Razões da Permissibilidade da Poligamia no Islã
Descrição: Algumas das razões da permissibilidade da poligamia no Islã, desde estatísticas populacionais a natureza física dos humanos.
- Por IslamReligion.com
- Publicado em 04 Jan 2009
- Última modificação em 07 Jan 2009
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Todos os mandamentos da religião do Islã são de Deus, o Sábio, e disso se conclui que todas as coisas que são permitidas são devido ao fato de que seus benefícios para o indivíduo e a sociedade superam seus prejuízos. Ao analisar as razões e resultados da permissibilidade da poligamia, se verá que as normas da religião do Islã são aquelas que verdadeiramente se adequam a todas as épocas e lugares, uma vez que a sua fonte é Deus Todo-Poderoso, o Sábio e Que Tudo Conhece.
Como o Alcorão indica (4:3), a questão da poligamia no Islã é entendida à luz das obrigações da comunidade em relação aos órfãos e viúvas. O Islã, como uma religião universal que é adequada para todos os tempos e lugares, não pode ignorar essas obrigações.
A poligamia islâmica trata dos problemas sociais da prostituição e relações extra-conjugais comuns no Ocidente. Ao invés de trair – a infidelidade é uma das principais razões para divórcio no Ocidente – o Islã permite a um homem casar com mais de uma esposa, com pleno reconhecimento dos direitos de ambas. O princípio básico no Islã é que os homens são responsáveis por seu comportamento em relação às mulheres assim como as mulheres são responsáveis por seu comportamento em relação aos homens.
O número de mulheres no mundo excede o de homens. O excesso é resultado da morte de homens em guerras e crimes violentos, e ao fato das mulheres viverem mais que os homens.[1] O aumento da homossexualidade aumenta ainda mais o problema. Bertrand Russel escreveu, “E em todos os países onde existe um excesso de mulheres é uma injustiça óbvia que aquelas que por necessidade aritmética devam permanecer solteiras, sejam totalmente privadas de experiência sexual.”[2] A poligamia, então, é a única solução responsável para essa situação desagradável.
País[3] |
População Masculina |
População Feminina |
Rússia |
46.1% |
53.9% |
Reino Unido |
48.6% |
51.5% |
EUA |
48.8% |
51.2% |
Brasil |
49.7% |
50.27% |
Tomemos os EUA como exemplo. Por que as relações extra-conjugais são tão comuns? “O que torna possível essa situação, claro, é a oferta de mulheres disponíveis. A maioria é solteira por causa do número crescente de mulheres solteiras (existem 34 milhões no EUA hoje) e por que as solteiras geralmente têm mais tempo livre e energia do que as casadas. Considere essas estatísticas: uma em cada cinco mulheres hoje não têm um parceiro em potencial porque simplesmente não existem homens solteiros suficientes. Uma mulher solteira de 25 anos enfrenta uma séria escassez de homens disponíveis, para começar, e a situação piora a medida que a mulher envelhece. Homens divorciados são muito mais propensos a se casarem novamente do que mulheres divorciadas (e eles tendem a se casar com mulheres mais jovens), de modo que existem mais que o dobro de mulheres do que homens solteiros na casa dos 40. De fato, uma mulher que se divorcia aos 35 hoje provavelmente permanecerá solteira pelo resto de sua vida. Presas em uma amarra demográfica enquanto buscam por maior autonomia, mais e mais mulheres solteiras estão optando pelo envolvimento com homens casados.”[4]
Além disso, o excesso de mulheres que não são mantidas financeiramente por um marido é uma causa do aumento da prostituição na sociedade. Por exemplo, a Alemanha tem 0,96 homens/mulher. Sob as reformas sociais da Alemanha, qualquer mulher abaixo dos 55 anos que trabalhou fora por mais de 1 ano pode ser forçada a aceitar um emprego disponível – inclusive ser uma prostituta na indústria do sexo – ou perder seu seguro desemprego![5] Um estudo de 1994 em um grupo de pesquisa nos EUA constatou que 16% dos homens entre 18-59 anos pagou por sexo (Gagnon, Laumann, e Kolata 1994).
Além disso, o problema do desequilíbrio das proporções entre os sexos pode piorar em tempos de guerra. O fenômeno da Segunda Guerra Mundial é um caso. Depois da Segunda Guerra havia 7.300.000 mais mulheres do que homens apenas na Alemanha (3,3 milhões delas eram viúvas). Havia 100 homens com idade entre 20 a 30 anos para cada 167 mulheres no mesmo grupo de idade. Muitas dessas mulheres precisavam de um homem não apenas como companheiro, mas também como provedor da casa em um tempo de miséria e dificuldades sem precedentes. Os soldados dos vitoriosos Exércitos Aliados exploraram a vulnerabilidade dessas mulheres. Muitas mulheres jovens e viúvas tiveram relações sexuais ilícitas com membros das forças de ocupação. Muitos soldados americanos e britânicos pagaram por seus prazeres em cigarros, chocolate e pão.[6]
A poligamia é uma alternativa ao divórcio no caso de problemas conjugais. Ao invés de se divorciar de uma esposa doente ou estéril, o Islã permite ao homem casar com outra mulher enquanto cuida da primeira, se ela escolher ficar com ele.
Os ensinamentos do Islã, incluindo a poligamia, estão em conformidade com a natureza humana. Homens e mulheres diferem em sua necessidade por variedade sexual. Essas diferenças são universais. De acordo com os cientistas evolucionistas os homens são “programados” para espalhar suas sementes. Os homens em toda a parte – solteiros ou casados- querem mais parceiras sexuais do que as mulheres. A solução islâmica fornece a única alternativa responsável para o desejo naturalmente arraigado nos homens.[7]
Existe uma restrição biológica universal na reprodução masculina e feminina. A capacidade reprodutiva da mulher declina após seus vinte anos e termina com a menopausa, mas mesmo um homem em seus setenta anos retém a capacidade de ter filhos.[8] A poligamia é uma solução para um homem que deseja mais filhos, especialmente em sociedades agrárias e tradicionais. Isso pode parecer irrelevante no contexto ocidental, onde ter filhos tem se tornado independente do casamento. A poligamia também é uma alternativa para um homem que deseja satisfazer suas relações sexuais naturais dentro dos laços do casamento, mas cuja esposa pode ter aversão a eles devido a idade ou doença. Além disso, o Islã proíbe relações sexuais durante os ciclos menstruais da mulher. Conseqüentemente, a mulher cujo período menstrual prolongado previne o marido de ter sexo com ela, ou um homem cujo desejo sexual não é satisfeito por uma esposa, pode se casar com outra. O Islã permite que esses homens realizem seus desejos dentro de uma estrutura legal, tornando-os responsáveis por sua sexualidade, para que ele não recorra à coabitação ou prostituição.
A poligamia institucional controla a propagação de doenças sexualmente transmissíveis como Herpes e AIDS. Essas doenças venéreas se propagam em sociedades promíscuas nas quais relações extra-conjugais e prostituição são comuns. Isso pode ser devido ao marido trazer para sua relação ‘monogâmica’ com sua esposa as doenças com as quais foi infectado em uma relação extra-conjugal.
Pode-se ver claramente que existem muitos benefícios que resultam da permissibilidade da poligamia. Muitos males da sociedade são deixados sem tratamento, se não criados ou piorados, devido às restrições modernas colocadas sobre a poligamia. Não se deve considerar sempre a própria cultura e época como a mais superior na história mas, ao contrário, deve-se analisar costumes, tradições e crenças com base em fatos sólidos e tangíveis. Quando as pessoas agem dessa forma, tendo mente e coração abertos, se aproximam cada vez mais da verdade até que ela se torne clara como a luz do dia.
Footnotes:
[1] De acordo com o Centro para Estatísticas da Saúde, a expectativa de vida das mulheres nos EUA é de 77,9 anos, enquanto a dos homens é de apenas 70,3.
[2] Marriage and Morals (Casamento e Moral, em tradução livre), p. 47
[3] Nova Enciclopédia Britânica, vol. 17, pp. 34, 270, 244.
[4] Laurel Richardson “Another World; More and More Single Women Are Opting for Affairs with Married Men, and the Trend Is Diminishing Feminist Progress,”(“Um Outro Mundo: Mais e Mais Mulheres Solteiras Escolhem Relacionamentos com Homens Casados e a Tendência Está Diminuindo o Progresso Feminista”, em tradução livre), Psychology Today, vol.
[5] Clare Chapman, ‘If you don’t take a job as a prostitute, we can stop your benefits,’(‘Se você não aceitar um trabalho como prostituta, nós podemos interromper os seus benefícios’, em tradução livre) The Telegraph, 30 Jan. 2005.
[6] Ute Frevert, “Women in German History: from Bourgeois Emancipation to Sexual Liberation” (“Mulheres na História Alemã: Da Emancipação Burguesa à Liberação Sexual”, em tradução livre) (Nova Iorque: Berg Publishers, 1988) pp. 257-264 como citado pelo Dr. Sherif Abdel Azim, “Women in Islam Versus Women in the Judaeo-Christian Tradition: The Myth and The Reality” (“Mulheres no Islã Verso Mulheres na Tradição Judaico-Cristã: O Mito e a Realidade”, tradução de Monica Muniz).
[7] Schmitt, D.P., “Universal sex differences in the desire for sexual variety: Tests from 52 nations, 6 continents, and 13 islands,” (“Diferenças universais entre os sexos no desejo por variedade sexual: Testes de 52 nações, 6 continentes e 13 ilhas”, em tradução livre) Journal of Personality and Social Psychology, 85, 85-104. O estudo foi conduzido pela psicólogo da Universidade de Bradley, David Schmitt, e publicado no Journal of Personality and Social Psychology foi impressionante na sua abordagem: envolveu 16.288 estudantes universitários de 50 países nas Américas, Europa, África, Ásia e Austrália.
(Fonte: http://www.bradley.edu/academics/las/psy/pdfs/schmitt%5B1%5D%5B1%5D.etal.2003.jpsp.pdf)
[8] Bruce Bower, “Darwin’s Minds” (“As Mentes de Darwin”, em tradução livre), Science News Vol. 140 No. 15, October 12, 1991, p. 233-4.