Estudiosos Cristãos Reconhecem Contradições na Bíblia (parte 1 de 5): Introdução

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Descrição: Um olhar no que alguns importantes estudiosos cristãos disseram sobre a autenticidade da Bíblia.

  • Por Misha’al ibn Abdullah (retirado do livro: What did Jesus really Say?(O que Jesus Realmente Disse?
  • Publicado em 09 Mar 2009
  • Última modificação em 03 Feb 2013
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“Ai daqueles que copiam o Livro, (alterando-o) com as suas mãos, e então dizem: Isto emana de Deus, para negociá-lo a vil preço. Ai deles, pelo que as suas mãos escreveram! E ai deles, pelo que lucraram!” (Alcorão 2:79)

“E quando lhes foi apresentado um Mensageiro (Muhammad) de Deus, que corroborou o que já possuíam, alguns dos adeptos do Livro (os judeus) atiraram às costas o Livro de Deus, como se não o conhecessem.” (Alcorão 2:101)

“Não acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor vosso Deus, que eu vos mando.” (Deuteronômio 4:2)

Christian_Scholars_Recognize_Contradictions_in_the_Bible_(part_1_of_5)_-_Introduction_PT_001.jpgComecemos do começo.  Nenhum estudioso da Bíblia na terra jamais reivindicará que a Bíblia foi escrita pelo próprio Jesus.  Todos concordam que a Bíblia foi escrita depois da partida de Jesus, que a paz esteja sobre ele.  O Dr. W Graham Scroggie do Instituto Bíblico Moody, em Chicago, uma missão evangélica cristã de prestígio, diz:

“... Sim, a Bíblia é humana, embora alguns em nome do zelo que não está de acordo com o conhecimento, neguem isso.  Aqueles livros passaram pelas mentes dos homens, são escritos na língua do homem, foram escritos pelas mãos dos homens e carregam em seu estilo as características dos homens... É Humano e, ainda assim, Divino,”[1]

Outro estudioso cristão, Kenneth Cragg, o bispo anglicano de Jerusalém, diz:

“...Nem tanto o Novo Testamento... Existe uma condensação e edição; existe escolha na reprodução e testemunho.  Os Evangelhos têm a mente da igreja por trás dos autores.  Representam experiência e história...”[2]

“É bem conhecido que o Evangelho cristão primitivo foi inicialmente transmitido oralmente e que essa tradição oral resultou em relatos variantes de palavras e atos. É igualmente verdade que quando o registro cristão foi transformado em escrita continuou a ser sujeito à variação oral involuntária e intencional, nas mãos dos escribas e editores.”[3]

“De fato, todos os livros do Novo Testamento com exceção das quatro grandes epístolas de São Paulo são no momento mais ou menos temas de controvérsias, e interpolações são reivindicadas mesmo naqueles.”[4]

O Dr. Lobegott Friedrich Konstantin Von Tischendorf, um dos defensores cristãos da Trindade mais conservadores e inflexíveis, foi ele mesmo levado a admitir que:

“[o Novo Testamento tinha] sofrido modificações tão sérias de significado em muitas passagens que nos deixava em incerteza dolorosa em relação ao que os Apóstolos tinham de fato escrito” [5]

Depois de listar muitos exemplos de afirmações contraditórias na Bíblia, o Dr. Frederic Kenyon diz:

“Além das discrepâncias maiores, como essas, são raros os versos nos quais não exista algum tipo de variação de frase em algumas cópias [dos manuscritos antigos dos quais a Bíblia foi coletada].  Ninguém pode dizer que essas adições ou omissões ou alterações são assuntos de mera indiferença” [6]

Ao longo desse livro você encontrará incontáveis citações semelhantes de alguns dos principais estudiosos da Cristandade.  Vamos nos contentar com essas por enquanto.

Os cristãos em geral são pessoas boas e decentes e quanto mais fortes são suas convicções, mais decentes eles são.  Isso é atestado no nobre Alcorão:

“...aqueles que estão mais próximos do afeto dos crentes são os que dizem: Somos cristãos!, porque possuem sacerdotes e não ensoberbecem de coisa alguma.  E, ao escutarem o que foi revelado ao Mensageiro, tu vês lágrimas a lhes brotarem nos olhos; reconhecem naquilo a verdade, dizendo: Ó Senhor nosso, cremos! Inscreve-nos entre os testemunhadores!” (Alcorão 5:82-83)

Todas as “versões” bíblicas da Bíblia anteriores à versão revisada de 1881 dependiam das “Cópias Antigas” (aquelas que datavam de quinhentos a seiscentos anos depois de Jesus).  Os revisores da Versão Padrão Revisada (Revised Standard Version (RSV)) de 1952 foram os primeiros estudiosos bíblicos a terem acesso às “cópias MAIS antigas” que datam de trezentos a quatrocentos anos depois de Cristo.  É lógico supormos que quanto mais próximo um documento é da fonte, mais autêntico ele é.  Vejamos qual é a opinião da Cristandade com relação à versão mais revisada da Bíblia (revisada em 1952 e novamente em 1971):

“A melhor versão que foi produzida no século atual” – (jornal da Igreja da Inglaterra)

“Uma tradução completamente nova por estudiosos da mais alta eminência” - (suplemento literário do Times)

“As características muito amadas da versão autorizada combinadas com uma nova precisão de tradução” (Life and Work)

“A versão mais precisa e próxima do original” – (jornal “The Times)

Os próprios editores (Collins) mencionam na página 10 de suas notas:

“Esta Bíblia (RSV) é o produto de trinta e dois estudiosos assistidos por um comitê consultivo representando cinquenta denominações”

Vejamos o que esses trinta e dois estudiosos cristãos da mais alta eminência apoiados pelas cinquenta denominações cristãs têm a dizer sobre a Versão Autorizada, ou como é mais conhecida, a Versão do Rei Jaime (KJV).  No prefácio da RSV de 1971 encontramos o seguinte:

“...Ainda assim a Versão do Rei Jaime tem DEFEITOS GRAVES...”

Prosseguem nos prevenindo que:

“...Esses defeitos SÃO TANTOS E TÃO SÉRIOS que requerem uma revisão”

As Testemunhas de Jeová em sua revista “DESPERTAI!” datada de 8 de setembro de 1957 publicou a seguinte manchete:“50.000 Erros na Bíblia” onde diziam “...existem provavelmente 50.000 erros na Bíblia...erros que se infiltraram no texto bíblico... 50.000 erros sérios...”  Depois de tudo isso, entretanto, eles prosseguem dizendo:“... como um todo a Bíblia é precisa.”  Vejamos apenas alguns poucos desses erros.



Footnotes:

[1] W Graham Scroggie, p. 17

[2] The Call of the Minaret (O Chamado do Minarete, em tradução livre), Kenneth Cragg, p 277

[3] Peake’s Commentary on the Bible (Comentário de Peake sobre a Bíblia, em tradução livre), p. 633

[4] Enciclopédia Britânica, 12a. Ed. Vol. 3, p. 643

[5] Secrets of Mount Sinai (Segredos do Monte Sinai, em tradução livre), James Bentley, p. 117

[6] Our Bible and the Ancient Manuscripts (Nossa Bíblia e os Manuscritos Antigos, em tradução livre), Dr. Frederic Kenyon, Eyre & Spottiswoode, p. 3

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