Sete Perguntas Comuns sobre o Islã (parte 2 de 2)

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Descrição: Algumas das perguntas mais comuns sobre o Islã. Parte 2: Sobre os ensinamentos islâmicos e o Alcorão Sagrado.

  • Por Daniel Masters, Isma'il Kaka e Robert Squires
  • Publicado em 09 Aug 2010
  • Última modificação em 09 Aug 2010
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5.      Quais são os ensinamentos do Islã?

A base da fé islâmica é a crença no monoteísmo absoluto (a Unicidade de Deus).  Isso significa acreditar que existe somente um Criador e Sustentador de tudo no Universo e que nada é divino ou merecedor de ser adorado exceto Ele.  Na verdade, acreditar na Unicidade de Deus significa muito mais que simplesmente acreditar que existe “Um Deus” – em oposição a dois, três ou quatro.  Existem várias religiões que reivindicam crença em um “Deus Único” e acreditam que existe apenas um Criador e Sustentador do Universo, mas o verdadeiro monoteísmo é acreditar que somente a Verdadeira Deidade é para ser adorada, de acordo com a revelação que Ele enviou para Seu mensageiro.   O Islã também rejeita o uso de todos os intermediários entre Deus e o homem e insiste que as pessoas se aproximem de Deus diretamente e reservem toda a adoração somente para Ele.  Os muçulmanos acreditam que Deus Todo-Poderoso é Compassivo, Amoroso e Misericordioso.

Um equívoco comum é a alegação de que Deus não pode perdoar Suas criaturas diretamente.  Ao enfatizar demais o fardo e a punição do pecado, assim como alegar que Deus não pode perdoar os humanos diretamente, as pessoas se desesperam da Misericórdia de Deus.  Uma vez que se convencem de que não podem se aproximar de Deus diretamente, se voltam para falsos deuses em busca de ajuda, como heróis, líderes políticos, salvadores, santos e anjos.  Com frequência descobrimos que as pessoas que adoram, oram ou buscam intercessão dessas falsas deidades, não as consideram como um “deus”.  Alegam crer em um Deus Único Supremo, mas que oram e adoram outros ao lado de Deus somente para ficarem mais próximas Dele.  No Islã existe uma distinção clara entre o Criador e o criado.  Não existe ambiguidade ou mistério em questões de divindade: qualquer coisa criada não merece ser adorada; somente Allah, o Criador, é merecedor de ser adorado.  Algumas religiões crêem falsamente que Deus se tornou parte de Sua criação, e que deixou as pessoas acreditarem que podem adorar algo criado para alcançar seu Criador.

Os muçulmanos acreditam que embora Deus seja Único e Exaltado além de compreensão especulativa, Ele definitivamente não tem parceiros, associados, iguais, antagonistas ou descendência.  De acordo com a crença islâmica, Allah “não gerou e nem foi gerado” – seja literal, alegórica, metafórica, física ou metafisicamente.  Ele é absolutamente Único e Eterno.  Está em controle de tudo e é perfeitamente capaz de conceder Sua misericórdia e perdão infinitos a quem Ele escolher.  Por isso Allah também é chamado o Todo-Poderoso e Misericordiosíssimo.  Allah criou o universo para o homem e como tal quer o melhor para todos os seres humanos.  Os muçulmanos vêem tudo no universo como sinal da criação e benevolência do Deus Todo-Poderoso.  E a crença na unicidade de Allah não é um conceito meramente metafísico.  É uma crença dinâmica que afeta a visão de humanidade, sociedade e todos os aspectos da vida prática.   Como um corolário lógico para a crença islâmica na unicidade de Allah, existe a crença na unicidade da humanidade.

6.      O que é o Alcorão?

O Alcorão é a revelação final de Allah para toda a humanidade, que foi pronunciado por Allah o Exaltado e transmitido através do arcanjo Gabriel em árabe ao Profeta Muhammad em palavra e significado.  O Alcorão foi então retransmitido aos companheiros do Profeta e eles diligentemente o memorizaram palavra por palavra e meticulosamente o compilaram em forma escrita.   O Alcorão Sagrado tem sido recitado continuamente pelos companheiros do Profeta e seus sucessores até o dia presente.  Em resumo, o Alcorão é o livro revelado de escritura divina de Allah para toda a humanidade, para sua orientação e salvação.

Hoje o Alcorão continua a ser memorizado e ensinado por milhões de pessoas.  A língua do Alcorão, o árabe, continua a ser uma língua viva para milhões de pessoas.  Ao contrário das escrituras de algumas religiões, o Alcorão continua a ser lido em sua língua original por milhões de pessoas.  O Alcorão é um milagre vivo na língua árabe e é conhecido por seu estilo, forma e impacto espiritual inimitáveis, assim como o conhecimento único que contém.  O Alcorão foi revelado em uma série de revelações ao profeta Muhammad ao longo de 23 anos.  Em contraste aos livros de muitas outras religiões, sempre se acreditou que o Alcorão era a Palavra exata de Allah.  O Alcorão foi recitado publicamente perante comunidades muçulmanas e não-muçulmanas durante a vida do profeta Muhammad e após sua morte.  O Alcorão inteiro também foi completamente registrado durante a vida do profeta e vários companheiros dele memorizaram o Alcorão palavra por palavra como foi revelado.  O Alcorão sempre esteve nas mãos de crentes comuns; sempre foi considerado a palavra de Deus e devido à memorização propagada, foi perfeitamente preservado.  Nenhuma parte dele foi alterada ou decretada por qualquer concílio religioso.  Os ensinamentos do Alcorão compreendem uma escritura universal dirigida para toda a humanidade e não para uma tribo em particular ou “povo escolhido”.  A mensagem que ele traz não é nova e sim a mesma de todos os profetas: “submeter-se a Deus Todo-Poderoso e adorar somente a Ele, seguindo os mensageiros de Allah para o sucesso nessa vida e salvação na vida futura”.  Dessa forma, a revelação de Allah no Alcorão foca em ensinar aos seres humanos a importância de acreditar na Unicidade de Deus e de enquadrar suas vidas com base na orientação que Ele enviou, que é articulada na Lei Islâmica.  O Alcorão contém histórias dos profetas anteriores, como Abraão, Noé, Moisés e Jesus, que a paz esteja sobre todos eles, e também muitos mandamentos e proibições de Deus.   Nos dias atuais, em que tantas pessoas são presas da dúvida, desespero espiritual e alienação social e política, os ensinamentos corânicos oferecem soluções para o vazio de nossas vidas e a desordem que domina o mundo hoje.

7.      Como os muçulmanos vêem a natureza do homem, o propósito da vida e a vida futura?

No Alcorão Sagrado Allah ensina os seres humanos que foram criados para glorificá-Lo e adorá-Lo e que a base de toda adoração verdadeira é a consciência de Deus.  Todas as criaturas de Allah O adoram naturalmente e somente os humanos têm o livre arbítrio para adorar Allah como seu Criador ou rejeita-Lo.  Esse é um grande teste, mas também uma grande honra.  Uma vez que os ensinamentos do Islã abrangem todos os aspectos da vida e da ética, a consciência de Deus é encorajada em todos os assuntos humanos.  O Islã deixa claro que todos os atos humanos são atos de adoração se forem feitos somente para agradar a Deus e de acordo com Sua Escritura e Lei Divinas.   Dessa forma, a adoração no Islã não está limitada a rituais religiosos e por essa razão é mais adequadamente conhecida como um “modo de vida” do que uma religião.  Os ensinamentos do Islã agem como misericórdia e cura para a alma humana e qualidades como humildade, sinceridade, paciência e caridade são fortemente encorajadas.  Além disso, o Islã condena o orgulho e o autoelogio, já que Deus Todo-Poderoso é o único juiz da virtude humana.

A visão islâmica da natureza do homem também é realista e bem equilibrada na medida em que seres humanos não são vistos como inerentemente pecadores, mas com capacidade igual para o bem e o mal; cabe a eles escolher.  O Islã também ensina que a fé e a ação devem andar de mãos dadas.  Deus deu às pessoas o livre arbítrio e a medida da fé são os atos e ações.  Entretanto, como os seres humanos foram criados fracos e regularmente caem em pecado, precisam buscar orientação e arrependimento continuamente, o que é também, por si só, uma forma de adoração amada por Allah.  Essa é a natureza do ser humano como criado por Deus em Sua Majestade e Sabedoria. Não é inerentemente “corrupta” ou precisando de reparos.  O caminho do arrependimento está sempre aberto para todos.  Deus Todo-Poderoso sabia que os humanos cometeriam erros, de modo que o verdadeiro teste é se arrependerão por seus pecados e tentarão evita-los ou se preferirão uma vida de negligência e pecado, sabendo bem que não está agradando a Deus.  O verdadeiro equilíbrio de uma vida islâmica é estabelecido através do temor saudável da punição justa de Allah para crimes e pecados, associado à crença sincera de que Allah, em Sua infinita misericórdia, tem prazer em conceder Sua recompensa pelos nossos bons atos e adoração sincera a Ele.  Uma vida sem temor a Allah leva ao pecado e a desobediência, enquanto que a crença de que pecamos tanto que Deus não poderia nos perdoar só nos leva ao desespero.  À luz desse fato, o Islã ensina que somente os desorientados se desesperam da misericórdia de seu Senhor, e somente os criminosos malvados são destituídos do temor a Allah, seu Criador e Juiz.  O Alcorão Sagrado, como revelado ao profeta Muhammad, que a paz esteja sobre ele, também contém muitos ensinamentos sobre a vida após a morte e o Dia do Juízo.  Os muçulmanos acreditam que todos os seres humanos serão no fim julgados por Allah, o Soberano e Juiz Absoluto, por suas crenças e ações em suas vidas terrenas.  Ao julgar os seres humanos, Allah o Exaltado, será ao mesmo tempo absolutamente justo, ao punir somente os verdadeiramente culpados e criminosos rebeldes que não se arrependeram, e absolutamente misericordioso com aquelas pessoas que Ele, em Sua sabedoria, julgar merecedoras de misericórdia.  Ninguém será julgado por algo acima de sua capacidade ou pelo que não fez.  É suficiente dizer que o Islã ensina que a vida é um teste elaborado por Allah, o Criador, Todo-Poderoso e Sábio, e que todos os seres humanos serão responsabilizados perante Allah pelo que fizeram com suas vidas.  Uma crença sincera na vida após a morte é a chave para levar uma vida moral e bem equilibrada.  De outra forma, a vida é considerada com um fim em si mesma, o que faz com que as pessoas se tornem mais egoístas, materialistas e imorais na busca cega de prazer, às custas da razão e da ética.

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