Estudiosos Cristãos Reconhecem Contradições na Bíblia (parte 6 de 7): Adulteração Impiedosa com o Texto da Bíblia

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Descrição: Mais exemplos de adulteração da Bíblia.

  • Por Misha’al ibn Abdullah (retirado do livro: What Did Jesus Really Say? (O que Jesus Realmente Disse?))
  • Publicado em 25 Oct 2010
  • Última modificação em 25 Oct 2010
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Christian_Scholars_Recognize_Contradictions_in_the_Bible_(part_6_of_7)_PT_001.jpgO Dr. Lobegott Friedrich Konstantin Von Tischendorf foi um dos estudiosos cristãos conservadores mais eminentes do século dezenove. Também foi um dos defensores mais leais e inflexíveis da Trindade que a história conheceu. Uma das suas grandes realizações foi a descoberta do manuscrito bíblico conhecido pela humanidade mais antigo, o “Codex Sinaiticus”, do monastério de Santa Catarina no Monte Sinai. Uma das descobertas mais devastantes feitas a partir do estudo desse manuscrito do século quatro foi que o Evangelho de Marco terminava originalmente nos versos 16:8 e não no verso 16:20 como acontece hoje. Em outras palavras, os últimos 12 versos (Marcos 16:9 a Marcos 16:20) foram “injetados” pela igreja na Bíblia em algum momento depois do século 4. Clemente de Alexandria e Orígenes nunca citaram esses versos. Posteriormente também foi descoberto que os ditos 12 versos, onde consta o relato da “ressurreição de Jesus”, não aparecem nos códigos Siríaco, Vaticano e Bobiensis. Originalmente o “Evangelho de Marcos” não continha menção da “ressurreição de Jesus” (Marcos 16: 9-20). Pelo menos quatrocentos anos (se não mais) depois da partida de Jesus a Igreja recebeu a “inspiração” divina para adicionar a história da ressurreição ao final desse evangelho.

O autor do “Codex Sinaiticus” não tinha dúvida de que o Evangelho de Marcos terminava em Marcos 16:8. Para enfatizar esse ponto encontramos que imediatamente a seguir desse verso ele termina o texto com um til artístico e as palavras “O Evangelho de acordo com Marcos”. Tischendorf foi um cristão conservador inflexível e como tal conseguiu deixar de lado essa discrepância, uma vez que em sua estimativa o fato de Marcos não ser um apóstolo nem uma testemunha ocular do ministério de Jesus, tornava o seu relato secundário em relação aos dos apóstolos Mateus e João. Entretanto, como visto várias vezes nesse livro, a maioria dos estudiosos cristãos reconhece os escritos de Paulo como os mais antigos da Bíblia. Eles são seguidos de perto pelo “Evangelho de Marcos”, e os “Evangelhos de Mateus e Lucas” são quase que universalmente reconhecidos como sendo baseados no “Evangelho de Marcos.” Essa descoberta foi o resultado de séculos de estudos detalhados e esmerados por esses estudiosos cristãos e os detalhes não podem ser repetidos aqui. É suficiente dizer que os estudiosos cristãos de maior reputação hoje reconhecem isso como um fato básico indisputável.

Hoje, os tradutores e editores de nossas Bíblias modernas estão começando a ser um pouco mais acessíveis e honestos com seus leitores. Embora não admitam abertamente que esses doze versos sejam fraudes da Igreja e não a palavra de Deus, pelo menos estão começando a chamar a atenção do leitor para o fato de que existem duas “versões” do “Evangelho de Marcos” e então deixam que o leitor decida o que fazer com essas duas “versões”.

Agora a pergunta passa a ser “se a Igreja adulterou o Evangelho de Marcos, parou por aí ou tem mais nessa história?” Tischendorf também descobriu que o “Evangelho de João” tinha sido fortemente retrabalhado pela Igreja ao longo dos séculos. Por exemplo:

1.Foi descoberto que os versos começando de João 7:53 a 8:11 (a história da mulher tomada em adultério) não são encontrados nas cópias mais antigas da Bíblia disponíveis para o Cristianismo hoje, especificamente os códigos Sinaiticus ou Vaticano.

2.Também foi encontrado que João 21:25 foi uma inserção posterior e que um verso do evangelho de Lucas (24:12) que fala de Pedro descobrindo o túmulo vazio de Jesus não é encontrado nos manuscritos antigos.

(Para mais sobre esse tópico por favor leia “Secrets of Mount Sinai” (Segredos do Monte Sinai) de James Bentley, Doubleday, Nova Iorque, 1985).

Muitas das descobertas do Dr. Tischendorf em relação à adulteração contínua e impiedosa do texto da Bíblia ao longo dos tempos foi verificada pela ciência do século vinte. Por exemplo, um estudo do Codex Sinaiticus sob luz ultravioleta revelou que o “Evangelho de João” terminava originalmente no verso 21:24 e foi seguido por um pequeno til e então pelas palavras “O Evangelho de acordo com João.” Entretanto, algum tempo depois, um indivíduo “inspirado” diferente pegou a pena, apagou o texto que se seguia ao verso 24 e então adicionou o texto “inspirado” de João 21:25 que encontramos em nossas Bíblias hoje.

A evidência de adulteração prossegue. Por exemplo, no Codex Sinaiticus o Pai-Nosso de Lucas difere substancialmente da versão que chegou até nós através da atuação de séculos de correção “inspirada”. Lucas 11: 2-4 nesse manuscrito mais antigo de todos diz:

“Pai, Santificado pelo teu nome, Teu reino vem. Seja feito, como nos céus, na terra. Dê-nos nosso pão de cada dia. E perdoe nossos pecados como perdoamos todos que nos estão em dívida. E não nos deixe cair em tentação.”

Além disso, o “Codex Vaticanus” é outro manuscrito antigo mantido pelos estudiosos do Cristianismo na mesma posição reverencial do Codex Sinaiticus. Esses códigos do século quatro juntos são considerados as cópias mais antigas da Bíblia disponíveis hoje. No codex Vaticanus encontramos uma versão de Lucas 11:2-4 ainda mais curta que a do Codex Sinaiticus. Nessa versão até as palavras “Seja feito, como nos céus, na terra” não são encontradas.

Qual tem sido a posição oficial da Igreja em relação a essas “discrepâncias”? Como a Igreja decidiu lidar com essa situação? Conclamaram os estudiosos mais destacados da literatura cristã para se reunirem em uma conferência, para juntos estudarem os manuscritos cristãos mais antigos disponíveis para a Igreja e chegarem a um acordo em relação à verdadeira palavra original de Deus? Não!

Imediatamente dedicaram todos os esforços para fazer cópias em massa dos manuscritos originais e enviá-los para o mundo cristão para que pudessem tomar suas próprias decisões sobre qual era a verdadeira palavra imutável de Deus?  Mais uma vez, não!

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