O que é Budismo? (parte 2 de 2)
Descrição: O Conceito de Deus no Budismo.
- Por Aisha Stacey (© 2014 IslamReligion.com)
- Publicado em 08 Sep 2014
- Última modificação em 08 Sep 2014
- Impresso: 25
- 'Visualizado: 15,007 (média diária: 4)
- Classificado por: 80
- Enviado por email: 0
- Comentado em: 0
No Budismo,[1] o objetivo supremo é romper o ciclo de renascimento e alcançar a iluminação ou nirvana. Nirvana é um estado transcendental no qual não há sofrimento, desejo ou sentido de eu. O Buda, entretanto, não deu uma definição completa de nirvana. Vale notar que o termo Buda se refere mais comumente ao fundador do Budismo, Sidarta Gautama, mas qualquer pessoa que alcançou a iluminação plena, ou nirvana, pode ser chamada de um Buda.
Na maioria dos grupos e tradições religiosos a crença chave é a aceitação de um Ser Supremo, em outras palavras, um Deus criador. Em todas as tradições budistas, entretanto, a crença chave é a importância da meditação. É considerada o caminho para a libertação - o fim do sofrimento humano. Os budistas não acreditam em um Deus criador ou pessoal. De fato, o Budismo rejeita essa noção e considera Deus uma resposta ao medo e frustração humanos. De acordo com a ideologia budista, os humanos criaram a ideia de Deus para se consolarem em um mundo hostil e cheio de medos.
O homem primitivo vivia com medo dos animais selvagens e dos fenômenos naturais, como o raio e o trovão. Os budistas acreditam que o conceito de Deus surgiu desse medo. Também consideram que não há evidência ou pesquisa para provar que Deus existe e, assim, Deus não é necessário para os seres humanos terem uma vida feliz e com significado. Afinal, dizem os budistas, milhões de pessoas são e têm sido felizes sem qualquer crença em deuses ou Deus. Por outro lado, os muçulmanos sabem com certeza que a verdadeira felicidade não é alcançável sem submissão à vontade de Deus. Medo e frustração, diz o Islã, só podem ser conquistados por meio da confiança completa e total em Deus.
Embora o Budismo não tenha um Deus criador todo poderoso, os budistas mahayana adoram bodhisattvas. São pessoas semelhantes a deuses que conquistaram a iluminação e podiam entrar no Nirvana, mas escolheram ficar no mundo para ajudar outras. Algumas escolas mahayana que floresceram fora da Índia atribuem algum nível de divindade a um Buda transcendente (qualquer um que tenha alcançado a iluminação), entretanto isso não é comparável ao Deus das religiões monoteístas, como o Islã. Em alguns textos sagrados budistas, Buda (Sidarta) refuta as reivindicações de um desses deuses e o mostra sujeito à lei cármica.
O conceito de Karma existia antes do advento do Buda (Sidarta), mas ele o definiu e explicou. Em palavras simples, a lei do carma explica as desigualdades que existem entre as pessoas. De acordo com o Budismo, a desigualdade é o resultado de nossas próprias ações passadas e atuais. Nós mesmos somos responsáveis por nossa própria felicidade e miséria. Criamos nosso próprio Paraíso ou Inferno. Somos de fato os arquitetos de nosso próprio destino. O Budismo nos diz que nada é fixo ou permanente, que a mudança é possível e as ações têm consequências. Um conceito que pode ser comparado à teoria cristã de colher o que se plantou ou o versículo do Alcorão que afirma:
"Se praticardes o bem, este se reverterá em vosso próprio benefício; se praticardes o mal, será em prejuízo vosso." (Alcorão 17:7)
Em contraste direto com a crença budista, o Islã ensina que há um Deus criador e todo-poderoso, sustentador do universo, misericordioso e perdoador. Está sozinho, sem parceiros ou associados.
De acordo com muitos sites e livros budistas, o Budismo não tem a ver com acreditar ou não em Deus, mas com reconhecer que essa crença não é útil quando se tenta alcançar a iluminação. O Budismo não é ateísmo. É, essencialmente, não teísmo. Por que então, você pode se perguntar, é comum ver pessoas em toda a Ásia orando ou fazendo oferendas devocionais a representações ou iconografias do Buda?
Quando um budista faz oferenda de flores ou alimento, está demonstrando respeito a Buda. Dá flores e incenso para o templo e alimentos para os monges. Quando um budista se prostra perante uma imagem, reconhece que o Buda alcançou a iluminação perfeita. Em contraste, quando um muçulmano se prostra não há imagens ou iconografia. O muçulmano toca sua testa no chão declarando sua submissão completa a Deus, Que está sozinho, sem parceiros, filhos ou intermediários.
No século 5 aEC, depois que Sidarta supostamente alcançou a iluminação, o Buda e seus seguidores viajaram por toda a Índia propagando a mensagem. O Budismo, em suas várias formas, logo passou a ser encontrado em toda a Índia e Sri Lanka, sudeste da Ásia, Coreia, Japão, Tibete, Nepal e Mongólia. Até hoje, tantos anos depois, o Budismo continua a se espalhar no mundo ocidental.
Notas de rodapé:
[1] Veja as notas de rodapé do artigo 1 e (http://www.buddhist-tourism.com/buddhism/)
Adicione um comentário