Ritos funerários no Islã (parte 1 de 3): Toda a alma provará o sabor da morte

Classificação:
Tamanho da fonte:
A- A A+

Descrição: Preparação para a morte.

  • Por Aisha Stacey (© 2014 IslamReligion.com)
  • Publicado em 15 Dec 2014
  • Última modificação em 21 Mar 2021
  • Impresso: 83
  • 'Visualizado: 22,994 (média diária: 6)
  • Classificação: nenhum ainda
  • Classificado por: 0
  • Enviado por email: 0
  • Comentado em: 1
Pobre Melhor

Funeral-Rites-in-Islam-(par.jpgNesse ainda brilhante e reluzente século 21 muitos de nós esquecemos da morte.  É uma estranha assustadora.  Uma sobre a qual não ousamos pensar por medo de que chegue pelas costas e nos leve da única vida que conhecemos.  No passado, entretanto, a morte era uma amiga sempre presente.  As pessoas nasciam e morriam em casa, cercadas pela família ou amigos e a morte era aceita como uma parte inevitável da vida.  A morte se tornou uma estranha confinada aos mortuários de hospitais frios e quietos e a funerárias.  Os direitos dos agonizantes e mortos não são mais de grande importância.

A morte chegará para cada um de nós.  O Profeta Muhammad, que Deus o exalte, disse: "Lembrem-se sempre da destruidora de prazeres (ou seja, morte)".[1] A religião do Islã não esqueceu da morte, nem dos direitos dos que estão morrendo.  O Islã nos fornece um conjunto completo de instruções para aquele que está morrendo, os que estão presentes na hora da morte e os responsáveis pelo enterro do morto.

"Toda a alma provará o sabor da morte." (Alcorão 3:185)

Como devem se comportar os que estão enfrentando a morte

A morte é inevitável, mas existem certas coisas que um crente pode fazer para se preparar para sua partida para a vida eterna. 

A primeira é permanecer paciente em face de um evento sobre o qual não temos controle, e os doentes ou feridos devem evitar acusar ou amaldiçoar Deus por suas desgraças.  Existem muitos ditos e tradições autênticas do profeta Muhammad que explicam como e por que a doença e os ferimentos expiam pecados e más ações.  Nesse site você encontrará artigos que detalham os benefícios da paciência e aceitação da vontade de Deus[2]. O Profeta Muhammad disse:

"Como é maravilhoso o assunto do crente, porque seus assuntos são todos bons. Se algo de bom lhe acontece, é agradecido e isso é bom para ele. Se algo de mau lhe acontece, suporta com paciência e isso é bom para ele."

Ao enfrentar qualquer grau de dor e sofrimento não é permitido reclamar e lamuriar-se sobre o decreto de Deus.  Entretanto, o Islã nos diz que é permissível clamar diretamente a Deus e colocar diante Dele todos os nossos medos, dores e sofrimento.  O profeta Jacó clamou a Deus quando temeu a perda de seus amados filhos, José e Benjamim.

"Só exponho perante Deus o meu pesar e a minha angústia..." (Alcorão 12:86)

Saber que apenas Deus tem o controle sobre nossas vidas significa que um crente é capaz de oscilar entre os estados de medo e esperança.  Temeroso devido à natureza e número de pecados que adquiriu, mas esperançoso que Deus o perdoará e proverá proteção contra tudo que teme.  Um crente em face da morte coloca sua confiança em Deus, sabendo que o decreto de Deus é sem dúvida um teste, mas uma decisão justa.

 Antes que a morte o consuma, um crente deve se assegurar que seus assuntos estão em ordem.  Deve fazer seu testamento e tentar acertar quaisquer débitos.  O profeta Muhammad comentou sobre ambos os assuntos.  É dever de um muçulmano que tem algo a legar não deixar que duas noites se passem sem escrever um testamento.[3] A alma de um crente permanece em suspenso até que todos os seus débitos sejam pagos.[4]

Como deve se comportar quem lida com uma pessoa que está morrendo

A pessoa doente deve ser lembrada de maneira gentil que mesmo a doença tem um lado positivo.  É expiação de negligência ou erro anterior e é uma fonte de grande recompensa para quem confia em Deus e suporta a provação com paciência.  Ao visitar uma pessoa doente ou à morte um crente deve orar e fazer súplicas.  De acordo com a amada esposa do profeta, Aisha, que Deus esteja satisfeito com ela, sempre que ele visitava uma pessoa doente costumava orar usando as seguintes palavras:

Senhor do universo, remova a aflição desse paciente por somente Tu podes ser o curador, ninguém pode curar exceto através de Ti: cure-o tão completamente que a aflição seja removida completamente.[5]        

 Se um crente visita um paciente não-muçulmano, deve buscar ajuda de Deus e convidar o paciente a aceitar o Islã. 

Uma das coisas mais importantes para lembrar sobre um crente doente ou ferido é que os anjos estão ao seu redor.  As palavras faladas à beira da cama devem ser palavras gentis e carinhosas, cheias de súplicas porque os anjos reunidos respondem dizendo "Amém" (significa: Ó Deus, responda) a tudo que é dito.  Também se deve perguntar ao paciente o que ele deseja e o crente deve fazer o máximo para atender.  Talvez seja comida ou bebida, enviar uma mensagem ou ver um membro da família ou amigo específicos.

Quando a morte se torna inevitável

Uma pessoa à morte vê o que não vemos.  Pode oscilar entre a consciência e a inconsciência.  Pode ficar muito fraca e ouvir, mas ser incapaz de responder.  Isso é conhecido como a "batalha da morte" e é cheia de agonias que não podemos imaginar.  Quando Aisha falou sobre a morte do profeta Muhammad, ela disse: "Na hora de sua morte, ele (profeta Muhammad) mergulhou a mão em um recipiente com água e molhou seu rosto, dizendo: ‘Não há verdadeira divindade, exceto Deus! Em verdade, a morte é cheia de agonias’."

Existem muitas coisas que podem ser feitas para aliviar a mente de uma pessoa que está morrendo e ajudá-la a lidar com as agonias.  Se não causar qualquer desconforto, devemos colocá-la voltada para a qibla, sobre seu lado direito ou de costas.  Pode ser encorajada, muito gentilmente e sem qualquer insistência a dizer as palavras: "Não há verdadeira divindade, exceto Deus." Se possível, essas devem ser suas últimas palavras antes de morrer.  Uma pessoa à morte não deve nunca ser deixada sozinha e umedecer seus lábios ou colocar algumas gotas de água em sua boca pode aliviar o sofrimento de algum modo.

Na parte 2 discutiremos o que fazer após a morte e o funeral.



Notas de rodapé:

[1] An-Nasaa’i, At-Tirmithi, Ibn Majah e Ahmad. Autenticado pelo Sheik al Albani.

[2] http://www.islamreligion.com/articles/2231/

[3] Saheeh Bukhari

[4]At-Tirmidhi

[5]Saheeh Al-Bukhari, Saheeh Muslim

Pobre Melhor

Partes deste Artigo

Visualizar todas as partes juntas
Comentários de Usuário Visualizar comentários

Adicione um comentário

  • (Não é mostrado ao público)

  • Seu comentário será analisado e publicado dentro de 24 horas.

    Campos marcados com um asterisco (*) são obrigatórios.

Outros Artigos na Mesma Categoria

Mais visualizados

Diariamente
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
Total
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)

Favorito del editor

(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)

Listar conteúdo

Desde sua última visita
Esta lista no momento está vazia.
Todos por data
(Leia mais...)
(Leia mais...)

Mais populares

Melhores classificados
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
Mais enviados por email
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
Mais impressos
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
Mais comentados
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)

Seus Favoritos

Sua lista de favoritos está vazia. Você pode adicionar artigos a esta lista usando as ferramentas do artigo.

Sua História

Sua história está vazia.

Minimize chat