Noor, ex-hindu, Reino Unido (parte 1de 2)
Descrição: Refletir sobre a condição das mulheres na sociedade de hoje leva Noor a aceitar o Islã.
- Por Noor
- Publicado em 04 Nov 2013
- Última modificação em 04 Nov 2013
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Vim de uma família puramente hinduísta em que sempre fomos ensinados a nos considerarmos (ou seja, as mulheres) como seres que no fim seríamos casadas, teríamos filhos e serviríamos o marido - fosse ele gentil ou não. Além disso, achava que havia muitas coisas que realmente oprimiam as mulheres, como:
Se uma mulher enviuvasse, devia usar sempre um sari branco, fazer refeições vegetarianas, cortar o cabelo curto e nunca voltar a se casar. A noiva tinha que pagar um dote à família do marido. E o marido podia pedir qualquer coisa, sem levar em consideração se a noiva teria dificuldade em dar o que foi pedido.
E não apenas isso, mas se, depois do casamento, ela não fosse capaz de pagar o dote integral, seria emocional e fisicamente torturada e podia terminar sendo uma vítima da “morte da cozinha”, na qual o marido ou a sogra e o marido, tentam colocar fogo na esposa enquanto ela cozinha ou está na cozinha, tentando fazer parecer um acidente fatal. Cada vez mais casos como esse estão ocorrendo. A filha de uma amiga de meu pai teve esse destino no ano passado!
Além de tudo isso, os homens no Hinduísmo são tratados literalmente como se estivessem entre os deuses. Em uma das celebrações religiosas hindus as meninas solteiras oram para e adoram um ídolo que representa um deus em particular (Shira), para que tenham maridos como ele. Até minha própria mãe me pediu para fazer isso. Isso me fez ver que a religião Hinduísta, baseada em superstições e coisas sem prova manifesta, meramente composta de tradições que oprimiam as mulheres, não podia estar certa.
Subsequentemente, quando vim para a Inglaterra estudar, pensei que pelo menos esse é um país que dá direitos iguais a homens e mulheres e não as oprime. Todos temos liberdade de fazer o que quisermos, pensei. Bem, comecei a encontrar pessoas e fazer amigos, aprender sobre essa nova sociedade e ir a todos os lugares que meus amigos iam, para me “socializar” (bares, boates, etc.) e percebi que essa “igualdade” não era na prática o que consta na teoria.
Aparentemente as mulheres recebem direitos iguais em educação, trabalho e assim por diante, mas na realidade as mulheres continuam a ser oprimidas de uma maneira diferente e mais sutil. Quando fui com meus amigos a esses lugares onde eles se reuniam, vi todos interessados em conversar comigo e pensei que fosse normal. Mas só depois percebi como tinha sido ingênua e reconheci o que essas pessoas realmente estavam procurando. Logo comecei a me sentir desconfortável, como se não fosse eu mesma: Tinha que me vestir de certa forma para que as pessoas gostassem de mim, e tinha que falar de certa maneira para agradá-las. Cada vez me sentia mais desconfortável, cada vez me sentia menos eu mesma e ainda assim não conseguia sair daquilo. Todos diziam que estavam se divertindo, mas não chamo isso de diversão.
Acho que as mulheres nesse tipo de vida são oprimidas: têm que se vestir de certa forma para agradar e parecer cada vez mais atraentes e também falar de certa forma para que as pessoas gostem delas. Durante essa época não tinha pensado sobre o Islã, apesar de ter alguns conhecidos muçulmanos. Mas sentia que realmente tinha que fazer algo para encontrar alguma coisa com a qual ficasse feliz, segura e me sentisse respeitada. Algo para acreditar que seja a crença correta, porque todos têm uma crença com a qual vivem de acordo. Se debochar dos outros for a convicção de alguém, eles debocham. Se ganhar dinheiro for a convicção de alguém, fazem de tudo para alcançá-lo. Se acreditam que beber é uma forma de curtir a vida, então bebem. Mas sinto que isso não leva a nada; ninguém está realmente satisfeito e o respeito que as mulheres procuram está diminuindo dessa forma.
Noor, ex-hindu, Reino Unido (parte 2de 2)
Descrição: Noor explica como o Islã elevou o status dela como mulher.
- Por Noor
- Publicado em 04 Nov 2013
- Última modificação em 04 Nov 2013
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Nesses dias de uma suposta “sociedade de direitos iguais”, espera-se que você tenha um namorado (ou você é estranha!) e não seja virgem. Isso é uma forma de opressão, mesmo que algumas mulheres não percebam. Quando vim para o Islã, era óbvio que tinha finalmente encontrado segurança permanente. Uma religião, uma crença que era tão completa e clara em todos os aspectos da vida. Muitas pessoas têm uma concepção errônea de que o Islã é uma religião opressora, na qual as mulheres são cobertas da cabeça aos pés e não têm liberdade ou direitos. De fato, as mulheres no Islã têm mais direitos e tem sido assim pelos últimos 1.400 anos comparado com os direitos dados apenas recentemente às mulheres não muçulmanas em algumas sociedades ocidentais e outras sociedades. Mas existem, mesmo agora, sociedades nas quais as mulheres continuam a ser oprimidas como mencionei antes em relação às mulheres hinduístas.
As mulheres muçulmanas têm o direito à herança. Têm direito a gerir seu próprio comércio e negócios. Têm direito pleno à propriedade e a dispor de sua riqueza, sobre a qual o marido não tem direito algum. Têm direito à educação, direito de recusar um casamento desde que essa recusa tenha bases razoáveis e justificáveis. O próprio Alcorão, que é a palavra de Deus, contém muitos versículos ordenando os homens a serem gentis com suas esposas e enfatizando os direitos das mulheres. O Islã dá o conjunto de regras certas, porque NÃO são feitas pelos homens, mas por Deus; por isso, é uma religião perfeita.
Frequentemente perguntam às muçulmanas por que estão cobertas da cabeça aos pés e lhes dizem que isso é opressão - não é. No Islã, o casamento é uma parte importante da vida, a base da sociedade. Consequentemente, uma mulher não deve ficar se expondo para todos, apenas para o marido dela. O homem também não pode mostrar certas partes do corpo a ninguém, exceto sua esposa. Além disso, Deus ordenou às muçulmanas se cobrirem para sua modéstia:
“Ó Profeta! Dize a tuas esposas, tuas filhas e às mulheres dos crentes que (quando saírem) se cubram com as suas mantas; isso é mais conveniente, para que distingam das demais e não sejam molestadas.” (Alcorão 33:59)
Se olharmos ao nosso redor em qualquer outra sociedade, constatamos que na maioria dos casos as mulheres são atacadas e molestadas por causa da forma como se vestem. Outro ponto que gostaria de comentar é que as normas e regulamentações estabelecidos no Islã por Deus não se aplicam apenas às mulheres, mas aos homens também. Não há mistura entre homens e mulheres para o benefício de ambos. O que Deus ordena é correto, saudável, puro e benéfico para a humanidade; não há dúvida sobre isso. Um versículo no Alcorão explica esse conceito claramente:
“Dize às crentes que recatem os seus olhares, conservem os seus pudores e não mostrem os seus atrativos, além dos que (normalmente) aparecem...” (Alcorão 24:31)
Quando coloquei meu hijab (véu), estava feliz em fazê-lo. De fato, queria fazê-lo. Quando coloquei meu hijab senti um grande sentido de satisfação e felicidade: satisfeita de ter obedecido ao mandamento de Deus e feliz com o bem e as bênçãos que vieram com ele. Tenho me sentido segura e protegida. De fato as pessoas me respeitam mais por isso. Pude realmente ver a diferença no comportamento em relação a mim.
Finalmente, gostaria de dizer que não aceitei o Islã cegamente ou sob qualquer compulsão. No próprio Alcorão existe um versículo no qual se lê:
“... Que não haja compulsão na religião...” (Alcorão 2:256)
Aceitei o Islã com convicção. Vi os dois lados da história. Conheci e experimentei o outro lado e sei que fiz a coisa certa. O Islã não oprime as mulheres, mas as libera e dá o respeito que merecem. O Islã é a religião que Deus escolheu para toda a humanidade. Aqueles que o aceitam são verdadeiramente liberados das algemas e correntes da humanidade, que regula e legisla a opressão de um grupo sobre o outro e a exploração e opressão de um sexo sobre outro. Não é esse o caso do Islã, que verdadeiramente libera as mulheres e dá a elas uma individualidade que não é dada por nenhuma outra autoridade.
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