Salman o Persa, Zoroastriano - Pérsia (parte 2 de 2): Do Cristianismo ao Islã
Descrição: A longa busca finalmente termina com Salman encontrando o profeta prometido e, ao conquistar sua liberdade, torna-se um dos seus companheiros mais próximos.
- Por Salman, o Persa
- Publicado em 04 Jun 2012
- Última modificação em 04 Jun 2012
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O homem morreu e Salman ficou em Amuria. Um dia, “alguns mercadores da tribo de Kalb[1] passaram por mim”, disse Salman. “Disse-lhes: ‘Levem-me para a Arábia e darei a vocês minhas vacas e a única ovelha que tenho.’” Eles disseram: “Sim.”Salman deu-lhes o que tinha oferecido e o levaram com eles. Quando chegaram a Wadi al-Qura [próximo a Medina], venderam-no como escravo a um judeu. Salman ficou com o judeu e viu as tamareiras [que seus companheiros anteriores tinham descrito].
“Queria que fosse o mesmo lugar descrito por meu companheiro.”
Um dia, um homem que era primo do amo de Salman da tribo judaica de Bani Quraidha em Medina veio para uma visita. Ele comprou Salman de seu amo judeu.
“Levou-me com ele para Medina. Por Deus! Quando a vi, sabia que era o lugar que meu companheiro descreveu.”
Então, Deus enviou[2] seu mensageiro [ou seja, Muhammad, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele]. Ficou em Meca pelo mesmo tempo que ele.[3] Não ouvi nada a respeito dele porque estava muito ocupado com o trabalho como servo e então ele migrou para Medina.
Um dia, estava em uma tamareira no topo de um de seus cachos de tâmara fazendo um trabalho para meu amo. Um primo veio, ficou na frente dele [seu amo estava sentado] e disse: “Que pena de Bani Qilah [pessoas da tribo de Qilah]. Estão reunidos em Qiba[4] ao redor de um homem que veio hoje de Meca reivindicando ser um profeta!”
Tremi tão fortemente quando o ouvi que tive medo de cair sobre meu amo. Desci e perguntei: ‘O que está dizendo!? O que está dizendo!?’
Meu amo ficou zangado e me esmurrou com força, dizendo: “O que você tem a ver com esse assunto? Vá e cuide da sua vida.”
Eu disse: “Nada! Só queria ter certeza do que ele estava falando.”
Naquela noite, fui ver o mensageiro de Deus enquanto ele estava em Qiba. Levei algo comigo do que tinha economizado. Entrei e disse: “Disseram-me que é um homem virtuoso e que em sua companhia estão estrangeiros em necessidade. Queria oferecer-lhe algo que economizei como caridade. Acho que merece mais do que qualquer outra pessoa.”
Ofereci a ele; ele disse a seus companheiros: “Comam”, mas ele mesmo manteve sua mão afastada [ou seja, não comeu]. Disse a mim mesmo: “Esse é um [ou seja, um dos sinais de sua missão profética]”
Em seguida a esse encontro com o profeta, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, Salman saiu para preparar outro teste! Dessa vez trouxe um presente para o profeta em Medina.
“Vi que não comeu do que foi dado como caridade. Então, aqui está um presente com o qual desejo honrá-lo.” O profeta comeu e ordenou a seus companheiros que fizessem o mesmo, o que eles fizeram. Disse a mim mesmo: “Agora são dois [ou seja, dois dos sinais da missão profética]”
No terceiro encontro Salman veio até Baqi-ul-Gharqad [um cemitério em Medina] onde o profeta, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, participava do funeral de um de seus companheiros. Salman disse:
“Eu o saudei [com a saudação do Islã: ‘Que a paz esteja sobre vós’] e então tentei ver o selo dos profetas em suas costas, que tinha sido descrito por meu companheiro. Quando viu minha atitude, sabia que eu estava tentando confirmar algo descrito a mim. Tirou a túnica de suas costas e vi o selo. Eu o reconheci. Prostrei-me sobre o selo, beijando-o e chorando. O mensageiro de Deus, que a misericórdia e bênção de Deus estejam sobre ele, me disse para conversar com ele. Contei-lhe minha história como fiz com você, Ibn Abas [lembre que Salman está contando sua história para Ibn Abas]. Ele [o profeta] gostou tanto, que queria que eu a contasse a seus companheiros.”
Ele ainda era um servo, propriedade de seu amo. O profeta disse a ele: “Faça um contrato [com seu amo] por sua liberdade Salman.” Salman obedeceu e fez um contrato [com seu amo] por sua liberdade. Chegou a um acordo com seu amo no qual pagaria quarenta onças de ouro e plantaria trezentas novas tamareiras. O profeta então disse a seus companheiros: “Ajudem seu irmão.”
Eles o ajudaram com as tamareiras e juntaram para ele a quantia especificada. O profeta ordenou a Salman que cavasse buracos adequados para plantar as mudas e plantou cada uma delas com suas próprias mãos. Salman disse: “Por aquele em Cujas mãos está minha alma [ou seja, Deus], nenhuma árvore morreu.”
Salman deu as árvores para seu amo. O profeta deu a Salman um pedaço de ouro que era do tamanho do ovo de uma galinha e disse: “Tome isso Salman e pague [ou seja, seu amo] o que deve.”
Salman disse: “Quanto é isso em relação ao que devo?”
O profeta disse: “Pegue! Deus tornará equivalente ao que deve.” [5]
Peguei e pesei uma parte e era quarenta onças. Salman deu o ouro para seu amo. Cumpriu o acordo e foi libertado.
A partir daquele momento, Salman tornou-se um dos companheiros mais próximos do profeta.
A Busca pela Verdade
Um dos grandes companheiros do profeta, com o nome de Abu Hurairah, relatou:
“Estávamos sentados na companhia do mensageiro de Deus quando a surata al-Jumuah (surata 62) foi revelada. Ele recitou essas palavras:
“Ele foi Quem escolheu, entre os iletrados, um Mensageiro da sua estirpe, para ditar-lhes os Seus versículos, consagrá-los e ensinar-lhes o Livro e a sabedoria, porque antes estavam em evidente erro.” (Alcorão 62:3)
Uma pessoa perguntou: “Ó mensageiro de Deus! Quem são os que estavam em evidente erro?”
O mensageiro de Deus não respondeu. Salman, o persa estava entre nós. O mensageiro de Deus colocou sua mão em Salman e disse: “Por Aquele em Cujas mãos está minha alma, mesmo que a fé estivesse próxima às Plêiades (as sete estrelas) homens como esse [ou seja, do povo de Salman] certamente a alcançariam.” (At-Tirmidhi)
Muitos nesse mundo são como Salman, buscando pela verdade sobre o Verdadeiro e Único Deus. Essa história de Salman é semelhante às histórias de pessoas em nossa própria época. A busca de algumas pessoas as leva de uma igreja a outra, da igreja para o Budismo ou passividade, do Judaísmo para a “neutralidade”, de religião a meditações e abuso mental. São os que mudam de uma ideia para outra, mas não nem pensam em saber algo sobre o Islã! Quando encontraram alguns muçulmanos, entretanto, abriram suas mentes. A história de Salman é a de uma longa busca. Você pode encurtar sua busca beneficiando-se da dele.
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