Justiça no Islã

Classificação:
Tamanho da fonte:
A- A A+

Descrição: Justiça como um objetivo básico do Islã e uma virtude moral, e o padrão de justiça concebido pelo Alcorão.

  • Por IslamReligion.com
  • Publicado em 04 Jan 2009
  • Última modificação em 15 May 2011
  • Impresso: 383
  • 'Visualizado: 26,283 (média diária: 5)
  • Classificação: 3.3 de 5
  • Classificado por: 136
  • Enviado por email: 1
  • Comentado em: 0
Pobre Melhor

O Significado de Justiça

Justice_in_Islam_001.jpgNa visão islâmica de mundo, a justiça denota colocar algo em seu devido lugar.  Também significa dar aos outros tratamento igualitário.  No Islã, a justiça também é uma virtude moral e um atributo da personalidade humana, como é na tradição ocidental.  A justiça está próxima da igualdade no sentido de que ela cria um estado de equilíbrio na distribuição de direitos e deveres, mas elas não são idênticas.  Às vezes, a justiça é alcançada através da desigualdade, como uma distribuição desigual de riqueza.  O Profeta do Islã declarou:

“Existem sete categorias de pessoas a quem Deus abrigará sob Sua sombra no Dia quando não haverá nenhuma sombra exceto Ele.  [Uma é] o líder justo.”  (Saheeh Muslim)

Deus falou a Seu Mensageiro dessa forma:

“Ó Meus servos, eu proibi a injustiça para Mim mesmo e a proíbo também para vós.  Então evitem serem injustos uns com os outros.” (Saheeh Muslim)

Portanto, a justiça representa retidão moral e eqüidade, uma vez que significa que as coisas devem estar no lugar a que elas pertencem.

A Importância da Justiça

O Alcorão, a escritura sagrada do Islã, considera a justiça como uma virtude suprema.  É um objetivo básico do Islã a ponto de ser a próxima na ordem de prioridade após a crença no direito exclusivo de Deus a adoração (Tawheed) e na verdade da missão profética de Muhammad.  Deus declara no Alcorão:

“Deus ordena a justiça e o tratamento justo...” (Alcorão 16:90)

E em outra passagem:

“Ó vós que credes, sede constantes em servir a Deus, e sejam testemunhas com justiça.” (Alcorão 5:8)

Sendo assim, pode-se concluir que justiça é uma obrigação do Islã e injustiça é proibido.  A centralidade da justiça para o sistema corânico de valores é mostrada pelo seguinte versículo:

“Nós enviamos Nossos Mensageiros com claros sinais e fizemos descer com eles o Livro e a Balança de modo a estabelecer justiça entre os homens...”  (Alcorão 57:25)

A frase ‘Nossos Mensageiros’ mostra que a justiça foi um objetivo de todas as revelações e escrituras enviadas à humanidade.  O versículo também mostra que a justiça deve ser medida e implementada pelos padrões e orientações estabelecidos pela revelação.  A abordagem do Islã para a justiça é vasta e abrangente.   Qualquer caminho que leve à justiça é considerado em harmonia com a Lei Islâmica.  Deus exigiu justiça e, embora Ele não tenha prescrito uma rota específica, forneceu as orientações gerais de como alcançá-la.  Ele também não prescreveu meios fixos através dos quais ela pode ser obtida, nem Ele declarou inválidos quaisquer meios ou métodos em particular que possam levar à justiça.  Sendo assim, todos os meios, procedimentos e métodos que facilitam, refinam e promovem a causa da justiça, e não violam a Lei Islâmica, são válidos.[1]

Igualdade na Justiça

Os padrões corânicos de justiça transcendem considerações de raça, religião, cor e credo, já que é ordenado aos muçulmanos que sejam justos com seus amigos e companheiros igualmente, e sejam justos em todos os níveis, como o Alcorão define:

“Ó vós que credes!   Sedes firmes na justiça, como testemunhas de Deus, ainda que seja contra vós mesmos, ou contra seus pais e parentes, ou que seja contra rico ou pobre...” (Alcorão 4:135)

De acordo com outra passagem corânica:

“E que o ódio para com um povo não vos induza a se afastardes da justiça.  Sede justos, porque isso está mais próximo da virtude...”  (Alcorão 5:8)

Com referência às relações com não-muçulmanos, o Alcorão também declara:

“Deus não vos proíbe de fazerdes o bem e serdes justos com aqueles que nem vos combateram na vossa religião nem vos fizeram sair de vossos lares...” (Alcorão 60:8)

Os eruditos do Alcorão concluíram que essas normas se aplicam a todas as nações, seguidoras de todas as fés. Na verdade, a toda a humanidade. [2]  Na visão do Alcorão, justiça é uma obrigação.  É por isso que foi dito ao Profeta:

“...Se julgas, julga entre eles com justiça...”   (Alcorão 5:42)

“Fizemos descer para ti (Muhammad) a escritura com a verdade, a fim de que julgues entre os homens conforme o que Deus te ensinou.” (Alcorão 4:105)

Além disso, o Profeta foi enviado como um juiz entre os povos, e lhe foi dito:

“...Dize: Creio na Escritura que Deus enviou e foi-me ordenado fazer justiça entre vós...” (Alcorão 42:15)

O Alcorão se vê como uma escritura devotada principalmente a estabelecer os princípios de fé e justiça.  O Alcorão exige que a justiça seja feita para todos, e que é um direito inerente de todos os seres humanos sob a Lei Islâmica.[3]  O comprometimento eterno do Alcorão com os padrões básicos de justiça é encontrado nessa declaração:

“A Palavra de teu Senhor cumpriu-se em verdade e justiça.  Ninguém pode mudar Suas palavras.” (Alcorão 6:115)

Prover justiça é uma custódia que Deus conferiu ao ser humano e, como todas as outras custódias, o seu cumprimento deve ser guiado pelo senso de responsabilidade, além da mera conformidade estabelecida pelas regras.  Assim, o Alcorão declara:

“Deus vos ordena que restituais os depósitos a seus donos e quando julgardes entre os homens, julgueis com justiça...”   (Alcorão 4:58)

A referência à justiça que imediatamente segue uma referência ao cumprimento de custódias indica que ela é a mais importante de todas as custódias.[4]

Justiça e o Eu

O conceito corânico de justiça também faz da justiça a uma virtude pessoal, e um dos padrões de excelência moral que um crente é encorajado a seguir como parte de sua consciência de Deus.  Deus diz:

“...Sede justos, porque isso está mais próximo da consciência de Deus...”   (Alcorão 5:8)

O próprio Profeta instruiu:

“Sejam conscientes de Deus e sejam justos com seus filhos.”[5]

O Alcorão diz aos crentes:

“...Quando falardes, fazei-o com justiça, mesmo que seja contra alguém próximo a ti...”  (Alcorão 6:152) 

Exemplos Específicos de Justiça Encorajados no Alcorão

O Alcorão também se refere a situações em particular e contextos de justiça.  Uma dessas situações é a exigência de tratamento justo dos órfãos.  Deus diz:

“E não vos aproximeis das riquezas do órfão a não ser da maneira mais justa até que ele [ou ela] atinja sua força plena. E completai a medida e pesai com justiça...”  (Alcorão 6:152, ver também 89:17, 93:9, e 107:2)

Negociações justas em medidas e pesos, como mencionado no versículo acima, também são mencionadas em outras passagens onde a justiça na compra, venda e, por extensão, nas transações de negócios em geral, é enfatizada.  Existe um capítulo inteiro do Alcorão, Surata al-Mutaffifeen (‘Surata dos Fraudadores’, 83) onde negociantes fraudulentos são ameaçados com a ira divina.

Referências à justiça também ocorrem no contexto da poligamia.  O Alcorão exige tratamento eqüitativo de todas as esposas.  O versículo da poligamia começa pela referência a meninas órfãs que podem ser expostas à depravação e injustiça.  Quando elas alcançam a idade de casar, elas podem ser casadas, mesmo em uma relação poligâmica, especialmente quando existe uma desigualdade no número de homens e mulheres, como foi o caso após a Batalha de Uhud quando esse versículo foi revelado.  Mas, como o Alcorão declara:

“Se temeis ser injusto, então casai apenas uma...”  (Alcorão 4:3)

Concluindo, ‘promover justiça’, nas palavras de Sarkhasi, um destacado jurista muçulmano clássico, ‘se equipara aos mais nobres atos de devoção depois da crença em Deus.   É o maior de todos os deveres confiados aos profetas...e é a justificativa mais forte para a gerência da terra pelo homem.’[6]



Footnotes:

[1] Qaradawi, Yusuf, ‘Madkhal li-Darasah al-Sharia al-Islamiyya,’ p. 177

[2] Kamali, Mohammad, ‘Freedom, Equality, And Justice In Islam,’ (‘Liberdade, Igualdade e Justiça no Islã’) p. 111

[3] Qutb, Sayyid, ‘Fi Zilal al-Quran,’ vol. 2, p. 689

[4] Razi, Fakhr al-Din, ‘al-Tafsir al-Kabir,’ vol. 3, p. 353

[5] Riyad us-Saliheen

[6] Sarkhasi, Shams al-Din, ‘al-Mabsut,’ vol. 14, p. 59-60

Pobre Melhor

Adicione um comentário

  • (Não é mostrado ao público)

  • Seu comentário será analisado e publicado dentro de 24 horas.

    Campos marcados com um asterisco (*) são obrigatórios.

Outros Artigos na Mesma Categoria

Mais visualizados

Diariamente
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
Total
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)

Favorito del editor

(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)

Listar conteúdo

Desde sua última visita
Esta lista no momento está vazia.
Todos por data
(Leia mais...)
(Leia mais...)

Mais populares

Melhores classificados
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
Mais enviados por email
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
Mais impressos
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
Mais comentados
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)

Seus Favoritos

Sua lista de favoritos está vazia. Você pode adicionar artigos a esta lista usando as ferramentas do artigo.

Sua História

Sua história está vazia.

Minimize chat