Raphael Narbaez Jr., Ministro das Testemunhas de Jeová, EUA (parte 2 de 2)

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Descrição: Primeiro ele encontra muçulmanos e a fé, e finalmente sua aceitação do Islã.

  • Por Raphael Narbaez Jr.
  • Publicado em 13 Sep 2010
  • Última modificação em 13 Sep 2010
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Pobre Melhor

Estávamos trabalhando nesse mall.  É época de festas e colocam estandes extras nos corredores.  Havia uma garota em um e tínhamos que passar bem na frente dela.  Eu dizia: “Bom dia, como vai?” Se ela dizia algo, era “Oi.” E era tudo.

Finalmente eu disse: “Moça, você nunca diz nada. Só queria me desculpar se disse algo errado.”

Ela disse: “Não, sou muçulmana.”

“Você é o quê?”

“Sou muçulmana, e muçulmanas não falam com homens a menos que tenham algo específico para conversar, de outra forma não temos nada a ver com homens.”

“Ohhhhh. Muçulmana.”

Ela disse: “Sim, praticamos a religião do Islã.”

“Islã – como se soletra?”

“I-s-l-ã.”

Na época, sabia que todos os muçulmanos eram terroristas.  Ela nem tinha uma barba.  Como ela podia ser muçulmana?

“Como essa religião começou?”

“Bem, houve um profeta.”

“Um profeta?”

“Muhammad, que Deus o louve.”

Comecei uma pesquisa.  Mas tinha vindo de outra religião.  Não tinha intenção de me tornar muçulmano.

Os feriados acabaram.  O estande foi removido.  Ela partiu.

Continuei a orar, e perguntei por que minhas orações não eram respondidas.  Em novembro de 1991 fui pegar meu tio Rockie no hospital para trazê-lo para casa.  Comecei a esvaziar suas gavetas e embalar suas coisas e havia uma Bíblia de Gideão.  Pensei que Deus tinha respondido minhas orações.  Essa Bíblia de Gideão. (Claro, eles a colocam em todo quarto de hotel.) Era um sinal de Deus de que Ele estava pronto para me ensinar.  Então roubei a Bíblia.

Fui para casa e comecei a orar: Ó Deus, me ensine a ser um cristão.  Não me ensine o caminho das Testemunhas de Jeová.  Não me ensine o caminho católico.  Ensine-me Seu caminho! Tu não terias feito essa Bíblia tão difícil para que pessoas sinceras comuns em oração não pudessem entendê-la.

Li todo o Novo Testamento.  Comecei o Velho Testamento.  Bem, eventualmente existe uma parte na Bíblia sobre os profetas.

Bing!

Pensei: Espere um minuto, aquela moça muçulmana disse que eles tinham um profeta.  Como ele não está aqui?

Comecei a pensar, muçulmanos – um bilhão no mundo.  Cara, uma em cada cinco pessoas na rua, teoricamente, poderia ser muçulmana.  E pensei: Um bilhão de pessoas! Vamos lá, Satanás é bom.  Mas não é tão bom.

Então eu disse: lerei o livro deles, o Alcorão, e verei o que tipo de pacote de mentiras é essa coisa.  Provavelmente tem uma ilustração de como desmontar um AK-47. Então fui a uma livraria árabe.

Perguntaram: “No que podemos ajudá-lo?”

“Estou procurando um Alcorão.”

“Ok, temos alguns aqui.”

“Tinham alguns muito bonitos – trinta dólares, quarenta dólares.”

“Olha, eu só queria ler, não quero me tornar um, ok?”

“Ok, temos essa pequena edição em brochura de cinco dólares.”

Fui para casa e comecei a ler meu Alcorão do início, com Al-Fatiha.  E não pude tirar meus olhos dele.

Hei, veja isso.  Fala sobre Noé.  Temos Noé em nossa Bíblia também.  Hei, fala muito sobre Lot e Abraão.  Não posso acreditar.  Nunca soube que o nome de Satanás era Iblis.  Hei, e isso aqui.

Quando você tem aquela imagem na sua TV e tem um pouco de estática e você aperta aquele botão [klop] – sintonia fina.  Foi exatamente o que aconteceu com o Alcorão.

Li tudo.  Então eu disse, ok, fiz isso, agora qual é a próxima coisa que tenho que fazer? Bem, você tem que ir ao lugar de reunião deles.  Olhei nas páginas amarelas, e finalmente encontrei: Centro Islâmico do Sul da Califórnia, em Vermont.  Liguei e disseram: “Venha na sexta.”

Agora estava realmente ficando nervoso, porque sabia que teria que enfrentar Habib e sua AK-47.

Queria que as pessoas entendessem como é para um cristão americano vir para o Islã.  Estou brincando sobre a AK-47, mas não sei se esses caras têm adagas debaixo de seus casacos, sabe como é.  Então, fui para frente e havia um irmão que era um armário com barba e tudo e eu estava amedrontado.

Caminhei e disse: “Com licença, senhor.”

[Sotaque árabe:] “Para trás!”

Ele pensou que eu já era um irmão.

Eu disse: “Sissenhor, sissenhor” [humildemente].

Não sabia para onde estava indo, mas fui para trás de qualquer jeito.    Estava lá de pé, tímido, e as pessoas estavam sentadas ouvindo à palestra.  E as pessoas diziam, venha, irmão, sente.  E eu dizia, não, obrigado, estou só visitando.

Finalmente a palestra acabou.  Todos se alinharam para a oração e fizeram sajdah.  Fiquei realmente surpreso.

Começou a fazer sentido intelectualmente, em meus músculos, em meus ossos, em meu coração e minha alma.

As orações acabaram.  Disse, hei, quem vai me reconhecer? Comecei a me misturar como um dos irmãos e estava entrando na mesquita quando um irmão disse, “Assalamu alaikum.” E pensei, ele disse “sal e bacon”?

“Assalaamu alaikum.”

Havia outro cara que dizia “sal e bacon” para mim.

Não sabia o quê estavam dizendo, mas todos sorriam.

Antes que um desses caras notasse que eu não deveria estar ali e me levasse para a câmara de torturas, ou cortasse minha cabeça, queria ver o máximo que pudesse.  Eventualmente fui para a biblioteca e havia um jovem irmão egípcio, seu nome era Omar.  Deus o enviou para mim.

Omar veio até mim e disse: “Desculpe-me. É sua primeira vez aqui?” Ele tem um sotaque realmente forte.

E eu disse, Sim, é.

“Ó, muito bom. Você é muçulmano?”

“Não, só estou lendo um pouco.”

“Ah, está estudando? É sua primeira visita à mesquita?”

“Sim.”

“Venha, deixe-me mostrar o lugar.” E me pega pela mão e eu andando com outro homem - de mãos dadas.  E disse, esses muçulmanos são amigáveis.

Então ele me mostrou o lugar.

“Primeiro, esse é a nossa sala de orações e você tira seus sapatos bem aqui.”

“O que são essas coisas?”

“São pequenos cubículos. Aqui você põe seus sapatos.”

“Por quê?”

“Bem, porque você está se aproximando da área de oração e é muito sagrada. Você não vai lá com seus sapatos; é mantida muito limpa.”

Então ele me leva para a sala dos homens.

“E aqui é onde fazemos wudu.”

“Vudu! Não li nada sobre vudu!”

“Não, não vudu. Wudu!”

“Ok, eu vi aquele negócio com bonecos e alfinetes e não estou pronto para esse tipo de compromisso ainda.”

Ele diz “Não, wudu, é quando nos purificamos.”

“Por que fazem isso?”

“Bem, quando você ora a Deus, deve estar limpo, então lavamos nossas mãos e pés.”

Então aprendi todas essas coisas.  Ele me deixou ir e disse “Volte.”

Voltei e pedi ao bibliotecário um panfleto sobre oração, fui para casa e pratiquei.  Senti que se estivesse tentando fazê-la direito, Deus a aceitaria.  Continuei a ler e ler e a visitar a mesquita.

Tinha um compromisso de ir numa turnê do Meio-Oeste em um circuito de comédia.  Bem, levei meu tapete de orações comigo.  Sabia que devia orar em certos horários, mas havia certos lugares onde não deveria orar, um dos quais era o banheiro.  Fui ao compartimento dos homens em uma parada turística, estiquei meu tapete e comecei a fazer minhas orações.

Voltei e quando Ramadã terminou, comecei a receber chamadas de partes diferentes do país para dar palestras como um ministro das Testemunhas de Jeová que abraçou o Islã.  As pessoas me acham uma novidade.

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