A história de José (parte 5 de 7): Da prisão para o palácio

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Descrição: José é sentenciado à prisão, interpreta sonhos e é convocado ao palácio.

  • Por Aisha Stacey (© 2015 IslamReligion.com)
  • Publicado em 31 Aug 2015
  • Última modificação em 31 Aug 2015
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The_Story_of_Joseph_(part_5_of_7)_por-BR_001.jpgA história de José é um exemplo de paciência em face de adversidade.  Até aquele momento José enfrentou testes e tribulações em sua vida com confiança completa em Deus.  Mais uma vez estava em uma situação extremamente difícil.  Mais uma vez foi forçado a rejeitar os avanços da esposa de Al Aziz, dessa vez na frente das amigas dela.  José clamou a Deus por ajuda.  Disse:

"Ó Senhor meu, é preferível o cárcere ao que me incitam; porém, se não afastares de mim as suas conspirações, cederei a elas e serei um dos néscios." (Alcorão 12:33)

José acreditava que viver na prisão era preferível a viver na casa de Al Aziz.  O ambiente estava cheio de luxúria e ambição e com beleza e sedução ilícitas, talvez semelhante a muitas sociedades hoje.  Acreditava que a prisão seria preferível a sucumbir a fitnah[1]ao seu redor.  Deus respondeu à súplica de José e o resgatou.

"E seu Senhor o atendeu e afastou dele as conspirações delas, porque Ele é o Oniouvinte, o Sapientíssimo. Mas apesar das provas, houveram por bem encarcerá-lo temporariamente." (Alcorão 12:34-35)

Embora convencido da inocência de José, Al Aziz, o ministro-chefe do Egito, colocou José na prisão.  Não conseguia ver outra forma de proteger a reputação de seu nome e posição.

José na prisão

Havia dois homens aprisionados com José que reconheceram sua piedade e retidão.  Ambos tinham sido afetados por sonhos vívidos e agora esperavam que José fosse capaz de interpretar os sonhos para eles.  Um homem viu um sonho no qual estava produzindo vinho e o outro viu um sonho no qual pássaros comiam pão em sua cabeça.  José disse: "Informarei a vocês do significado desses sonhos antes que a próxima refeição seja servida."

"Respondeu-lhes: Antes da chegada de qualquer alimento destinado a vós, informar-vos-ei sobre a interpretação. Isto é algo que me ensinou o meu Senhor, porque renunciei ao credo daqueles que não creem em Deus e negam a vida futura. E sigo o credo dos meus antepassados: Abraão, Isaque e Jacó, porque não admitimos parceiros junto a Deus. Tal é a graça de Deus para conosco, assim como para os humanos; porém, a maioria dos humanos não Lhe agradece." (Alcorão 12:37-38)

Notem a conduta de José.  Quando lhe perguntam sobre sonhos ele imediatamente lembra que é Deus quem provê seus sustentos e também o seu próprio conhecimento sobre interpretação de sonhos. José é muito cuidadoso em fazer distinção entre o que vem de Deus e o que vem de si mesmo.  Deixa claro sua religião.  Não acredita na religião praticada ao seu redor, mas acredita na verdadeira religião que inclui crença na Outra Vida.  José afirma que sua família, a família de Abraão, detém o conhecimento da Unicidade de Deus e que sua religião e a de sua família não atribui parceiros a Deus.  Embora o povo do Egito conhecesse Deus, eles escolheram adorar outras deidades como parceiros ou intercessores.

Depois de informar a seus companheiros que deuses falsos não têm substância e explicar a onipotência de Deus, José interpreta os sonhos.  Diz que um deles se tornará um associado próximo do rei e o outro será crucificado e os pássaros comerão de sua cabeça.

"Ó meus companheiros de prisão, um de vós servirá vinho ao seu rei e ao outro será crucificado, e os pássaros picar-lhe-ão a cabeça. Já está resolvida a questão sobre a qual me consultastes." (Alcorão 12:41)

José abordou o companheiro que estava destinado a ser próximo do rei e disse "por favor, lembre-se de mim para o seu rei".  Esperava que o rei pudesse analisar seu caso, ver sua opressão e o libertar.  Entretanto, os sussurros e subterfúgios de Satanás fizeram o companheiro esquecer-se de mencionar José e, consequentemente, ele continuou na prisão por mais alguns anos.  Os sábios do Islã têm duas opiniões diferentes sobre a natureza do esquecimento.  Ibn Katheer menciona que o companheiro esqueceu-se de mencionar José, enquanto que outros sábios focam na possibilidade de José ter se esquecido de buscar ajuda de Deus e, portanto, o companheiro esqueceu-se de mencioná-lo. Qualquer que seja o caso, José permaneceu na prisão e continuou a confiar em Deus com paciência e coragem.

O sonho do rei

O rei sonhou que estava de pé nas margens do Nilo observando sete vacas gordas emergirem do rio, seguidas de sete vacas magras. As sete vacas magras devoraram as gordas. Em seguida, o sonho mudou e ele observava sete espigas verdes crescendo nas margens do Nilo.  Elas desapareceram na lama e no mesmo lugar nasceram sete espigas secas. O rei acordou chocado e com medo e mandou buscar seus adivinhadores, sacerdotes e ministros.  Eles não conseguiram interpretar o sonho e chegaram à conclusão unânime de que era apenas um pesadelo. O companheiro de prisão de José ouviu falar do sonho e lembrou-se de José.  Com a permissão do rei, correu para a prisão e pediu a José para interpretar o sonho.

"Respondeu-lhe: Semeareis durante sete anos, segundo o costume e, do que colherdes, deixai ficar tudo em suas espigas, exceto o pouco que haveis de consumir. Então virão, depois disso, sete (anos) estéreis, que consumirão o que tiverdes colhido para isso, menos o pouco que tiverdes poupado (à parte). Depois disso virá um ano, no qual as pessoas serão favorecidas com chuvas, em que espremerão (os frutos)." (Alcorão 12:47-49)

O rei ficou atônito com essa interpretação e José não apenas interpretou o significado, mas também recomendou um curso de ação. O rei ordenou que José fosse trazido. Entretanto, José se recusou a deixar a prisão e insistiu que o mensageiro voltasse ao rei e perguntasse: "O que aconteceu com as mulheres que feriram as mãos?" (Alcorão 12:50) José não queria deixar a prisão até que sua inocência fosse estabelecida.



Notas de rodapé:

[1] Fitnah é uma palavra árabe que não se traduz facilmente.  Significa um período de teste ou tribulação.  Mais particularmente uma situação que impede a adoração a Deus de maneira correta ou provoca atos de desobediência ou descrença.

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