Por que o consumo de porco é proibido no Islã (parte 1 de 2): Obedecendo as leis de Deus
Descrição: Deus nos permite desfrutar de todas as coisas boas e lícitas e nos proíbe tomar parte naquelas coisas que são prejudiciais às nossas crenças, saúde, bem-estar ou moral.
- Por Aisha Stacey (© 2013 IslamReligion.com)
- Publicado em 26 Aug 2013
- Última modificação em 23 Aug 2015
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O Islã é um modo holístico de vida, levando em conta o bem-estar físico, espiritual e emocional, partes separadas, mas sobrepostas da estrutura de um ser humano. Deus nos criou com um propósito, adorá-Lo (Alcorão 51:56), mas não nos abandonou em um mundo de instabilidade e insegurança. Ele nos deu um livro para orientação, o Alcorão, e o exemplo dos profetas e mensageiros para explicar que confiar em Deus era a forma de alcançarmos sucesso nessa vida e na vida futura.
Um muçulmano passa sua vida tentando agradar a Deus, adorando-O e obedecendo às Suas leis ou normas. Uma dessas normas é que o consumo de porco ou de derivados de porco é proibido.
A princípio alguém pode se perguntar que mal pode vir do porco, um produto consumido em muitas partes do mundo, e o fato de que o porco contém parasitas e doenças prejudiciais ao homem pode vir à mente como uma razão justificável para a abstenção. Entretanto, ao analisarmos por que os muçulmanos são proibidos de consumir porco, essa se torna uma razão secundária. Os muçulmanos não consumem porco ou derivados de porco simplesmente porque Deus proibiu.
" Ele só vos vedou a carniça, o sangue, a carne de suíno e tudo o que for sacrificado sob invocação de outro nome que não seja de Deus. " (Alcorão 2:173)
Às vezes podemos nunca saber ou compreender por que Deus ordenou algumas coisas e proibiu outras. No caso do porco, nenhuma razão específica para a proibição foi fornecida, exceto no Alcorão 6: 145 quando Deus diz, em referência à carne de suíno (porco): "porque certamente é impura". Um muçulmano se submete aos comandos de Deus espontaneamente, sem precisar da razão por trás da norma divina. Além disso, Deus afirmou expressamente que um crente ouve as palavras de seu Senhor e as obedece.
"'Escutamos e obedecemos! ' E serão venturosos." (Alcorão 24:51)
"Não é dado ao crente, nem à crente, agir conforme seu arbítrio, quando Deus e Seu Mensageiro é que decidem o assunto. Sabei que quem desobedecer a Deus e ao Seu Mensageiro desviar-se á evidentemente." (Alcorão 33:36)
Um crente entende que Deus é Sábio e Justo; portanto, Suas normas são designadas para nos beneficiar em nossas necessidades diárias, sejam físicas, emocionais ou espirituais. O Criador sabe a melhor maneira para Sua criação viver nesse mundo e se preparar para o próximo. Não é permissível para um muçulmano consumir porco sob quaisquer circunstâncias, exceto em casos de extrema necessidade como, por exemplo, se a vida da pessoa depender disso. Em casos de necessidade extrema as coisas proibidas são permitidas.
Deus nos permite desfrutar de todas as coisas boas e lícitas e nos proíbe tomar parte naquelas coisas que são prejudiciais às nossas crenças, saúde, bem-estar ou moral.[1] Consequentemente, os muçulmanos são profundamente cientes dos perigos de consumir coisas que são proibidas e, assim, fazem esforços conjuntos para buscar alimento permissível, mesmo que envolva esforço ou despesa extras.
Se um crente consumir porco sem saber ou por engano, não há pecado para ele ou ela. Deus não pune ninguém por falta de conhecimento, erros não intencionais ou esquecimentos. Entretanto, se um crente tem certeza ou acha que porco ou derivado de porco pode estar presente em seu alimento, bebida ou medicamentos, não é permissível para ele ou ela consumi-los. Se tiver dúvidas deve fazer um esforço para perguntar sobre os ingredientes ou obter detalhes.[2] Hoje em dia o conhecimento sobre ingredientes e o processo de fabricação estão disponíveis e a proibição se aplica tanto para pequenas quantidades de porco ou derivados, quanto para grandes quantidades.
Os eruditos do Islã diferem se a mudança ou não da forma de impureza (nesse caso, nos derivados de porco) remove a proibição. A Organização Islâmica para as Ciências Médicas é de opinião que a mudança da forma (por exemplo, aditivos alimentares e medicinais) de modo que se torne algo diferente, remove a proibição. Entretanto, não há dúvida ou diferença de opinião de que é proibido consumir carne derivada de porco, incluindo presunto e bacon.
O recente surto de gripe suína no México e América do Norte levou alguns países a abater porcos em massa. Entretanto, existe ampla evidência científica que sugere que os porcos carregam parasitas prejudiciais aos humanos e o porco há muito tempo tem sido considerado campo fértil ideal para a influenza.