Paz e Segurança (parte 1 de 3): Paz com Deus
Descrição: Como o Islã cria um senso de paz com o Criador e consigo mesmo.
- Por Jamaal al-Din Zarabozo (© 2011 IslamReligion.com)
- Publicado em 26 Sep 2011
- Última modificação em 01 Apr 2012
- Impresso: 142
- 'Visualizado: 19,038
- Classificado por: 0
- Enviado por email: 0
- Comentado em: 0
A Relação entre Islã e “Paz” (Salaam)
Talvez a melhor maneira de começar uma discussão da relação entre Islã, paz e segurança seja lidar com uma afirmação que é ouvida com frequência esses dias: “Islã significa paz.” Se quem faz essa afirmação quer dizer que o significado real da palavra “Islã” é “paz”, então está definitivamente equivocado. É verdade que a palavra Islã e a palavra árabe para paz (salaam) vêm da mesma raiz. Isso demonstra que vai haver uma relação entre as duas. É vitalmente importante entender o que é essa relação e como ela ocorre.
A palavra “Islã” é o substantivo verbal do verbo aslama. Esse verbo é definido como “ele se resignou ou submeteu”. Quando usado em relação a Deus, significa “ele se tornou submisso a Deus.” [1]Dessa forma, o Islã refere-se a um indivíduo que reconhece quem é seu Senhor e reconhece que sua atitude em relação ao seu Senhor e Criador deve ser de submissão e adoração.
Essa compreensão do que a palavra Islã significa é vital para o entendimento da relação entre Islã e paz. Islã, a submissão a Deus, é o que leva à paz verdadeira. A paz verdadeira – interna e externamente - só pode ser o resultado da implementação correta do Islã. Claro, o que se quer dizer não é simplesmente paz como em “ausência de um estado de guerra.” Paz significa muito mais que isso. Pode-se estar livre de guerra e ainda assim sofrer de ansiedade ou desespero e falta de paz. Aqui estamos referindo a um senso completo de paz. O Islã traz tranquilidade e paz de espírito completas que são resultado de perceber que se crê e age de acordo com a orientação do Criador. Essa paz interior pode então se propagar para a família, a comunidade, a sociedade e o mundo como um todo.[2]É uma forma especial de tranquilidade que só pode ser produzida pela crença adequada em Deus. Assim, Deus diz:
“Já vos chegou de Deus uma Luz e um Livro lúcido através do qual Deus conduzirá aos caminhos da salvação aqueles que procurarem a Sua complacência e, por Sua vontade, tirá-los-á das trevas e os levará para a luz, encaminhando-os para a senda reta” (Alcorão 5:15-16)
De fato, Deus está chamando os humanos para a morada de paz eterna:
“Deus convoca à morada da paz e encaminha à senda reta quem Lhe apraz” (Alcorão 10:25)
Para aqueles que seguem esse caminho, sua recompensa suprema será a morada de paz:
“Obterão a morada de paz junto ao seu Senhor, porque ele será o seu protetor por tudo quanto fizerem” (Alcorão 6:127)
Em resumo, não é correto dizer “Islã quer dizer paz”, mas certamente a paz verdadeira vem somente através do Islã.
Como o Islã Traz Paz
Paz verdadeira e completa só pode ser obtida quando os próprios indivíduos alcançam paz interior. Isso resulta somente do Islã ou da verdadeira submissão a Deus. É o único modo de vida consistente com a natureza dos seres humanos. De fato, é o que pode ser chamado de “vida verdadeira.” Assim, Deus diz:
“Ó vós que credes! Atendei a Deus e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação.” (Alcorão 8:24)
Conhecer Deus é o que traz verdadeiro contentamento à alma. Se o indivíduo não conhece seu Criador, sua alma estará sempre ansiando por algo que falta em sua vida. Estará sempre agitado e confuso. Se e quando busca outras coisas além de Deus – mesmo coisas que ele acredita que sejam seu “deus” – terminará em desespero quando perceber que todas as coisas que busca não são o Ser que seu coração anseia.
Ibn Taimiyyah escreveu:
Você deve saber que a necessidade humana[3] por Deus – adorá-Lo e não associá-Lo com qualquer parceiro – é uma necessidade com a qual não se pode fazer analogia. Em algumas questões parece a necessidade do corpo por alimento e bebida. Entretanto, existem muitas diferenças entre as duas.
A realidade de um ser humano está em seu coração e alma. Não podem ser prósperos exceto através de sua relação com Deus, sem existir outro deus. Não existe [por exemplo] tranquilidade nesse mundo, a não ser em Sua recordação. Verdadeiramente o homem caminha na direção de seu Senhor e O encontrará. Deve definitivamente encontrá-Lo. Não existe bondade verdadeira para ele exceto encontrá-Lo.[4]Se o humano experimenta qualquer prazer ou felicidade fora de Deus, aquela alegria e felicidade não durarão. Mudará de uma natureza para outra ou de uma pessoa para outra. A pessoa a desfrutará uma vez ou somente parte do tempo. De fato, às vezes a coisa que desfruta e da qual obtém prazer não lhe traz prazer ou satisfação. Às vezes até o prejudica quando chega até ele. E é ainda mais prejudicado por isso. Mas seu Deus está sempre definitivamente com ele sob quaisquer circunstâncias e todos os momentos. Onde quer que esteja, Deus está com ele [através de Seu conhecimento e ajuda]...
Se alguém adora qualquer outra coisa além de Deus - mesmo que a ame e obtenha algum amor nesse mundo e alguma forma de prazer a partir disso – [a falsa adoração] destruirá a pessoa de uma forma maior que o dano causado a uma pessoa que consome veneno...
Saiba que se alguém ama algo por outro motivo que não seja Deus, então aquela coisa amada definitivamente será uma causa de prejuízo e punição... Se alguém ama algo por outro motivo que não seja Deus, aquela coisa o prejudicará esteja com ele ou não....[5]
Toda a fortuna e os bens desse mundo não serão capazes de trazer ao humano contentamento interior verdadeiro. Abu Hurairah narrou que o Profeta, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, afirmou:
“A verdadeira riqueza não é através de muitas propriedades e bens. A verdadeira riqueza está na autossatisfação.”[6]
Outro hadith afirma:
“A verdadeira riqueza é a riqueza do coração. Pobreza verdadeira é a pobreza do coração.” [7]
Uma vez que um indivíduo esteja em paz consigo mesmo e livre de agitações interiores, ele pode entrar em relações verdadeiramente pacíficas com outros. Não terá razão para sentir ressentimento em relação ao resto do mundo – aqueles a quem ele pode culpar por sua falta de paz interior. De fato, uma vez que o objetivo dele é a Vida Futura, não tem motivos até para sentir inveja ou ódio em relação aos outros por conta do que receberam nesse mundo – enquanto que a inveja e o ódio atingem a raiz das relações pacíficas com outros.
Footnotes:
[1] E. W. Lane, Arabic-English Lexicon (Léxico Árabe-Inglês) (Cambridge, Inglaterra: The Islamic Texts Society, 1984), vol.1, p. 1413.
[2] Sobre esse ponto pode-se ler Sayyed Qutb, Islam and Universal Peace (Islã e Paz Universal, em tradução livre) (Indianapolis, IN: American Trust Publications, 1977), passim.
[3] A palavra que ibn Taimiya usou foi abd (servo ou escravo); entretanto, sua inferência é todo ser humano.
[4] Isso é porque a alma, por sua natureza enraizada, anseia por seu encontro com seu Criador.
[5] Ibn Taimiya, Majmoo, vol. 1, pp. 24-29.
[6] Registrado por al-Bukhari e Muslim.
[7] Registrado por ibn Hibbaan. De acordo com al-Albaani, é autêntico. Ver al-Albaani, Saheeh al-Jaami al-Sagheer, #7816.
Paz e Segurança (parte 2 de 3): Sociedade
Descrição: Como o Islã cria um senso de paz dentro da sociedade e o papel das leis na manutenção da segurança.
- Por Jamaal al-Din Zarabozo (© 2011 IslamReligion.com)
- Publicado em 26 Sep 2011
- Última modificação em 30 Oct 2011
- Impresso: 155
- 'Visualizado: 17,286
- Classificado por: 0
- Enviado por email: 0
- Comentado em: 0
Sua liberdade de agitação interior deve definitivamente, por tanto, afetar como ele interage com aqueles ao seu redor. Isso começa com os mais próximos a ele em sua família e se estende aos seus vizinhos e outros na comunidade, abrangendo, por fim, a humanidade como um todo. Assim, o Islã estabelece uma estrutura social inteira na qual as pessoas interagem com outras baseadas em relacionamentos, direitos e obrigações, de maneira a proporcionar uma coexistência pacífica. As crianças reconhecem os direitos de seus pais sobre elas, enquanto os pais reconhecem seus papéis em relação a seus filhos. Maridos e esposas se unem não como competidores, mas como parceiros que cooperam para produzir um lar repleto de paz e amor. De fato, Deus aponta para essa relação que criou como um grande sinal:
“Entre os Seus sinais está o de haver-vos criado companheiras da vossa mesma espécie, para que com elas convivais; e colocou amor e piedade entre vós. Por certo que nisto há sinais para os sensatos.” (Alcorão 30:21)
Dessa forma Deus estabeleceu leis estritas que protegem a santidade do lar, como as leis referentes ao adultério, fornicação e calúnia. A razão é que o lar é verdadeiramente a fundação para a sociedade como um todo. Se não houver paz no lar, não se pode esperar que as pessoas saiam de suas casas em um estado inquieto e sejam membros pacíficos e cumpridores de deveres na sociedade.
Uma vez que a orientação do Islã cobre não apenas o que é tradicionalmente conhecido como “lei”, mas também conduta e comportamento éticos, o Islã fornece orientação detalhada para a maneira na qual os membros de uma sociedade devem interagir uns com os outros. Existe grande ênfase no respeito mútuo, com cada membro da sociedade percebendo que é parte de uma unidade maior que implica em direitos e obrigações. Esse sentimento mútuo produz uma sociedade que é cheia de paz, na qual cada indivíduo cuida do bem-estar e necessidades dos outros membros da sociedade.
Assim, quando o Islã é implementado, o indivíduo encontra paz ao seu redor, em si mesmo e em toda a sociedade. De fato, até a paz mundial só pode realmente vir quando houver justiça. Em anos recentes mais e mais pessoas têm percebido esse fato e enfatizado: “Não existe paz sem justiça.” (Justiça muitas vezes é um lema usado quando se vai à guerra, mas geralmente não é nada além disso, um lema). Mas não pode haver justiça ou verdadeiras até que as pessoas se elevam acima dos interesses nacionais, étnicos, econômicos ou políticos. Não pode haver justiça ou paz verdadeira enquanto as pessoas continuarem a acreditar que podem ir à guerra contra outras simplesmente por conta de seus próprios interesses econômicos, como, por exemplo, para explorar recursos naturais que estão na terra de outros. Justiça verdadeira só pode ocorrer quando as pessoas se dedicarem a Deus, aplicando Sua orientação ao mesmo tempo em que removem seus egos e desejos de suas decisões.
Na Vida Futura, claro, será apenas através da crença em Deus e na observância de Sua orientação que se alcançará paz eterna. Deus deixa muito claro que é para isso que Ele de fato conclama os humanos:
“Deus convoca à morada da paz e encaminha à senda reta quem Lhe apraz”. (Alcorão 10:25)
Antes de deixar essa questão sobre paz existe um assunto muito importante, mas talvez sua discussão completa esteja além do escopo desse artigo: pode alguém ter paz interior verdadeira quando a vida que está levando nessa vida não lhe dá qualquer pista de como se sairá na Vida Futura, ou se existir uma desconexão completa entre as duas ou, ainda, se parecer existir alguma contradição entre as duas? Por exemplo, capitalismo, socialismo e democracia prometem fornecer algo nesse mundo e, ainda assim, na realidade, não podem prover nada ao indivíduo com relação à Vida Futura. Assim, deixam um vácuo na vida do indivíduo que o impedirá de encontrar paz interior verdadeira. O resultado é que o indivíduo pode tentar dicotomizar sua vida: ser secular com relação a esse mundo e ter alguma forma de crença espiritual em relação à Vida Futura. Mas como ele pode saber se suas buscas seculares são compatíveis com o que seus ensinamentos espirituais lhe dizem que acontecerá na Vida Futura? Ele tem que se tornar esquizofrênico? Pior ainda, e se os ensinamentos espirituais nos quais acredita apontam para o fato de que sua vida mundana está errada, como quando seus ensinamentos espirituais lhes dizem que a carne e esse mundo são maléficos e assim por diante. Como indivíduos dessa natureza podem algum dia encontrar paz verdadeira em si mesmos?
Como o Islã Traz Segurança
A segurança pode ser considerada um corolário à questão da paz. Os fatores que trazem paz contribuem para o estabelecimento de segurança.
Entretanto, provavelmente a primeira coisa que vem à mente das pessoas quando pensam em segurança tem a ver com leis. Leis são definitivamente importantes para segurança, uma vez que determinam parâmetros de comportamento aceitável. Na verdade o Islã é uma religião que não apenas fornece princípios gerais para a vida, mas também fornece leis detalhadas. Essas leis ajudam a trazer paz e segurança. Paz e segurança sem dúvida serão os objetivos de qualquer sociedade. Entretanto, Deus é o único que tem o conhecimento dessa criação para ser capaz de determinar leis que tragam paz e segurança. Quanto aos humanos, estão sempre conjecturando. Pode-se apontar o exemplo da pena de morte (pena capital). A pena de morte é, com certeza, um dos maiores impedimentos para os principais crimes. Entretanto a União Européia a baniu completamente. Nos Estados Unidos as massas continuam mudando de opinião, nunca muito certa se é ou não uma coisa boa. Na realidade, nunca serão capazes de ter certeza. Isso porque jamais serão capazes de colocar humanos em uma experiência de laboratório e determinar se a pena de morte é mais positiva do que negativa. Assim, continuarão sempre conjecturando. Até a União Européia que é completamente contra, é de fato completamente contra com base em nada além de conjecturas. Por outro lado, um dos principais objetivos da lei islâmica é a preservação e continuação da vida. Como parte desse objetivo, a lei de talião e a pena de morte são parte da lei islâmica. Essas leis não têm como finalidade simplesmente punir. Essas leis têm a finalidade de proteger a vida, como Deus diz:
“Tendes, no talião, a segurança da vida, ó sensatos, para que vos refreeis.” (Alcorão 2:179)
Essa afirmação vem do único que pode fazer essa declaração e que sozinho conhece a realidade. Assim, ao se afastar da orientação de Deus, os humanos estarão sempre tateando e não parece provável, portanto, que serão capazes de recomendar um sistema social completo por conta própria que possa verdadeiramente produzir paz e segurança. Por isso, o Islã, a religião do Criador, é o único modo de vida que pode assegurar segurança.
Paz e Segurança (parte 3 de 3): Consciência de Deus
Descrição: O papel da crença em Deus e de estar constantemente consciente Dele em relação à paz e segurança na sociedade.
- Por Jamaal al-Din Zarabozo (© 2011 IslamReligion.com)
- Publicado em 03 Oct 2011
- Última modificação em 03 Oct 2011
- Impresso: 141
- 'Visualizado: 17,629
- Classificado por: 0
- Enviado por email: 0
- Comentado em: 0
Na realidade, entretanto, somente leis não podem trazer paz e segurança. Isso leva a outro fator muito importante que distancia o Islã de todas as tentativas humanas sobre paz e segurança. O primeiro e mais importante fator que contribui para a segurança tem a ver não com leis, mas com o que está nos corações das pessoas. O objetivo final da lei islâmica é estabelecer, fortalecer e apoiar a fé em indivíduos e na comunidade como um todo. Como discutido acima, essa fé traz paz no coração que imediatamente inibe sentimentos violentos em relação aos outros. Além disso, parte dessa fé é a implantação de taqwa (consciência de Deus) nos corações dos indivíduos. Como notado acima, essa fé e taqwa lhe trazem paz, mas também restringe suas ações. Ele deve se comportar somente dentro de um conjunto de princípios gerais e um dos objetivos desses princípios é o estabelecimento de paz e segurança. Se estiver descontente, por exemplo, entende que não tem o direito de ir para seu trabalho e começar a gritar com todos ao redor, como aconteceu em mais de uma ocasião nos Estados Unidos em anos recentes. Então, existem limites ao seu comportamento que garantem segurança e paz.
Existe um ponto muito importante que realça toda a perspectiva de uma pessoa sobre a vida que, novamente, resulta em segurança e paz. Essa fé e taqwa fornecem um propósito para a vida e uma compreensão de ser uma criatura nobre com um objetivo na vida. Essa vida não é sem sentido. Não é resultado de alguma combinação aleatória de matéria. Da mesma forma, humanos não são simplesmente descendentes de outros animais. Essa compreensão em si tem um efeito profundo sobre as ações do indivíduo. Esse autor teve experiência pessoal trabalhando em prisões nos Estados Unidos. Ao perguntar a vários presidiários por que cometeram seus crimes, a resposta foi invariavelmente “Por que não?” A única questão para eles era se conseguiriam levar um ato adiante sem serem pegos. Não havia nenhuma questão de responsabilidade em relação ao Criador ou qualquer sentido de propósito nessa vida. De fato, não se pode argumentar muito contra seu modo de pensar se alguém for tolo o bastante para acreditar que sua existência não tem propósito e é um mero acaso.
Não apenas existe um impedimento às ações via fé e taqwa, mas é desenvolvido um desejo correspondente de fazer o que é bom. Nesse ponto pode-se tomar o famoso exemplo da proibição de álcool nos Estados Unidos decretada em 1919. Essa lei foi passada como resultado de bebedeira generalizada e também o aumento nas taxas de crime e violência. Mesmo que as pessoas pudessem ver a sabedoria da lei e acreditassem na lei - e foi por isso que a lei foi passada - muitas delas não tinham nada em seus corações que pudessem levá-las a obedecer a lei. Quando existe crença nas leis de Deus e taqwa, a situação é muito diferente. Desenvolve-se um ódio no coração pelo ato banido. O crente reconhece que o ato em si é maléfico e, pior ainda, desagrada seu Senhor. Assim, o crente se reprime da melhor maneira possível de cometer esses atos ilegais. E, uma vez que o decreto das leis de Deus resulta em segurança, o resultado final é alcançado.
O que contribui ainda para a implementação das leis de Deus que garantem segurança é a ênfase que o Islã coloca no espírito de comunidade. Em anos recentes nos Estados Unidos, como reação à falta de paz e segurança, muitas comunidades desenvolveram o que é conhecido como “sentinelas da vizinhança.” São vizinhos que cuidam uns dos outros e mantêm as coisas sob vigilância. O objetivo não é simplesmente identificar violações de paz e segurança, mas fazer as pessoas perceberem que são parte de uma comunidade e que devem se preocupar com o que acontece com as outras em sua vizinhança. Claro, o que desenvolveram não pode ser comparado ao tipo de espírito de comunidade e irmandade que é desenvolvido dentro do Islã. A realidade é que algumas pessoas são fracas e podem ser facilmente levadas pelos desejos ou por outras pessoas más. Elas precisam de pessoas nas quais possam se apoiar para mantê-las na Senda Reta e ajudá-las a superar suas fraquezas. Dessa forma o espírito de irmandade no Islã é permeado pela obrigação de se cuidarem mutuamente, se encorajarem mutuamente a fazer o bem e se prevenirem mutuamente de fazer o mal. Assim, Deus diz:
“Os crentes e as crentes são protetores uns dos outros; recomendam o bem, proíbem o ilícito...” (Alcorão 9:71)
O Profeta, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, afirmou:
“O crente em relação a outro crente é como um edifício, uma parte fortalecendo a outra.”[1]
Essa relação entre os membros da sociedade, como o espírito por trás dos programas de Sentinela da Vizinhança, promove a paz e segurança para os indivíduos da sociedade.
O Islã cuida tanto dessa vida quanto da Vida Futura. De fato, conecta as duas. Pode-se argumentar que é somente através dessa relação íntima que a paz e segurança verdadeiras serão alcançadas. A orientação deve vir de Deus - e só pode vir de Deus - para saber quais são as crenças, leis e etapas que fornecerão paz e segurança. Através do Islã o indivíduo pode encontrar paz interior. Isso pode lhe permitir estar em paz com os outros. Ao mesmo tempo, ele tem as etapas e leis que precisa para garantir paz e segurança para a sociedade como um todo.
Adicione um comentário