Abu Bakr, o verídico (parte 1 de 3): O primeiro

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Descrição: Um homem devoto aceita o Islã e entra na história.

  • Por Aisha Stacey (© 2015 IslamReligion.com)
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Abu_Bakr__the_Truthful_(part_1_of_3)_por-BR_001.jpg"Se tivesse tomado alguém como meu amigo mais próximo, tomaria Abu Bakr, mas ele é meu irmão e companheiro."[1]  Essas são as palavras do profeta Muhammad, que Deus o cubra com louvores, e Abu Bakr era seu companheiro terreno mais próximo.  Abu Bakr era conhecido como As Siddiq (o verídico).  A palavra árabe Siddiq implica mais do que ausência de mentira, indica uma pessoa em estado constante de veracidade.  Alguém que reconhece a verdade e adere a ela.  A palavra Siddiq implica veracidade consigo mesmo, aqueles ao nosso redor e, mais importante, com Deus.  Abu Bakr era esse homem.

O profeta Muhammad mostrava seu grande amor e respeito por Abu Bakr ao associá-lo ao conceito de "amigo mais próximo".  Em árabe a palavra usada é kalil e denota mais que amizade e sim uma proximidade sincera com uma conexão inquebrável.  O profeta Abraão era conhecido como o kalil de Deus e o próprio profeta Muhammad reservou essa palavra para sua relação com Deus, mas sua conexão com Abu Bakr envolvia uma relação especial.

Histórico

Os ditos do profeta Muhammad e a história do Islã nos contam que Abu Bakr nasceu pouco mais de dois anos depois do profeta Muhammad e que ambos nasceram na tribo dos Coraixitas, embora em clãs diferentes.  Abu Bakr nasceu em uma família razoavelmente rica e se estabeleceu como um negociante bem-sucedido.  Era um homem agradável e acessível que tinha uma grande rede social.

Abu Bakr amava conversar e se comunicar com todos ao redor ele e era um especialista em genealogia árabe.  Sabia os nomes e locais das tribos árabes e entendia suas qualidades boas e más.  Foi esse conhecimento que lhe permitiu se misturar facilmente com pessoas muito diversas e exercer grande influência na sociedade de Meca.

Quando o profeta Muhammad casou com sua primeira esposa Khadija, ele e Abu Bakr se tornaram vizinhos e constataram que compartilhavam de muitas características.  Ambos eram comerciantes e conduziam seus negócios com honestidade e integridade.

 Ambos evitavam o vício e corrupção que abundavam na Arábia pré-islâmica e ambos evitavam a idolatria.  Reconheceram-se mutuamente como espíritos afins e desenvolveram uma amizade ao longo da vida.

O primeiro

Abu Bakr As Siddiq foi a primeira pessoa que deu atenção à mensagem do profeta Muhammad e entrou no Islã.  Quando ouviu o profeta Muhammad dizer que não havia nada merecedor de adoração exceto Deus e que ele (Muhammad) era o mensageiro de Deus, Abu Bakr aceitou o Islã sem quaisquer reservas.  Para todos que entraram no Islã ou reacenderam a fé perdida, houve um obstáculo, um momento de hesitação, mas não para Abu Bakr.  A doçura da fé entrou em seu coração e aquele que era conhecido como verídico, reconheceu a verdade.

No início quando a mensagem foi revelada, o profeta Muhammad convidava para o Islã as pessoas ao seu redor em segredo.  Ele sabia que sua mensagem chocaria e assombraria os mecanos que estavam profundamente enraizados na ignorância.  Queria construir um grupo de seguidores que lentamente transmitiria a mensagem, propagando-a em círculos cada vez maiores.  Quando havia 38 muçulmanos, Abu Bakr foi a seu amado amigo profeta Muhammad e disse que queria proclamar a mensagem em público.

O profeta Muhammad recusou, pensando que o número era pequeno para arriscar uma exposição.  Abu Bakr insistiu e continuou mencionando isso a seu companheiro.  Quando o profeta Muhammad recebeu a ordem de Deus para tornar a mensagem pública, ele e Abu Bakr foram até a Caaba (a casa de Deus no centro de Meca).  Abu Bakr se levantou e proclamou em voz alta: "Não há divindade exceto Allah e Muhammad é Seu servo e mensageiro."  Abu Bakr foi o primeiro porta-voz público pelo Islã.

Quando o profeta Muhammad morreu os muçulmanos ficaram devastados, alguns até se recusaram a aceitar a verdade.  Seus corações estavam partidos.  Embora dominado pela dor, Abu Bakr se dirigiu ao povo, louvou e glorificou a Deus e disse: "Quem adorava Muhammad, Muhammad está morto, mas quem adorava a Deus, Deus é eterno e nunca morre."[2]  Então recitou os versículos do Alcorão. 

"(O Muhammad) Verdadeiramente tu morrerás e eles morrerão." (Alcorão 39:30)

"Muhammad não é senão um Mensageiro, a quem outros mensageiros precederam. Porventura, se morresse ou fosse morto, voltaríeis à incredulidade? Mas quem voltar a ela em nada prejudicará Deus; e Deus recompensará os agradecidos." (Alcorão 3:144)

Durante essa grande crise os muçulmanos devastados escolheram Abu Bakr como líder.  Ele foi o primeiro califa (líder dos muçulmanos).

O sobrinho do profeta Muhammad, Ali ibn Abu Talib, louvou Abu Bakr como a primeira pessoa a entrar no Islã e a primeira a realizar boas ações.[3]  No Islã, competir uns com os outros para fazer boas ações não só é aceitável, mas também encorajado.  O profeta Muhammad exortava seus seguidores a se comportarem facilmente nas questões desse mundo, mas competirem entre si em relação à vida eterna no paraíso.  O historiador muçulmano At Tabarani cita o companheiro virtuoso Ibn Abbas dizendo: "Abu Bakr... superou todos os companheiros do profeta Muhammad em devoção e retidão, renúncia dos bens mundanos e confiança em Deus."  Dos ditos do profeta Muhammad aprendemos que Abu Bakr será a primeira pessoa a entrar no paraíso depois dos profetas de Deus.[4]  Abu Bakr - o primeiro!



Notas de rodapé:

[1] Saheeh Al-Bukhari

[2] Saheeh Al-Bukhari

[3] Ali ibn Abu Talib no funeral de Abu Bakr.

[4] Abu Dawood.

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Abu Bakr, o verídico (parte 2 de 3): Somos dois e Deus é o terceiro

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Descrição: Dois amigos enfrentam o perigo e colocam suas confiança em Deus.

  • Por Aisha Stacey (© 2015 IslamReligion.com)
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O profeta Muhammad, que Deus o cubra com louvores, e companheiro próximo Abu Bakr tinham menos de três anos de diferença.  Ambos nasceram na mesma tribo árabe, os Coraixitas, mas de clãs diferentes.  A maior parte da infância do profeta Muhammad foi passada em pobreza relativa, enquanto que Abu Bakr vinha de uma família relativamente rica.  Ambos viviam e se comportavam de maneira calma e digna e ambos tinham eliminado a idolatria de suas vidas.  Quando o profeta Muhammad recebeu sua missão de propagar a mensagem do Islã, o primeiro homem para o qual se voltou foi seu amigo Abu Bakr.  Sem momentos de hesitação Abu Bakr aceitou o Islã e começou uma jornada de dedicação e amor que durou o resto de sua vida.

Abu Bakr amava profundamente seu amigo e estava pronto e apto a aceitar facilmente a verdade do Islã.  Quando ouviu a mensagem de que Deus era Único, estava pronto para aceitar o que já sabia ser verdade.  Sua filha Aisha narrou que em toda sua vida Abu Bakr nunca se prostrou para um ídolo.  O próprio Abu Bakr relata que quando era criança, seu pai o levou a um lugar de ídolos e o deixou lá entre as estátuas.  O menino olhou para os objetos inanimados ao seu redor e perguntou a eles qual benefício poderiam lhe proporcionar.  Quando os ídolos foram incapazes de responder, Abu Bakr decidiu que não adoraria algo que não podia ouvir ou ver.  De maneira inata compreendeu que estátuas e ídolos não merecem adoração.

O amor de Abu Bakr pelo Deus Verdadeiro e Único e seu apoio a seu amigo Muhammad significaram que no início do Islã fosse frequentemente perseguido e espancado sem misericórdia.  A maioria dos mecanos odiava ouvir a mensagem reforma e prestação de contas vinda de Muhammad.  Eram guardiões da idolatria e tinham uma receita muito grande feita dos peregrinos que visitavam um ou mais ídolos adorados em Meca.  Se Muhammad tivesse sucesso em unir o povo na adoração do Deus Único e seus modos corruptos fossem erradicados, suas vidas mudariam de maneira irreversível.

A migração

O tratamento chocante, a tortura e a brutalidade direcionada aos muçulmanos fez com que o profeta Muhammad enviasse muitos deles para longe, para sua própria proteção.  A segunda das duas migrações foi para a cidade próxima de Yathrib, mais tarde chamada de Medina.  Embora seja frequentemente chamada de fuga, na verdade foi uma migração planejada de forma cuidadosa.  As duas tribos de Yathrib tinham negociado um tratado com o profeta Muhammad e ofereceram a ele sua aliança e proteção, mas naquele estágio o profeta Muhammad não tinha recebido permissão de Deus para deixar Meca.  Ele, entretanto, enviou seus seguidores para Yathrib em grupos pequenos o suficiente para não atrair a atenção dos mecanos.

Um dia no calor do meio-dia o profeta Muhammad visitou a casa de seu amigo Abu Bakr.  As ruas de Meca estavam desertas e Abu Bakr sabia que essa visita era de grande importância, porque essa hora do dia era reservada para o descanso.  O profeta Muhammad pediu a Abu Bakr para "esvaziar a casa", significando que tinha algo importante e particular para discutir.  Abu Bakr respondeu: "Essa e sua família."  O profeta Muhammad entrou e revelou a seu amigo que Deus havia lhe dado permissão para deixar Meca.  Aisha narra que o pai chorou quando ouviu que seria o companheiro do profeta Muhammad na viagem.

Abu Bakr chorou não de medo, embora soubesse que a viagem seria perigosa, mas de pura alegria.  Essa era uma oportunidade de passar mais que dez dias viajando sozinho com seu companheiro mais querido.  Era uma oportunidade de passar muitos dias e noites bebendo da fonte da missão profética.  Abu Bakr anunciou que tinha camelos preparados e estava pronto para ir, porque ele também estava esperando que seu companheiro Muhammad recebesse permissão para partir.  Naquela noite os dois amigos saíram pela porta dos fundos e caminharam na paisagem escura do deserto.

A busca

Quando os mecanos perceberam que o profeta Muhammad tinha escapado de Meca, escapando de seus planos para matá-lo, ficaram furiosos.  As buscas começaram pelas áreas vizinhas.  Embora suspeitassem que o profeta Muhammad estivesse a caminho de Yathrib, enviaram olheiros para todas as direções.  Abu Bakr e o profeta Muhammad passaram três dias escondidos em uma caverna ao sul de Meca.

Em um dado momento um grupo de busca chegou tão perto da entrada da caverna que Abu Bakr pode ver os sapatos dos integrantes do grupo acima dele.  Estava cheio de medo e trepidação, não por si próprio, porque era um homem corajoso, mas seu amigo querido.  Abu Bakr sussurrou: "Mensageiro de Deus, se olharem para baixo nos verão!" O profeta Muhammad respondeu: "Abu Bakr, o que você acha de duas pessoas em que Deus é o terceiro?"  Deus revelou o versículo seguinte do Alcorão em resposta a esse momento comovente.

"Se não o socorrerdes (o Profeta), Deus o socorrerá, como fez quando os incrédulos o desterraram. Quando estava na caverna com um companheiro, disse-lhe: Não te aflijas, porque Deus está conosco! Deus infundiu nele o Seu sossego, confortou-o com tropas celestiais que não poderíeis ver, rebaixando ao mínimo a palavra dos incrédulos, enaltecendo ao máximo a palavra de Deus, porque Deus é Poderoso, Prudentíssimo." (Alcorão 9:40)

Os mecanos zangados e frenéticos pararam do lado de fora da caverna, mas não entraram.  Uma aranha tinha tecido uma teia na entrada da caverna, fazendo parecer que ninguém havia entrado na caverna há muito tempo.  Abu Bakr compreendeu as palavras de seu amado amigo de que o poder de Deus se manifesta nos lugares menos esperados.  Uma aranha pequena e frágil tecendo uma teia de ocultação era mais poderosa que um exército.  Abu Bakr, o primeiro homem a entrar no Islã se tornou um de dois.  Dois amigos unidos em uma missão, ligados por seu amor e pela nação muçulmana que se formava, fortalecidos por seu amor ao Deus Verdadeiro e Único.

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Abu Bakr, o verídico (parte 3 de 3): O protetor

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Descrição: Abu Bakr usou seu bom senso, riqueza e força para proteger seus companheiros.

  • Por Aisha Stacey (© 2015 IslamReligion.com)
  • Publicado em 20 Apr 2015
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Abu_Bakr__the_Truthful_(part_3_of_3)_por-BR_001.jpgAbu Bakr era um homem perspicaz.  Capaz de discernir a verdade quando outros estavam confusos pelas complexidades de uma situação.  Portanto, achou muito fácil ver a verdade no Islã, mas percebeu que as palavras de Muhammad causariam uma divisão na sociedade de Meca.  Os líderes de Meca não tolerariam nada que prejudicasse sua situação econômica e estilo de vida.  Abu Bakr sabia que tempos difíceis estavam por vir e sentiu que era seu dever proteger seu companheiro, o profeta Muhammad.  Os dois amigos se viam diariamente e a amizade se fortaleceu à medida que sua compreensão do Islã aumentou e se enraizou em seus corações.  Por três anos o Islã floresceu em segredo.  Os novos muçulmanos espalharam a mensagem do Islã por meio de uma rede de famílias e amigos de confiança, mas veio o momento em que Deus ordenou o profeta Muhammad a propagar a mensagem em público.

Abu Bakr entendeu que a vida se tornaria difícil, já que os líderes de Meca perceberam quantas pessoas estavam aceitando o Islã.  Sabia que o profeta Muhammad precisaria de sua proteção, mas com o passar dos meses Abu Bakr também assumiu o papel de protetor de muitos novos muçulmanos.  Como mais e mais pessoas se convertiam ao Islã, os líderes não-muçulmanos de Meca começaram uma campanha de perseguição e abuso destinada a destruir a nova fé.  A maioria dos homens, mulheres e crianças das tribos de Meca tinham a proteção de suas famílias, mas os escravos e os pobres eram particularmente vulneráveis.

Os escravos e os destituídos eram particularmente atraídos pelos ensinamentos do Islã.  Ouviam as palavras de igualdade, liberdade e misericórdia do Deus Verdadeiro e Único e viam como uma forma de escapar da brutalidade de suas existências e encontrar conforto no perdão e amor de Deus.  Aprenderam que todos os homens eram servos de Deus e que Ele oferecia orientação e proteção a todos, não apenas à elite.  Abu Bakr era um comerciante rico, capaz de aliviar o sofrimento de muitos escravos comprando-os de seus donos e libertando-os.

Entre os escravos libertados por Abu Bakr estava Bilal[1], o homem destinado a se tornar o primeiro a chamar os crentes para a oração.  O dono de Bilal fez com que ele deitasse na areia escaldante com grandes placas de rocha sobre o peito, mas Bilal se recusou a abrir mão de sua nova crença.  Quando Abu Bakr soube da condição de Bilal, correu para libertá-lo.  No total Abu Bakr libertou oito escravos, quatro homens e quatro mulheres.  Embora a compra e libertação de escravos não fossem desconhecidas na sociedade de Meca, geralmente eram feitas por razões menos altruísticas.  Quando um escravo era liberto, estava preso por uma questão de honra a oferecer sua proteção àquele que o libertou e por essa razão os mecanos ricos libertavam escravos fortes e em forma.  Abu Bakr libertava escravos por amor a Deus, não para si mesmo.

"Que aplica os seus bens, com o fito de purificá-los. E não faz favores a ninguém com o fito de ser recompensado, senão com o intuito de ver o Rosto do seu Senhor, o Altíssimo; E logo alcançará (completa) satisfação." (Alcorão 92:18-21)

Protegendo seu companheiro

Um dia, quando o profeta Muhammad estava na Caaba (Casa de Deus), os mecanos o cercaram, começando a insultar e abusar verbalmente dele, o que rapidamente se desenvolveu para abuso físico.  Informaram a Abu Bakr de que seu companheiro precisava de sua ajuda e ele correu para a Caaba e entrou no meio da briga, se colocando entre o profeta Muhammad e seus agressores.  Gritou: "Matariam um homem por dizer que Allah é seu Senhor?"[2]  Os mecanos ficaram momentaneamente atordoados, mas em segundos caíram sobre Abu Bakr e o espancaram sem misericórdia.  O espancamento foi tão severo que o sangue jorrou de sua cabeça e encharcou seu cabelo.

Em outra ocasião, quando o profeta estava orando, um dos integrantes da elite de Meca amarrou um pedaço de pano no pescoço dele e começou a estrangulá-lo.  Embora as pessoas vissem o que estava acontecendo, ninguém teve coragem suficiente para socorrer o profeta Muhammad.  Quando Abu Bakr entrou na Caaba e viu o que estava acontecendo com seu amigo, correu e lutou com o agressor.

Uma história que vem de Ali ibn Abu Talib resume a reputação de Abu Bakr como uma pessoa capacitada e calma que nunca colocou suas próprias necessidades em primeiro lugar e era devotado ao Islã e seu mensageiro, o profeta Muhammad.  Quando Ali foi o líder os muçulmanos, muitos anos depois das mortes do profeta Muhammad e de Abu Bakr, fez um discurso no qual perguntou à audiência: "Quem é o homem mais corajoso no Islã?"  A audiência respondeu: "Você! Ameer Al Mumineen (líder dos crentes)". Ali tinha uma grande reputação como guerreiro e combatente corajoso.  Ele olhou para os homens sentados diante dele e disse: "É verdade que nunca enfrentei um oponente e perdi, mas não sou o mais corajoso.  Essa honra pertence a Abu Bakr."

Ali prosseguiu relatando que na batalha de Badr, a primeira batalha que a nação muçulmana em formação enfrentou, os muçulmanos se recusaram a deixar o profeta Muhammad na linha de frente e, ao invés disso, construíram um abrigo para ele na retaguarda.  Foi perguntado aos homens quem era voluntário para guardar o profeta, mas ninguém se apresentou, exceto Abu Bakr.  O profeta Muhammad ficou no abrigo por algum tempo, orando pelo sucesso de sua pequena nação, e Abu Bakr pode ser visto caminhando de um lado para o outro, sua espada desembainhada, pronto para repelir qualquer ameaça a seu amado companheiro.

Mais tarde na batalha, o profeta Muhammad liderou o batalhão central e Abu Bakr no flanco direito.  Eram amigos unidos em todas as circunstâncias, em tempos de facilidade e dificuldade.  Abu Bakr é um exemplo de homem corajoso, preparado para usar sua riqueza, habilidades e força a serviço do Islã e pronto para dar sua vida por Deus ou para proteger o mensageiro de Deus.

Palavras de louvor

Ali ibn Abu Talib fez a oração do funeral de Abu Bakr.  As passagens a seguir são apenas uma pequena amostra de suas palavras para louvar o companheiro mais próximo do profeta Muhammad.

"Você o apoiou quando outros o desertaram e permaneceu firme ajudando-o nos infortúnios quando outros tinham retirado o apoio.

Tinha a voz mais baixa, mas a distinção mais alta.  Sua conversa era a mais exemplar e seu raciocínio o mais justo. Seu silêncio era o mais longo e seu discurso o mais eloquente.  O mais bravo entre os homens e bem informado sobre as questões, sua ação foi dignificada."  Assim era Abu Bakr, o protetor.



Notas de rodapé:

[1] Saheeh Al-Bukhari

[2] Saheeh Al-Bukhari

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