Elevação da Condição das Mulheres (parte 4 de 5): Igual, porém Diferente
Descrição: Uma palestra na universidade sobre como o Islã elevou a condição das mulheres. Parte 4: Embora homens e mulheres sejam iguais em sua humanidade e espiritualidade, o Islã ensina que são diferentes em seus papéis na vida.
- Por Ali Al-Timimi
- Publicado em 19 Dec 2011
- Última modificação em 19 Dec 2011
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Assim, nesse versículo vemos que o contrato social entre homens e mulheres, como indivíduos na sociedade, é o mesmo. Ou seja, que ambos busquem o objetivo mais elevado de ordenar ou comandar o que é correto e proibir o que é mal e que compartilham nos dois maiores atos de adoração, a oração e fazer caridade. Compartilham nas crenças e obediência a Deus e obediência ao profeta Muhammad, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, e da mesma forma, compartilham na recompensa de obter a misericórdia de Deus. Esse é um conceito muito importante, que está em contradição com o que a tradição ocidental se baseia hoje e que é, como eu disse, um resultado do extremo inicial dos filósofos gregos que as mulheres não compartilhavam na humanidade. Como resultado daquele extremo outro extremo ocorreu - pelo menos os muçulmanos o consideram extremo - de que não existe diferença entre homens e mulheres.
Assim, a idéia de ter gêneros - esse é um termo que não é usado no sentido biológico, como podemos usar a palavra sexo em sentido biológico para macho e fêmea, mas o entendimento hoje é que as características que definem masculinidade ou feminilidade, as características sociais e assim por diante são determinadas pela educação, cultura e ambiente e que não existe diferença inerente na forma como homens e mulheres pensam ou agem ou qual é sua constituição e assim por diante. E por isso usam o termo gênero.
Esse extremo resultou do extremo inicial que ocorreu 2.000 anos atrás, quando os gregos pensavam que as mulheres não possuíam humanidade. Como resultado desses processos de 2.000 anos, agora chegamos a outro extremo - pelo menos é o que os muçulmanos diriam - esse extremo agora é que homens e mulheres são os mesmos, não existe nenhuma diferença.
O Islã, embora confirme que homens e mulheres compartilham a mesma essência de humanidade, também confirma que homens e mulheres são diferentes. Mas essa diferença significa que homens são inerentemente bons ou mulheres são inerentemente más? Não. E é por isso que quando se olha para os versículos no Alcorão que lançam luz sobre esse aspecto, Deus diz, relatando Sua criação, que Ele é Aquele Que criou a noite, que envelopa, quando chega - se olhar no horizonte a noite vem como um lençol envelopando o horizonte - e Ele é Aquele Que criou o dia quando chega eclodindo, brilhante - que é como o sol nasce e Ele é Aquele Que criou o homem e a mulher. E então o versículo seguinte diz, verdadeiramente, aquilo pelo qual se empenham - seres humanos tem finalidades diferentes, fins diversos - alguns se empenham pela satisfação de Deus, alguns pela desobediência a Deus, outros para fazer o bem aos humanos, outros ainda para prejudicar, fins diferentes. Mas qual é o exemplo aqui? Deus menciona noite e dia e então menciona homem e mulher. O entendimento é, sim, a noite tem um propósito e no Alcorão sempre se encontra versículo após versículo, descrevendo que existe uma sabedoria por trás da noite. E também diz à humanidade que se houvesse somente a noite e nenhum dia, os seres humanos não poderiam viver na terra. E isso é mostrado agora cientificamente que se apenas houvesse noite e nenhuma luz solar, certos hormônios do corpo não seriam capazes de se reproduzir e os seres humanos morreriam. A vida como a conhecemos na terra não existiria. E, da mesma forma, existe sabedoria por trás do dia. Mas podemos argumentar e dizer que a noite é boa e o dia é mal? Não e nenhum muçulmano acreditaria nisso. E podemos argumentar e dizer que o dia é bom e a noite é má? Não. Da mesma forma, homem e mulher também têm seus papéis a desempenhar. Mas pode-se dizer que o papel dos homens é inerentemente bom e o papel das mulheres inerentemente mal? Não. E pode-se dizer o oposto disso - que o papel das mulheres é inerentemente bom e o dos homens inerentemente mal? Não. Mas ambos têm um papel.
Essa é a principal disputa agora entre o pensamento ocidental e a crença islâmica. O pensamento ocidental tem aceitado basicamente, exceto por talvez alguns poucos locais no Vaticano, que homens e mulheres compartilham em sua humanidade e são iguais. Os muçulmanos têm acreditado nisso por 1.400 anos. Mas a diferença é que no pensamento ocidental, como uma reação ao pensamento inicial de que as mulheres não compartilhavam humanidade plenamente, o argumento é que os papéis de homens e mulheres na sociedade são definidos somente pela cultura, ambiente e educação e, consequentemente, não existe nenhum papel real para homens ou para mulheres e podemos trocá-los, se simplesmente ensinarmos a sociedade de forma correta. Mas no Islã existe um papel definido para homens e mulheres. Quem define esse papel para homens e mulheres? É seu criador. Essa é a principal, se quisermos usar o termo filosófico, mesmo que seja impreciso nesse sentido, mas podemos usá-lo por falta de termo melhor, diferença filosófica, ideológica ou teológica entre os dois argumentos opostos. Agora com isso dito, é importante entender que quando o Islã deu esses papéis aos homens e mulheres, colocou responsabilidades iguais às obrigações de ambos. Darei um exemplo disso: o Islã sente que as mulheres têm a natureza de mãe não por tradição cultural ou sistema sociológico, mas inerentemente são melhores em prover e cuidar dos filhos, que existe um vínculo que vai além de tradição. Um vínculo psicológico, físico, algo que é mais que apenas tradições de seres humanos. Como resultado disso, colocou maiores responsabilidades sobre as mulheres em relação a seus filhos do que sobre os homens.
Ao mesmo tempo, as obrigações que as crianças têm em relação às suas mães no Islã são maiores que as que têm em relação a seus pais e é por isso que quando um homem perguntou ao profeta Muhammad quem seriam seus companheiros:
“De quem devo ser amigo nesse mundo?”
O profeta Muhammad respondeu: “Sua mãe.”
E então o homem perguntou uma segunda vez, o profeta respondeu sua mãe e uma terceira vez e novamente ele respondeu sua mãe e então, na quarta vez, ele disse: “Seu pai.”
Da mesma forma, no Alcorão é dito aos seres humanos que a sua mãe os manteve com privações, falando sobre o parto e as dificuldades da gravidez e infância e então os alimentou por dois anos, amamentou e nos diz para sermos gentis com nossos pais e nos lembra de nossa mãe antes de nosso pai.
O ponto é que embora tenha definido um papel para as mulheres com as crianças que é diferente do papel do pai, ao mesmo tempo dá às mulheres honra e respeito de suas crianças maior que o recebido pelos pais. Os pais recebem respeito e honra, não são simplesmente excluídos, mas é dado a eles de acordo com seu nível de responsabilidade. E da mesma forma, porque a mãe inerentemente, não apenas por causa de tradição cultural, tem algo inerente que faz aquele vínculo maior entre ela e sua criança do que com o pai. Ela recebe honra e respeito maiores de seu filho e, ao mesmo tempo, é exigido dela maior obrigação.
Dei apenas esse como exemplo para mostrar que enquanto o Islã reconhece as diferenças entre os sexos, não aceita o conceito de que gênero é apenas uma questão de educação ou tradições culturais, porque existem diferenças inerentes nos homens e mulheres e como resultado disso as obrigações e responsabilidades de cada sexo estão unidas. A partir disso vem outra questão de que mesmo que homens e mulheres sejam diferentes, não estão em oposição, o que é a base de muito do pensamento ocidental e especialmente de tradições feministas. Que existe uma luta entre homens e mulheres, “existe uma batalha de sexos”, como é dito às vezes na designação popular. Isso não existe no Islã. Homens e mulheres trabalham juntos, como o dia e a noite se alternam e se vive durante o dia e durante a noite. Não se pode viver somente à noite e não se pode viver somente de dia. Da mesma forma, homens e mulheres não estão uns contra os outros, não estão em briga um com o outro, mas compartilham o mesmo objetivo, o mesmo propósito de ser, a mesma humanidade. Têm papéis diferentes, mas esses papéis se complementam e são necessários para o sucesso da humanidade, não nesse mundo, mas também - uma vez que os muçulmanos acreditam na outra vida - na outra vida, que é o objetivo supremo para os muçulmanos.
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