Por que Deus Criou? (parte 2 de 3): Misericórdia e Justiça Divinas
Descrição: A resposta à questão fundamental sobre a razão porque Deus criou. Parte 2: A manifestação de Misericórdia e Justiça Divinas no ato de criação de Deus.
- Por Dr. Bilal Philips
- Publicado em 29 Nov 2010
- Última modificação em 29 Nov 2010
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O Misericordioso, o Perdoador
Na criação da humanidade, os atributos divinos de perdão, misericórdia e gentileza, também são manifestados. Os seres humanos foram criados bons e puros com uma consciência natural de bem e mal. O Todo Poderoso também criou desejos nos humanos, e deu a eles uma habilidade para controlar esses desejos de acordo com a lei divina ou liberá-los e segui-los cegamente. Deus criou a humanidade sabendo que ela Lhe desobedeceria. Consequentemente, Ele ensinou aos seres humanos, começando com Adão, a como se arrependerem e assim se purificarem de seus pecados. Adão e Eva representam um padrão para toda a humanidade. Esqueceram as ordens de Deus e Satã usou os seus desejos. Depois que tinham desobedecido a Deus, se voltaram para Ele em arrependimento e Ele os perdoou. Na desobediência da humanidade e em sua volta para Deus em arrependimento, os atributos divinos de perdão total e misericórdia infinita se manifestam. O Profeta final [que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele] informou a seus seguidores dessa realidade, dizendo:
“Se não cometessem pecados e se voltassem para Deus, buscando Seu perdão, Ele os teria substituído por outro povo que pecasse, pedisse o perdão de Deus e Ele os perdoaria.” (Saheeh Muslim)
Cada um dos 114 capítulos da revelação final, exceto um, começa com a súplica “Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso.” Os atributos de Deus de misericórdia e perdão são enfatizados para encorajar os humanos a não se desesperarem. Não importa o quão grande os pecados dos seres humanos possam ser, Deus pode perdoá-los se o homem se voltar para Ele em arrependimento sincero. O Mensageiro, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, disse:
“Quando Deus criou o universo, impôs uma obrigação a Si mesmo [registrada] em um documento mantido por Ele: “Minha misericórdia suplanta a minha ira.” (Saheeh Al-Bukhari)
Também foi relatado que ele disse:
“[Deus criou] misericórdia com cem partes, uma das quais enviou sobre os gênios, seres humanos e outros seres vivos. É dessa parte que nos amamos, mostramos gentileza uns com os outros e até os animais tratam suas crias com afeição. Deus reservou as noventa e nove partes remanescentes para Seus verdadeiros adoradores, no Dia da Ressurreição.” (Saheeh Muslim)
Se Deus tivesse querido, Ele poderia ter criado a humanidade como os anjos, incapazes de cometer pecados. Entretanto, esse não foi o Seu desejo, uma vez que Ele já tinha criado os anjos. Os seres humanos foram criados capazes de cometer erros e, ao se darem conta de seus erros e buscarem o perdão de Deus, os atributos divinos de misericórdia e perdão se tornam manifestos.
Justiça Suprema
No julgamento da humanidade no fim desse mundo, os atributos de Deus de justiça e imparcialidade supremas também se manifestarão. Com base em Seu conhecimento infinito, Deus poderia ter criado todos os membros da raça humana que viveriam sobre a terra e imediatamente colocado alguns deles no paraíso e o restante no inferno. Antes de criar o homem, Deus já sabia quais escolhas ele faria nessa vida, que provisões e oportunidades Ele lhe daria e em qual estado de crença ou descrença morreria. Assim, pode-se dizer que algumas pessoas foram criadas para o paraíso e outras para o inferno. Aisha, esposa do Profeta Muhammad, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, relatou que ele disse:
“Não sabem que Deus criou o paraíso e o inferno e criou os habitantes para cada um deles?” (Abu Dawood, An-Nasai)
Se Deus tivesse colocado imediatamente aqueles destinados ao paraíso no paraíso, eles não questionariam a decisão de Deus. Aqueles no paraíso aceitariam com felicidade uma vida eterna de bênção e seriam gratos de não terem sido colocados no inferno. Entretanto, aqueles colocados imediatamente no inferno perguntariam por que. Considerariam uma injustiça devido a sua ignorância do que teriam feito se tivessem vivido na terra. Aqueles no inferno argumentariam incessantemente que se tivessem tido uma chance de viver suas vidas na terra, teriam acreditado e feito boas ações. Consequentemente, Deus permite aos seres humanos que vivam suas vidas na terra e façam todas as escolhas que teriam feito, para que todos que entrem no inferno saibam que eles próprios escolheram o inferno. Eles identificarão a misericórdia de Deus em suas vidas e reconhecerão seus pecados em rejeitar Seus sinais e orientação. E aceitarão Seu julgamento como sendo justo e acima de questionamento. Entretanto, ainda assim implorarão por outra chance de fazer o bem nesse mundo, como Deus diz no Alcorão:
“Ah, se pudesses ver os pecadores, cabisbaixos, ante o seu Senhor! (Exclamarão): Ó Senhor nosso, agora temos olhos para ver e ouvidos para ouvir! Faze-nos retornar ao mundo, que praticaremos o bem, porque agora estamos persuadidos!” (Alcorão 32:12)
Entretanto, se Deus os enviasse novamente para esse mundo tendo esquecido o que tinham visto do inferno, eles novamente escolheriam o mal e terminariam no inferno como antes. Deus falou sobre isso no Alcorão:
“No entanto, ainda que fossem devolvidos (à vida terrena), certamente reincidiriam em lançar mão de tudo quanto lhes foi vedado, porque são mentirosos.” (Alcorão 6:28)
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