novamente. Fiel à sua palavra, ele o fez.
Recebi o número da mesquita e um nome de contato. Tremendo de excitação disquei, orando que alguém respondesse. E alguém o fez. O homem que atendeu minha ligação disse em um sotaque estrangeiro carregado que a pessoa por quem estava procurando não estava no momento.
Inabalável, expliquei que estava muito interessada em aprender mais sobre o Islã. Imediatamente ele me deu as boas vindas e forneceu o endereço, me convidando para ir até lá naquele momento falar com ele e receber uma cópia do Alcorão!
Estava excitada demais. Marquei uma hora para aquele dia, mais tarde, e ansiosamente me preparei com minha filha para o encontro.
Agora acho graça ao pensar em mim mesma naquele dia. Queria estar com excelente aparência. Então coloquei um terninho, encaracolei meus cabelos, coloquei maquiagem e perfume e vesti minha filha de 1 ano com seu melhor vestido!
Sabia que estávamos embarcando em uma nova vida. Minha filha e eu - juntas - éramos um time! Quando cheguei e entrei no prédio a primeira pessoa que encontrei foi uma muçulmana usando niqab. Achei-a bonita e com um visual exoticamente estrangeiro. Disse a ela que estava ali para encontrar um homem chamado Abdul Hamid.
Ela graciosamente me encaminhou na direção de uma escadaria. "Você o encontrará no escritório no topo das escadas", disse ela em inglês perfeito, o que me surpreendeu. Tinha ainda que aprender que o Islã não era uma religião "estrangeira" ou que era a religião que mais crescia no mundo. Havia tanta coisa que ainda não sabia. Mas uma coisa era inquestionável: estava no caminho certo.
Quando entrei no escritório todas as cabeças se voltaram na minha direção e então todos os olhos foram abaixados. Ninguém me olhou nos olhos. Mas todos começaram a sorrir! Sorrisos calorosos, felizes e sinceros.
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