O Milagroso Alcorão (parte 5 de 11): A Excelência de seus Ensinamentos I
Descrição: O próprio Alcorão contém provas para sua verdade e seus ensinamentos são claros e fazem sentido. Ele não requer uma “dose de fé” para acreditar. E também um olhar na acusação de que Muhammad tomou emprestado ou roubou de outras religiões, em particular, os cristãos e os judeus.
- Por Jamaal al-Din Zarabozo (IslamReligion.com)
- Publicado em 09 Mar 2009
- Última modificação em 18 Mar 2009
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Eu estava muito impressionado com os ensinamentos do Alcorão sobre Deus e o achei diferente de qualquer outra escritura que tinha estudado. Isso mais uma vez me provou que essa escritura era livre de qualquer interpolação humana. Eu também estava muito impressionado com a forma como ele tratava a crença em Deus em particular, e seu sistema de crenças como um todo.
Deixem-me explicar o que eu quero dizer com isso.
Sem Dose de Fé
Vindo de um histórico cristão, eu experimentei o que muitos experimentaram em relação a questões de crença e como entendê-las. Era virtualmente impossível obter respostas diretas de pastores e sacerdotes com relação aos fundamentos das crenças cristãs. A realidade é que os conceitos de crença foram destinados a serem um “mistério” e a crença no que não se pode verdadeiramente compreender era o que provava a fé de uma pessoa.
Essa abordagem simplesmente não se adequava a mim e eu a considerava, e continuo considerando, ilógica. Não parece que a verdade como revelada pelo Deus Misericordioso e Sábio, que deu tantos sinais maravilhosos na criação, deveria levar alguém a dizer, como o sacerdote Tertuliano da Igreja Norte-Africana do século 2: credo quia absurdum est (creio porque é absurdo). A religião não deve ser simplesmente “baseada na fé” – uma dose de fé. De fato, deve ser primeiro “baseada em conhecimento”, para que ambos, o coração e a mente, encontrem conforto nela e se submetam a ela com resolução firme. E foi isso que encontrei no Islã.
Você deve se lembrar que o Profeta Muhammad, que Deus o exalte, primeiro encontrou um povo que estava engajado em idolatria. Além disso, eles, em geral, não acreditavam na Outra Vida. Alguns deles, parece, não tinham uma percepção clara do Ser Supremo.
Foi nesse ambiente que o Alcorão foi revelado. O Alcorão não deu a eles simplesmente uma ordem para acreditar. Não, de fato! O Alcorão deu a eles prova após prova, lição após lição, sinal após sinal que deveriam fazer qualquer um acreditar que há um Criador e que o Criador criou os humanos e tudo desse maravilhoso Universo em funcionamento com um propósito, já que Ele não é um Criador tolo ou ignorante.
Conseqüentemente, o Alcorão está repleto de passagens exigindo que os humanos pensem. Em essência a mensagem foi essa: Allah sabe que se os humanos usarem suas capacidades mentais adequadamente, eles reconhecerão a verdade que Allah está dizendo no Alcorão. De fato, o Islã ensina que o reconhecimento desses fatos é inato dentro das almas dos humanos.
O fato é que a crença de alguém em Allah, no Alcorão e no Profeta Muhammad não é baseada em mera emoção ou em uma dose cega de fé. É baseada em razões e evidências reais.
Vindo de onde eu vim, essa audácia em propagar a crença e o desafio aos humanos para pensarem e ponderarem era milagroso.
Roubando de Cristãos e Judeus
Um conceito que muitos dos escritores não-muçulmanos alegavam era que o Profeta Muhammad, que Deus o exalte, simplesmente roubou a maioria de seus ensinamentos dos judeus e cristãos. Veja, por exemplo, o título do livro de Bell, The Origin of Islam in its Christian Environment (A Origem do Islã em seu Ambiente Cristão, em tradução livre) – que, a propósito, se você disser a qualquer árabe que o Islã se desenvolveu em um ambiente cristão, será realmente um choque para ele!
Eu reconheço que existem duas possibilidades:
(1) o Profeta Muhammad roubou seu material ou
(2) a revelação recebida era do mesmo Deus que enviou Moisés, Jesus e os profetas anteriores, como o próprio Profeta Muhammad alegou. Se for a última, explicaria por que existem tantas sobreposições nos ensinamentos e na mensagem. O mesmo Deus enviou os profetas anteriores e está simplesmente recontando suas histórias novamente na nova revelação.
Entretanto, eu comecei imediatamente a notar algumas diferenças evidentes entre o Alcorão e a Bíblia, até com respeito aos ensinamentos sobre Deus. Se o Profeta Muhammad estava “editando” o que ele ouvia da Bíblia – e a propósito, naquela época, não havia Bíblia disponível em árabe - então ele estava fazendo um excelente trabalho.
Eu descobri que os ensinamentos estranhos sobre Deus que se encontram ao longo da Bíblia estão completa e inequivocamente ausentes do Alcorão.
Em nome da brevidade, serão dados apenas um poucos exemplos para ilustrar esse ponto.
Na Nova Versão Internacional de Gênesis 3:8-11, se lê:
8 E o homem e sua mulher ouviram o som do SENHOR Deus, que passeava no jardim no frescor do dia; e esconderam-se da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim. 9 E chamou o SENHOR Deus a Adão, e disse-lhe: “Onde estás?” 10 E ele disse: “ Te ouvi no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me.” 11 E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses?”
Aqui, Deus é retratado como andando no jardim no frescor do dia. O que é mais espantoso é que Adão e Eva foram capazes de se esconder de Deus e Ele teve que perguntar “Onde estás?” Se um humano é capaz de se esconder Dele no jardim, como é que o Senhor terá conhecimento dos pecados que as pessoas cometem? Seria difícil para qualquer humano desenvolver em seu coração o tipo de amor e temor de Deus que ele deve ter quando acredita que seu Deus é tão fraco e imperfeito que um evento como esse poderia acontecer.
Em Gênesis 32: 24-28,[1] existe a história e a descrição literal de Jacó lutando com e derrotando Deus. No verso 28, ele diz: “Tu [Jacó] lutaste com Deus e com homens, e prevaleceste.” Em outras palavras, o criador do universo a quem a humanidade deve adorar e se submeter foi derrotado por um mero mortal em um jogo de luta.
O Velho Testamento até retrata Deus como aquele que teve a intenção de fazer o mal mas se arrepende. Êxodo 32:14 afirma: “E o Senhor se arrependeu do mal que ele pensou em fazer às pessoas” (Versão do Rei James). Não seria surpresa se alguém se afastasse de Deus e não O considerasse merecedor de adoração, se Ele próprio tem que se arrepender de Seu próprio mal.[2]
Footnotes:
[1] Na Nova Versão do Rei James se lê: 24 Jacó, porém, ficou só; e lutou com ele um Homem, até a aurora. 25 E vendo Este que não prevalecia contra ele, tocou a juntura de sua coxa, e se deslocou a juntura da coxa de Jacó, lutando com Ele. 26 E Ele disse, “Deixa-me ir, porque a aurora já chegou.” Mas ele disse, “Não te deixarei ir, se não me abençoares!” 27 Então Ele disse, “Qual é o teu nome?” E ele disse, “Jacó.” 28 E Ele disse, “Teu nome não será mais Jacó, mas Israel; pois lutaste com Deus e com os homens, e prevaleceste.”
[2] Claro, isso requer a pergunta de para quem Deus devia se arrepender.
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