Jesus, filho de Maria (parte 5 de 5): Povo do Livro
Descrição: Uma visão geral de alguns dos termos que o Alcorão usa para Jesus e seus seguidores de antes do advento de Muhammad: o “Bani Israeel”, “Eissa” e o “Povo do Livro”.
- Por Aisha Stacey (© 2009 IslamReligion.com)
- Publicado em 04 May 2009
- Última modificação em 04 May 2009
- Impresso: 810
- 'Visualizado: 44,154 (média diária: 8)
- Classificado por: 131
- Enviado por email: 0
- Comentado em: 0
Depois de ler e compreender o que os muçulmanos acreditam sobre Jesus, filho de Maria, algumas perguntas podem vir à mente, ou temas requererem esclarecimento. Você pode ter lido o termo “Povo do Livro” e não ter ficado totalmente claro o que significa. Da mesma forma, ao explorar a literatura disponível sobre Jesus você pode ter visto o nome Eissa e se perguntado se Jesus e Eissa eram a mesma pessoa. Se você está pensando em investigar um pouco mais ou talvez ler o Alcorão, os pontos seguintes podem ser de interesse.
Quem é Eissa?
Eissa é Jesus. Talvez por causa da diferença na pronúncia, muitas pessoas podem não estar cientes que quando ouvem um muçulmano falar sobre Eissa, ele está de fato falando sobre o Profeta Jesus. A forma escrita de Eissa pode variar - Isa, Esa, Essa e Eissa. A língua árabe é escrita em caracteres árabes e qualquer sistema de transliteração tenta reproduzir o som fonético. Independentemente da forma de escrever, todas indicam Jesus, o Mensageiro de Deus.
Jesus e seu povo falavam aramaico, uma língua da família semítica. Faladas por mais de 300 milhões de pessoas no Oriente Médio, Norte da África e Chifre da África, as línguas semitas incluem, entre outras, o árabe e o hebraico. O uso da palavra Eissa é a tradução mais próxima da palavra aramaica para Jesus – Eeshu. Em hebraico se traduz como Yeshua.
Traduzir o nome de Jesus para línguas não-semitas complica as coisas. Não havia nenhum “J” em nenhuma língua até o século quatorze[1], então, consequentemente, quando o nome de Jesus foi traduzido para o grego, ficou Iesous, e em latim, Iesus[2]. Posteriormente, o “I” e o “J” foram usados de forma intercambiável e finalmente o nome fez a transição para Jesus. O “S” no final é indicativo da língua grega, na qual todos os nomes masculinos terminavam em “S”.
Aramaico |
Árabe |
Hebraico |
Grego |
Latim |
Português |
Eeshu |
Eisa |
Yeshua |
Iesous |
Iesus |
Jesus |
Quem é o Povo do Livro?
Quando Deus se refere ao Povo do Livro, Ele está falando principalmente dos judeus e cristãos. No Alcorão o povo judeu é chamado de Bani Israeel, literalmente Filhos de Israel, ou comumente, os israelitas. Esses grupos distintos seguem, ou seguiam, a revelação de Deus como foi revelada no Torá e no Injeel. Você também pode ouvir os judeus e cristãos serem chamados de “Povo da Escritura”.
Os muçulmanos acreditam que os livros divinamente revelados antes do Alcorão foram perdidos na antiguidade, ou mudados e distorcidos, mas também reconhecem que os verdadeiros seguidores de Moisés e Jesus eram muçulmanos que adoravam o Deus Único com submissão verdadeira. Jesus, filho de Maria, veio para confirmar a mensagem de Moisés e guiar os Filhos de Israel de volta à senda reta. Os muçulmanos acreditam que os judeus (Filhos de Israel) negaram a missão e mensagem de Jesus, e os cristãos incorretamente o elevaram à posição de um deus.
“Ó Povo do Livro! Não exagereis em vossa religião, profanando a verdade, nem sigais o capricho daqueles que se extraviaram anteriormente, desviaram muitos outros e se desviaram da verdadeira senda!” (Alcorão 5:77)
Já discutimos nas partes anteriores como o Alcorão lida amplamente com o Profeta Jesus e sua mãe Maria. Entretanto, o Alcorão também inclui muitos versículos nos quais Deus fala diretamente ao Povo do Livro, particularmente aqueles que se chamam de cristãos.
É dito aos cristãos e judeus para não criticarem os muçulmanos por acreditarem no Deus Único, mas Deus também chama atenção para o fato de que os cristãos (aqueles que seguem os ensinamentos de Cristo) e os muçulmanos têm muito em comum, incluindo seu amor e respeito por Jesus e todos os Profetas.
“..Constatarás que aqueles que estão mais próximos do afeto dos fiéis são os que dizem: Somos cristãos! Porque possuem sacerdotes e não ensoberbecem de coisa alguma.
E, ao escutarem o que foi revelado ao Mensageiro, tu vês lágrimas a lhes brotarem nos olhos; reconhecem naquilo a verdade,
dizendo: Ó Senhor nosso, cremos! Inscreve-nos entre os testemunhadores!” (Alcorão 5:83)
Como Jesus, filho de Maria, o Profeta Muhammad veio para confirmar a mensagem de todos os profetas antes dele; chamou as pessoas para adorar o Deus Único. Sua missão, entretanto, era diferente dos profetas anteriores (Noé, Abraão, Moisés, Jesus e outros) em um ponto. O Profeta Muhammad veio para toda a humanidade, enquanto que os Profetas antes dele vieram especificamente para seu próprio tempo e povo. O advento do Profeta Muhammad e a revelação do Alcorão completaram a religião que tinha sido revelada ao Povo do Livro.
Deus falou ao Profeta Muhammad no Alcorão e lhe disse para chamar o Povo do Livro dizendo:
“Dize-lhes (Muhammad): ‘Ó adeptos do Livro, vinde, para chegarmos a um termo comum, entre nós e vós: Comprometamo-nos, formalmente, a não adorar senão a Deus, a não Lhe atribuir parceiros e a não nos tomarmos uns aos outros por senhores, em vez de Deus.” (Alcorão 3:64)
O Profeta Muhammad disse a seus companheiros e, portanto, a toda a humanidade:
“De todos sou o mais próximo ao filho de Maria, e todos os profetas são irmãos paternais, e não houve profeta entre eu e ele (ou seja, Jesus).”
E também:
“Se um homem acredita em Jesus e então acredita em mim, receberá dupla recompensa.” (Saheeh Al-Bukhari)
O Islã é uma religião de paz, respeito e tolerância, e adota uma atitude justa e compassiva em relação às outras religiões, particularmente em relação ao Povo do Livro.
Adicione um comentário