A Autoria do Alcorão (parte 1 de 3): As Palavras de um Humano?
Descrição: Uma análise sobre se o Alcorão pode ter sido escrito pelo próprio Muhammad.
- Por iiie.net (editado por IslamReligion.com)
- Publicado em 04 Jan 2009
- Última modificação em 27 Jan 2014
- Impresso: 623
- 'Visualizado: 28,009 (média diária: 5)
- Classificado por: 132
- Enviado por email: 0
- Comentado em: 0
Embora esteja provado que o texto do Alcorão permaneceu intacto até hoje, como podemos estar certos de que as palavras realmente se originaram de Deus e não de alguma outra fonte? Isso nos leva a olhar para a autenticidade, autoridade ou fonte do Alcorão.
Com relação à autoria do Alcorão, os muçulmanos acreditam que ele foi revelado verbatim (ou seja, palavra por palavra) por Deus, a Muhammad, que Deus o exalte. Os não-muçulmanos, entretanto, que não concordam com essa opinião, não discordam dos muçulmanos com relação ao fato de que, pelo menos, o primeiro a recitar o Alcorão ter sido Muhammad, um árabe de Meca no século 7 E.C e de, como provado acima, não ter havido mudanças nos registros de suas recitações desde então.
A reivindicação dos muçulmanos de “evidência interna” para a autoria divina do Alcorão, ou seja, as declarações em relação a isso no próprio Alcorão (versículos 4:82; 6:19; 6:92; 27:6; 45:2, etc.), é compreensivelmente vista com ceticismo, já que praticamente qualquer um pode citar passagens de sua escritura para reivindicar que a escritura em questão é revelação de Deus. Nós somos forçados pela razão e objetividade a procurar em outro lugar por “evidência externa” da fonte ou autoridade divina do Alcorão.
A estrutura proposta para a apresentação dessa “evidência externa” é um processo de eliminação, através do qual nós obteremos a resposta da questão – “Quem é o autor do Alcorão?” - ao eliminar todas as respostas alternativas a essa questão que são definitivamente implausíveis. Em outras palavras, o autor ou fonte definitivo ou (pelo menos) mais provável do Alcorão é identificado pela eliminação de candidatos alternativos inaceitáveis.
Existem várias opiniões contraditórias mantidas por alguns não-muçulmanos como a fonte do Alcorão. A lista a seguir de “possíveis” autores reflete as teorias principais:
1) Muhammad.
2) Algum outro poeta(s), erudito(s), etc., árabe.
3) Algum erudito(s), ou poeta(s) ou personalidade(s) religiosa(s) não-árabe.
4) Monges ou rabinos (ou seja, fontes bíblicas ou judaico-cristãs).
5) Satanás (ou outro “espírito” ou “alienígena” enganador, etc.).
6) Deus.
Nós podemos começar a examinar a partir de um estudo detalhado do Alcorão e da história o quão plausíveis são essas teorias.
Muhammad: Iletrado e Não Instruído
O fato de que Muhammad não podia nem ler nem escrever (Alcorão 29:48) é bem conhecido e não é contestado nem mesmo por historiadores contemporâneos e atuais não-muçulmanos. Ele não recebeu qualquer tipo de ensino. Ele nunca foi conhecido por compor poesia ou prosa. O Alcorão, com suas leis abrangentes e livre de todas as inconsistências, tem sua grandeza reconhecida até por eruditos não-muçulmanos.[1] O seu conteúdo trata de legislação religiosa, política, econômica e social, história, opiniões sobre o universo, coisas vivas, pensamento, transações humanas, guerra, paz, casamento, adoração, negócios e tudo relacionado à vida – sem princípios contraditórios. O Alcorão nunca foi editado ou revisado já que nunca precisou de revisão ou correção. Como assuntos tão vastos foram expostos com tal precisão por um árabe do século 7 sem educação formal ou mesmo a habilidade de ler o escasso material que podia haver sobre esses assuntos em seu ambiente? Onde e quando a história produziu um autor iletrado de uma escritura como essa?
A Integridade Conhecida de Muhammad
A sinceridade, autenticidade e integridade de Muhammad eram tão bem conhecidas que ele até tinha o apelido de “Al-Amin” (O Confiável) em sua comunidade pré-islâmica. Nem uma única mentira dita por ele foi registrada, e muitos orientalistas ocidentais modernos já admitiram que ao contrário de qualquer fraude deliberada, é inegável que o Profeta tinha uma convicção profundamente sincera de que o que foi revelado a ele veio do próprio Deus. [2]
Se sua integridade estivesse em questão, e se ele supostamente tivesse sido motivado pelo desejo de glória pessoal ao produzir o Alcorão, por que então ele negaria a autoria e ao contrário alegasse que veio de Deus, especialmente quando os pagãos de Meca tinham reconhecido que ninguém poderia produzir essa escritura (Alcorão 2:23-24, 17:88, etc.), mas somente se maravilhar com ela? Seus inimigos até ofereceram a ele o reinado sobre Meca e quaisquer riquezas que ele desejasse se ele parasse de recitar. Se fosse verdade que ele desejava sua glória pessoal e liderança, por que ele declinaria a oferta quando ela lhe foi apresentada e preferiria viver uma vida de humildade, simplicidade, perseguição, sanções e até ataques hostis por aqueles que se sentiram ameaçados pela Mensagem do Deus Único?
Além disso, o quão razoável é acreditar que o iletrado Muhammad fosse o autor do Alcorão para benefício pessoal e então dentro do Alcorão se corrigir e se reprovar? Por exemplo:
“Tornou-se austero e voltou as costas quando o cego foi ter com ele...” (Alcorão 80:1-2)
E também,
“…temais, acaso, mais as pessoas, sabendo que Deus é mais digno de que O temas?” (Alcorão 33:37)
Existem outros versículos aos quais podemos nos referir, como o capítulo 18, versículo 23-24, e outros. Por que ele se embaraçaria quando ele poderia simplesmente omitir ou modificar favoravelmente tais versículos no Alcorão? Eles certamente não o favoreciam se seus objetivos fossem poder e prestígio. A existência de tais versículos apenas provam que Muhammad era de fato um sincero e verdadeiro Mensageiro de Deus!
Footnotes:
[1] Ver Fredrick Denny, Islam, NY: Harper & Row, 1987, p.88; Dr. Maurice Bucaille, The Bible, the Quran and Science, Indianapolis: American Trust Publications, 1983, p.163; e H.A.R. Gibb, Wither Islam, NY: A.M.S. Press, 1932, p.350; etc.
[2]Ver, por exemplo, H.A.R. Gibb, Mohammedanism, Londres: Oxford University Press, 1962, p.25
Adicione um comentário