A luta por um Deus parte 1 de 2)
Descrição: Transcrito de um sermão de Muhammad Alshareef na American University em Washington DC ouvido por muçulmanos e não muçulmanos. Parte 1: A luta pela qual os primeiros muçulmanos passaram ao rejeitarem deidades falsas e adorarem o Deus Único e verdadeiro.
- Por khutbah.com (editado por IslamReligion.com)
- Publicado em 04 Apr 2016
- Última modificação em 20 Nov 2017
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Na época do profeta Muhammad, que Deus o exalte, havia um líder tribal poderoso e influente chamado Musaylamah. Para aqueles que conhecem sua história, lhe desafio a me dizer quem era o pai dele. Pergunte a qualquer pessoa e dirão "Al kadhdhab – o mentiroso!" Mesmo que procurássemos por seus descendentes na atualidade e perguntássemos a eles quem era seu ancestral, pai de Musaylimah, diriam: "O mentiroso!" Por quê?
Musaylimah tinha todos os ingredientes materiais para lançar uma religião nova. Tinha um conhecimento requintado da língua, era um orador público mágico, tinha saúde além da imaginação e um exército tribal louco por ele, pronto para morrer por sua segurança. Ele pegou todos esses ingredientes e proclamou para todos que era um profeta de Deus, assim como Muhammad.
Entretanto, deixou de lado um ingrediente que afundou seu barco - o ingrediente da confiabilidade. É por isso que hoje, mais de 1.400 anos depois, não há uma única alma na terra que pense que Musaylamah era profeta de Deus. Deus não deu a ele a autoridade para fazer essa afirmação.
Por outro lado, não se passa um segundo em 24 horas, 7 dias em uma semana, em que não haja um muçulmano chamando para a oração em algum lugar no mundo nas milhões de mesquitas anunciando Ash-hadu anna Muhammadan Rasul-Allah – testemunho que Muhammad é o mensageiro de Deus.
Isso porque seres humanos não dão a ele essa autoridade, nem ele próprio proclamou isso para si mesmo. Quando o imperador de Roma, Heráclito, perguntou ao mensageiro muçulmano no ano de 679 depois de ele ter lhe apresentado o Islã: "Que rei deu a Muhammad essa autoridade?" A resposta foi muito simples e muito profunda: "Deus! Deus deu a ele essa autoridade!"
Cresci no Canadá central em uma cidade chamada Winnipeg, uma cidade sinônimo de frio. É tão frio que as pessoas no Canadá dizem: "Cara, você é de Winnipeg. Não é frio lá?"
Cursei o fundamental em Winnipeg no início da década de 1980. Minha família e eu vivíamos em um ambiente em que riam de nós e nos insultavam no shopping e pelos carros que passavam. Não eram raros os gritos aleatórios de "Hei, sua ninja!" ou "Veja quem saiu do deserto!"
Naquela época éramos as únicas crianças na escola que não eram brancas. Lembro-me de uma vez dizer a um amigo para adivinhar qual era o nome mais popular no mundo. Quando disse a ele que era Muhammad, ele me disse: "Sai fora! Você é o único na escola com esse nome. Deve ser John ou algo do tipo."
Não o culpo. Muitas pessoas na América do Norte não viajaram ou experimentaram os tesouros de cultura e sabor que as nações do mundo têm para oferecer à humanidade.
O reverendo Billy Graham uma vez disse algo muito profundo. Disse: "Viajei pelo mundo e percebi que talvez a América não tenha todas as verdades do mundo."
O reverendo Billy Graham merece uma salva de palmas por uma declaração dessas e pela modéstia de anunciar isso a milhões de espectadores. Mas embora a América possa não ter todas as verdades, é abençoada com uma nação de pessoas que buscam a verdade, porque não é vergonha estar enganado. A única vergonha é persistir no erro depois de a verdade ter aparecido.
O Islã é a religião que mais cresce na América e mesmo no mundo. Nos últimos 50 anos o número de muçulmanos aumentou em 233%. E em toda a terra, de todas as nações, o número de muçulmanos supera 1 bilhão.
A chave para o Islã é a declaração laa ilaaha illa Allah Muhammad Rasul-Allah – não há (verdadeira) deidade exceto Deus (Allah) e Muhammad é o mensageiro de Deus.
Leva apenas alguns segundos para pronunciar essa declaração, mas é o ponto de transformação das vidas de bilhões de muçulmanos ao redor do mundo. Somente o Criador merece ser adorado.
Tomemos um exemplo dessas pessoas cujas vidas mudaram com esse chamado para adorar somente um Deus. Bilal - que Deus esteja satisfeito com ele - era um escravo abissínio para a aristocracia de Meca no ano 623. Quando Muhammad, o Mensageiro de Deus, que Deus o exalte, veio com essa mensagem de "Não há deidade exceto Deus", Bilal - que Deus esteja satisfeito com ele - denunciou as 360 estátuas e ídolos que as tribos de Meca adoravam e acreditou somente em Deus.
Umayyah, seu dono enraivecido, levava Bilal para fora no calor escaldante do meio-dia por causa de suas crenças e queimava as costas de Bilal na areia. Para intensificar a dor, Umayyah trazia uma pedra grande e a colocava sobre o estômago de Bilal para pressioná-lo contra a areia, queimando a pele.
Tudo que Bilal sussurrava era "Ele (Deus) é Único, é o Único (Deus)" enfurecendo Umayyah, que intensificava a tortura.
Bilal foi libertado por um dos amigos e seguidores mais próximo de Muhammad e se tornou o primeiro muezim (aquele que faz o chamado para a oração) do Islã.
Outro exemplo é o de uma muçulmana chamada Sumayyah - que Deus esteja satisfeito com ela. Também era uma escrava e porque tinha aceitado que nenhuma coisa criada merecia adoração, somente o Criador, ela, o marido e o filho foram submetidos a espancamentos.
O torturador Abu Jahl ficou enfurecido um dia com a voz suave dela repetindo "Não há (verdadeira) deidade exceto Deus!" Ficou tão enfurecido que cortou Sumayyah com uma lança e fez dela o primeiro muçulmano a morrer em nome de "Não há verdadeira divindade, exceto Deus". Que Deus esteja satisfeito com ela!
Embora fosse permissível para os muçulmanos mentirem para se salvarem da tortura, você verá vários exemplos de muçulmanos que preferiram morrer a abrir mão de seu direito de acreditar que somente Deus merece ser adorado.
Entre os tiranos de Meca havia um homem chamado Umar ibn Al-Khattab. Era tão cruel com os muçulmanos que se apresentou como voluntário para torturar escravos muçulmanos. Um dia ele já tinha tido o suficiente e desembainhou sua espada e partiu a caminho da casa de Muhammad para cortar sua garganta de uma vez por todas. No caminho um muçulmano que estava ocultando seu Islã, Nu’aym ibn Abdullah, perguntou sobre a pressa de Umar. "Estou indo para Muhammad, aquele que dividiu nossa tribo, menosprezou nossos deuses e debochou de nossa religião, para matá-lo!"
Nu’aym ficou com medo pelo mensageiro de Deus e rapidamente pensou e disse: "Por que não começa com sua família primeiro? Sua irmã e o marido dela aceitaram o Islã!"
Umar ficou enraivecido e mudou a direção para a casa da irmã. Naquela época, um professor muçulmano, Khabbab ibn Al-Arat, estava na casa deles ensinando a palavra de Deus, o Alcorão, e por poucos momentos Umar ficou de pé ali ouvindo. Então gritou para que abrissem a porta. Khabbab se escondeu em um quarto adjacente e a irmã de Umar, Fátima, escondeu o pergaminho com o Alcorão escrito.
Umar entrou e caminhou direto para seu cunhado. "Ouvi que ambos aceitaram Muhammad e o estão seguindo." Então Umar deu um soco no rosto de seu cunhado. Fátima, sua irmã, interveio para proteger o marido e quando ficou entre os dois Umar a esbofeteou com toda sua força.
Ela caiu no chão com o rosto cortado e o sangue derramado sobre suas roupas. Olhou para o irmão e disse em lágrimas: "Sim, Umar, somos muçulmanos e sim, acreditamos em Deus e em Seu mensageiro. Talvez você não tenha toda a verdade como pensa."
Umar ficou envergonhado ao ver o sangue da irmã e desistiu. Ele perguntou: "O que era o som que ouvi, aquela recitação?"
A irmã respondeu: "Temo que aquele pergaminho caia em suas mãos." Mas Umar jurou pelos ídolos que não causaria nenhum prejuízo. Ela entregou a ele o pergaminho depois que ele havia se limpado e ele recitou:
Taha. Não te revelamos o Alcorão para que te mortifiques. Mas sim como exortação aos tementes. É a revelação de Quem criou a terra e os altos céus, Do Clemente, Que assumiu o Trono. Seu é tudo o que existe nos céus, o que há na terra, o que há entre ambos, bem como o que existe sob a terra. Não é necessário que o homem levante a voz, porque Ele conhece o que é secreto e ainda o mais oculto. Deus! Não há mais divindade além d’Ele! Seus são os mais sublimes atributos. (Alcorão 20:1-8)
Mais tarde naquele dia Umar visitou o mensageiro de Deus. Quando o encontrou o mensageiro de Deus pegou o casaco de Umar e disse: "Não chegou a hora de você se tornar muçulmano?" E Umar respondeu: "Só vim por esse motivo. Ash-hadu an laa ilaaha illa Allah, wa ash-hadu anna Muhammad Rasul-Allah ( não há (verdadeira) deidade exceto Deus (Allah) e Muhammad é o mensageiro de Deus.)"
O profeta gritou Allahu Akbar (Deus é Grande) e todos que ouviram souberam que Umar tinha se tornado muçulmano!
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