“Quem o Salvará de Mim Agora?”
Descrição: Um exemplo de como um grande líder comportou-se com aqueles que demonstraram inimizade.
- Por Abdul-Rahman A. al-Iyadah
- Publicado em 23 Apr 2012
- Última modificação em 23 Apr 2012
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Havia uma pequena comunidade em uma área isolada. Fracas e indefesas, as pessoas dessa comunidade viviam com medo e ansiosas, porque eram atacadas incansavelmente por uma gangue de bandidos.
É difícil imaginarmos o medo que sentiam. É o temor de uma pessoa indefesa perante um atacante forte e sem compaixão. Esses bandidos só conheciam a lei da selva. Como leões, não reconheciam nenhum código de ética além de sua própria fome e luxúria. Qualquer um que pudessem subjugar era presa fácil.
Embora a comunidade vivesse no deserto, antes da chegada da gangue, desfrutavam de paz e segurança e conseguiram prosperar. Agora estavam sendo despojados de suas vidas, liberdade e honra. Em desespero, apelaram para as autoridades para virem salvá-las.
O chefe do estado decidiu assumir a responsabilidade de liderar suas tropas para a área e punir quem estava espalhando o terror e violando as vidas e segurança de seu povo. A notícia se sua mobilização se espalhou rapidamente e logo os bandidos ficaram sabendo que as autoridades estavam vindo atrás deles. Foram compelidos a fugir da área e buscar refúgio nas montanhas vizinhas. Esconderam-se entre os picos mais altos que puderam encontrar, esperando escapar. Sabiam que podiam encontrar seu destino no mesmo lugar para o qual fugiram, mas também esperavam serem capazes ao menos de avistarem as tropas que foram enviadas para pegá-los.
As tropas chegaram sob o comando do chefe de estado e descobriram que os bandidos tinham abandonado a área e assumido posições em uma montanha próxima, para observar a situação de forma segura e em situação de vantagem.
Assim que as tropas chegaram, um temporal com relâmpagos e trovoadas começou, inundando os vales próximos à montanha. O chefe de estado ficou encharcado. Depois que o temporal passou, ele decidiu encontrar um lugar para remover suas roupas e colocá-las para secar. Encontrou uma árvore, tirou suas roupas e pendurou-as em um ramo para secar. Sentou debaixo da árvore para descansar da viagem cansativa. A fadiga o derrotou e ele caiu no sono.
Um dos bandidos estava observando com interesse e disse para si mesmo: “Essa é uma excelente oportunidade para subjugar o líder enquanto ele dorme. Depois ninguém ficará no nosso caminho.”
Furtivamente ele escalou a montanha e foi para onde o líder estava dormindo.
Quando se aproximava da árvore notou que a espada do líder estava ao seu lado. Olhou para os lados para assegurar-se de não havia mais ninguém. Então, com sua habilidade de ladrão, rapidamente pegou a espada e a apontou para o rosto do líder.
Zombando o bandido exclamou: “Quem o salvará de mim agora?”
O líder acordou com essas palavras e viu o bandido de pé, ameaçadoramente sobre sua cabeça com a espada em punho. Percebeu imediatamente que o bandido furioso o havia desarmado e ameaçava matá-lo. Imagine o que você faria nessa situação.
O líder manteve a compostura, ajeitou sua postura onde estava sentado e olhou seu assaltante calmamente. Depois de ouvir pacientemente as ameaças do bandido, respondeu a pergunta do assaltante e disse: “Deus me salvará.”
O bandido sentiu um arrepio percorrer seu corpo e seu braço. Deixou cair a espada. Assim que caiu, o líder pegou a espada e se aproximou do bandido, repetindo a mesma pergunta que o bandido havia lhe feito momentos antes: “Quem o salvará de mim agora?”
Imagine encontrar-se na posição desse líder. O que você faria com o bandido? Seu estado mental lhe daria qualquer chance de pensar antes de agir? Alguém o culparia se derrubasse o ladrão em legítima defesa?
Entretanto esse líder tinha um coração forte e magnânimo, um coração que não conhecia rancor ou vingança. Considerava vingança um sinal de fraqueza. Imagine que o líder não apenas perdoou o bandido, mas lhe ofereceu a oportunidade de unir-se às suas tropas em suas campanhas. Além disso, prometeu-lhe que se aceitasse a oferta, receberia todos os direitos e recompensas dos outros soldados.
Seria de imaginar que o bandido aceitasse ansiosamente essa oferta, pelo menos para enganar o líder. Entretanto, o bandido fez o impensável. Recusou e o fez com toda a grosseria e impertinência que pode reunir.
O líder lhe disse: “Então vá. Você conhece o caminho.”
O bandido começou a se afastar rapidamente, mas então parou e disse: “Não lutarei contra você, nem nunca me unirei a qualquer grupo que o combata.” Isso já é em si um resultado aceitável.
Quando o bandido retornou para o resto de sua gangue, puderam ver que estava feliz de ter sobrevivido ao encontro. Ele lhes disse: “Vim até vocês de um líder como nenhum outro.” Ele então relatou-lhes tudo que tinha acontecido e o quanto estava feliz por ainda estar vivo.”
Ainda falta revelar a identidade desse líder. Foi a mesma pessoa que é frequentemente difamada e retratada da forma mais ignóbil.
Sim, era ninguém mais que Muhammad, o profeta de Deus.
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