Capítulo 107, Al-Ma’un (Os Obséquios)

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Descrição: Um breve comentário do capítulo 107 do Alcorão Sagrado. Esses versículos falam sobre as características daqueles que negam ou são negligentes sobre o Dia do Juízo.

  • Por Aisha Stacey (© 2016 IslamReligion.com)
  • Publicado em 07 Nov 2016
  • Última modificação em 07 Nov 2016
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Introdução

Maun_107.jpgA maioria dos sábios do Islã concorda que esse capítulo foi revelado na cidade de Meca.  A revelação nos primeiros anos do Islã, antes da migração, focava principalmente no estabelecimento da fé e crenças básicas do Islã: a unicidade de Deus, Seus sinais e evidências, a missão profética de Muhammad e o Julgamento final.  Esse capítulo diz respeito a dois dos ensinamentos fundamentais do Islã: como orar e como fazer caridade.  Essas duas coisas mostram sua conexão com a Outra Vida e se você acredita com certeza ou não no julgamento de Deus. 

Esse capítulo recebe o nome das palavras finais do último versículo.  Uma ação pequena e aparentemente insignificante, mas que tem muito peso aos olhos de Deus.

Versículos 1-3 Aqueles que negam o Julgamento

Deus pergunta ao profeta Muhammad, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele: Tens reparado em quem nega a religião? Prosseguem em seus modos pecaminosos recusando-se a aceitar que terão que prestar contas.  São reconhecidos pela maneira como agem.  São os que afastam os órfãos, os mais vulneráveis de qualquer sociedade.  Em essência Deus está nos pedindo para olharmos ao nosso redor e ver aqueles que negam qualquer tipo de julgamento ou recompensa por seus comportamentos.   Se você só se preocupa consigo mesmo e com sua posição nesse mundo, é fácil afastar os que precisam de ajuda.  Se nega o julgamento, não há necessidade de se importar com os menos afortunados.

Não só aqueles que negam a recompensa afastam e ignoram os pobres, mas também se recusam a encorajar ou inspirar outros a ajudarem os necessitados.  Não encorajam que se alimente os pobres.  Na época do profeta os líderes da sociedade mecana pisavam nos direitos dos pobres e desolados.  Hoje podemos ver o mesmo nos políticos e líderes de comunidades que se recusam a cuidar dos membros mais indefesos de qualquer sociedade.  Cuidar dos fracos e alimentar os pobres não é algo que encorajem e no Dia do Juízo serão julgados duramente.

É direito de o pobre ser alimentado e cuidado por aqueles que têm os meios para fazê-lo.  Nesse capítulo Deus mostra a conexão entre negação da recompensa e mau comportamento.  Também vai além ao conectar a oração com comportamento.

Versículos 4-7 Aqueles que são negligentes na oração.

O versículo quatro exige nossa atenção.   Ai, pois, dos praticantes das orações.  A pessoa que lê esse versículo pensa imediatamente: "Eu? Está se referindo a mim? Eu oro." Refere-se aos negligentes na oração que a adiam deliberadamente, se movem pelas posições da oração como uma galinha pegando alimento no chão ou oram desejando que a oração acabe.  Podem executar a oração, mas seus corações são duros e não se abrem para a essência e propósito da oração.  Existem algumas pessoas que oram apenas porque é uma obrigação ou, de outra forma, a oração não teria lugar em seus corações ou suas vidas.  

Essa advertência não inclui os que ficam aquém em suas orações, mas se empenham em manter o foco de seus pensamentos.   Nem inclui os distraídos ou atormentados por sussurros.  Inclui os que negam sua própria necessidade por oração e os que fariam qualquer coisa, em vez de se levantarem para orar quando é feito o chamado.

Essas pessoas são reconhecíveis pelo seu comportamento.  Fazem exibição de suas obrigações religiosas, mas se recusam a ajudar outros.  Querem que os outros os vejam como pessoas boas e religiosas, mas são descuidados em relação a como Deus os vê.   Resistem em demonstrar até a menor das gentilezas com os outros.  Suas orações não afetaram seus corações ou comportamento.  Seus corações são duros.  Nesse capítulo Deus está nos dizendo que as duas coisas amolecerão nossos corações: oração e caridade.  Essas duas coisas estão interligadas.

Esse capítulo fala sobre crimes contra pessoas e contra Deus.  Se uma pessoa se recusa a reconhecer que é direito dos pobres e necessitados receberem ajuda, também se recusa a dar a Deus Seus direitos, especificamente o direito de ser adorado.  As pessoas que se encaixam nessa descrição são tão centradas em si mesmas que se recusam a fazer até a menor das gentilezas, coisas tão simples como um sorriso.

Nossas ações têm consequências e a mais importante de todas as consequências ficará clara no Dia do Juízo.  Deus está nos dizendo claramente como evitar um resultado desastroso naquele Dia fatídico.

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