La Bianca, Ex-Cristã, Austrália
Descrição: Uma mulher do interior se muda para a cidade e é exposta à vida da cidade e ao Islã.
- Por Selma Cook (de islamonline.net com permissão)
- Publicado em 15 Feb 2010
- Última modificação em 15 Feb 2010
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Esse artigo é baseado em uma entrevista com Sandra La Bianca, uma revertida muçulmana que mora em Perth, Austrália.
La Bianca é uma garota do interior; cresceu em uma fazenda no oeste da Austrália. Quando era criança tinha um canguru como animal de estimação e ajudava a cuidar das vacas e ovelhas. Costumava caçar coelhos e raposas. Não recebeu muita informação religiosa durante sua educação, mas acreditava em Deus e lhe ensinaram a moral tradicional italiana. Em uma casa italiana as meninas são muito protegidas.
Costumava ir à igreja com sua família aos domingos, mas era superficial; na verdade não entendia nada. Quando pensava sobre a Comunhão, tudo que sabia é que devia usar um vestido branco e recitar algumas palavras – era tudo que esperavam dela e assim o fez. Para La Bianca Jesus e Maria (que a paz esteja sobre eles) eram apenas estátuas na igreja. Ainda assim, costumava orar para Deus.
Durante seu crescimento não teve conhecimento do Islã ou dos árabes. Nem tinha visto uma cidade até ter 16 anos! Ela reconhece o fato de que era crédula e ingênua. Admite que a parte positiva era ser mais aberta e natural, expondo o que trazia em seu coração. Descobriu que as pessoas da cidade são emocionalmente mais duras e com frequência mais distantes e críticas, enquanto que no interior as pessoas tendem a aceitar as outras como são.
No interior a maioria dos homens fica na fazenda e gosta da vida no campo. Com seus caminhões, motocicletas, tiros e cavalos, a vida no campo é o paraíso de um homem! As mulheres jovens geralmente se interessam pela vida na cidade – andar na moda, agitação e festas. La Bianca deixou o interior quando estava com 16 anos em busca da animada vida da cidade. Por ter uma grande família italiana espalhada pela Austrália, La Bianca não teve dificuldades em encontrar uma tia com quem pudesse ficar na cidade.
La Bianca conseguiu seu primeiro emprego trabalhando como recepcionista e lá encontrou uma menina muçulmana chamada Tasnim, sul-africana, que entretanto não era praticante. Tasnim não usava hijab e nem orava, mas sempre se assegurava de que a carne que comia estava de acordo com as normas islâmicas. Embora fosse casta e não bebesse álcool, Tasnim frequentava clubes com a permissão de seus pais, desde que voltasse cedo para casa. A coisa mais importante que La Bianca aprendeu de Tasnim foi jejuar no Ramadã.
La Bianca lembra que sempre se sentiu atraída por muçulmanos porque as pessoas que encontrou eram afetuosas, amigas, gentis, íntegras e amavam a família. Gostava de se socializar com seus amigos muçulmanos e a atmosfera na família a lembrava de sua criação como menina do interior (boa comida e hospitalidade). Ela comenta que se sente confortável com pessoas que estão confortáveis sendo elas próprias. Observa também que as pessoas geralmente se importam demais com as outras porque não gostam de si mesmas.
Gosta especialmente de africanos por causa de sua afetuosidade e sociabilidade e considera a cultura européia muito fria e com muitas barreiras entre as pessoas. Observa que na infância ela e seus irmãos costumavam amar mais os aborígenes do que os europeus. Seu pai respeitava qualquer um que trabalhasse duro e fizesse a coisa certa. Não era de forma alguma racista. Entretanto, a mãe de La Bianca era racista e achava que os europeus eram superiores, criticando facilmente outros povos.
À medida que La Bianca convivia mais e mais com os muçulmanos ficou sabendo que os muçulmanos oram cinco vezes ao dia, mas só quando encontrou seu marido realmente aprendeu o que era o Islã.
La Bianca lembra que assim que o marido dela a encontrou, a levou para conhecer a mãe dele (o pai havia morrido alguns anos antes). Ele e La Bianca queriam um compromisso de longo prazo – o pacote completo; casamento e família. Ela começou a frequentar classes islâmicas e mudou a forma de vestir. Passou a usar saias compridas e blusas folgadas. Ela observa que enquanto aprendia sobre Deus Todo-Poderoso, tudo fez sentido; tudo era belo e harmonioso.
Comenta que gostava da idéia de que existem consequências para o que as pessoas fazem; de que todos devem tentar fazer a coisa certa. Era diferente dos ensinamentos da religião católica, com a qual foi educada: as pessoas podem fazer qualquer coisa porque Jesus lhes dará cobertura.
Todos têm um teste e o maior teste de La Bianca foi usar hijab. Ela revela que foi a mudança de sua imagem que mais a afetou. Em casa, no interior, na fazenda ou no local de trabalho, as pessoas perguntavam por que ela estava usando “aquilo.” Apesar disso, La Bianca usava vestidos longos e um lenço.
A princípio seu pai achava que ela não respeitava os amigos dele se não se vestisse de uma forma que os agradasse. Ela admite que no início se sentia culpada por ele se sentir desrespeitado, mas sua conscientização crescente de Deus Todo-Poderoso a fez perceber que queria agradar a Deus mais do que queria agradar a qualquer ser humano.
Disse a si mesma que não queria fazer concessões, porque sabia que estava fazendo a coisa certa. Se começasse a fazer concessões isso nunca acabaria, e não restaria nada do Islã! Com certeza não queria que isso acontecesse.
Apesar da dificuldade inicial no seu uso, o hijab fez muito sentido para ela. Descobriu que depois que começou a se cobrir não era abordada por homens, e se sentiu muito mais respeitada. Em seu coração, sentia que era o certo. La Bianca observa que ama a idéia das mulheres serem um tesouro, e que devem ser protegidas e vistas somente por aqueles que merecem vê-las.
La Bianca pronunciou a Shahada (testemunho de fé) na companhia de um pequeno grupo de amigos. Sentiu que o Islã era a verdade e estava sedenta para aprender mais. Seu marido e sua família a encorajaram a usar o hijab, mas levou algum tempo para usá-lo adequadamente, porque teve que se desacostumar em ser definida pelo mundo exterior com base em sua aparência.
Quando perguntada sobre a reação da comunidade muçulmana à sua reversão, disse que no início era o centro das atenções, simplesmente por ser uma nova muçulmana.
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