O que o Islã diz sobre as crianças (parte 3 de 5): Dando as boas-vindas a um recém-nascido

Classificação:
Tamanho da fonte:
A- A A+

Descrição: As tradições autênticas do profeta Muhammad beneficiam as crianças e a comunidade.

  • Por Aisha Stacey (© 2014 IslamReligion.com)
  • Publicado em 22 Sep 2014
  • Última modificação em 22 Sep 2014
  • Impresso: 40
  • 'Visualizado: 42,235 (média diária: 11)
  • Classificação: nenhum ainda
  • Classificado por: 0
  • Enviado por email: 0
  • Comentado em: 0
Pobre Melhor

     What_Islam_says_about_Children_(part_3_of_5)_por-BR_001.jpgUma das obrigações mais importantes no Islã é que os pais amem e criar seus filhos.  As crianças têm o direito de serem protegidas e de aprender como adorar e obedecer a Deus.  Como discutido anteriormente, os direitos das crianças começam antes de sua concepção e nascimento e Deus alerta a humanidade para se proteger e às suas famílias contra o tormento do fogo.

"Ó vós que credes! Guardai-vos a vós mesmos e a vossas famílias do Fogo, cujo combustível são homens e pedras." (Alcorão 66:6)

O nascimento de uma criança, menino ou menina, é motivo para grande celebração.  No Islã existe certa etiqueta para dar as boas-vindas à criança na família e na comunidade.  Há vários rituais recomendados nas tradições autênticas do profeta Muhammad, que Deus o exalte, feitas para assegurar que o recém-nascido seja recebido de maneira adequada pela sociedade muçulmana.  Entretanto, a ausência de todas ou algumas dessas ações recomendadas não nega nenhum dos direitos das crianças no Islã. 

É recomendado que seus pais ou cuidadores façam tahneek e orem pelo recém-nascido.  Tahneek significa colocar algo doce como tâmaras ou mel na boca da criança.  Um dos companheiros do profeta, Abu Musa, que Deus esteja satisfeito com ele, disse: "Tive um filho e o trouxe ao profeta.  Ele lhe deu o nome de Ibrahim, fez tahneek com uma tâmara, orou a Deus para que o abençoasse e o devolveu a mim."[1]

O destacado sábio muçulmano Imam an Nawawi disse que é recomendado fazer o tahneek com tâmaras para a criança recém-nascida. Se não for possível, usar um tipo de doce semelhante. A tâmara deve ser mascada até que fique macia o suficiente para que o bebê a sugue com facilidade.

As palavras do chamado para a oração frequentemente são recitadas no ouvido direito do recém-nascido logo após o nascimento.  A primeira coisa que a criança ouve nesse mundo são as palavras de submissão ao Deus Único.  Foi relatado que um dos companheiros do profeta o viu dizer o chamado para a oração no ouvido direito de seus netos recém-nascidos.[2]  O recém-nascido tem direito a receber um bom nome.  Os nomes são importantes. O nome de uma pessoa transmite significado e se torna um símbolo daquela pessoa.  É recomendado que a criança receba um nome no sétimo dia após o nascimento. Entretanto, o sábio muçulmano Ibn al Qayyim disse que a questão era "ampla em escopo" e que era permitido dar nome à criança após o nascimento ou no sétimo dia, ou em qualquer período antes ou após esses dias.[3]

 É usual que o pai escolha o nome da criança, mas os sábios recomendam que os pais escolham o nome juntos.  O mais importante é que a criança receba um bom nome, como ‘Abd-Allah ou ‘Abd al-Rahmaan. O profeta Muhammad, que Deus o exalte, disse: "Os nomes mais amados para Deus são Abd-Allaah (servo de Deus) e ‘Abd al-Rahmaan (servo do Misericordioso).[4] Também é recomendado que a criança receba o nome dos profetas ou de predecessores virtuosos.  O profeta Muhammad deu ao seu próprio filho o nome de Ibrahim, por causa do profeta Ibrahim.  Ele disse: "Uma criança nasceu para mim na noite passada e deu a ele o nome de meu pai Ibrahim."[5]

É proibido usar nomes que pertençam somente a Deus, como al-Khaaliq (o Criador) e al-Qudus (o Mais Sagrado) ou nomes que não se adequam a ninguém mais além de Deus, como Malik al-Mulook (Rei dos Reis).  Também é proibido usar nomes que implicam servidão a qualquer um ou qualquer coisa além de Deus, como ‘Abd al-‘Uzza (servo de al-Uzza - uma deusa pagã), Abd al-Kabah (servo da Caaba), Abd al-Daar (servo da Casa).

Não é bem visto dar nomes que tenham significados ruins, de mau gosto, que soem estranhos, façam com que outras pessoas debochem de quem o carrega ou causem embaraço.  Também é melhor não usar nomes associados com pecadores ou tiranos.  Alguns sábios também não aprovam dar nome de anjos ou de capítulos do Alcorão. Os nomes têm significados explícitos e implícitos e eles terão efeito sobre a criança para o bem ou para o mal.  Os pais devem ter muito cuidado ao escolher um nome apropriado para seu recém-nascido.

No Islã é recomendado que os pais observem o nascimento de um filho com uma oferta conhecida como aqeeqah. Quando uma criança nasce é comum que a família abata  um ou dois carneiros e convide os parentes e vizinhos para uma refeição, para permitir que a comunidade compartilhe do evento feliz. 

 Embora uma aqeeqah não seja obrigatória, ela contém muitos benefícios.  Ibn al-Qayyim disse que a aqeeqah é um sacrifício através do qual a criança é aproximada de Deus logo após chegar a esse mundo, um sacrifício por meio do qual o recém-nascido é resgatado, assim como Deus resgatou Ismael com o cordeiro[6]  e é a reunião de parentes e amigos para a waleemah (festa).

Um dos rituais para o recém-nascido e parte dos direitos das crianças é a circuncisão. É obrigatório que os meninos sejam circuncisados.  O Profeta Muhammad, que Deus o exalte, disse que cinco coisas são parte da natureza inerente das pessoas.  São elas raspar o pelo púbico, a circuncisão, aparar o bigode, remover os pelos das axilas e cortar as unhas.[7]  Essas coisas estão relacionadas com a pureza e condições essenciais da oração e implicam submissão completa à vontade de Deus.

Das tradições autênticas do profeta Muhammad vem que o cabelo do recém-nascido deve ser raspado e dado em ouro ou prata para caridade o equivalente ao peso do cabelo.[8] É suficiente estimar o peso e dar a quantia equivalente em moeda corrente.

Receber o recém-nascido na família e na comunidade é mais que uma celebração. Os direitos e rituais realizados servem para lembrar aos crentes que as crianças têm direitos no Islã.  Se os pais estiverem vivos ou mortos, presentes ou ausentes, conhecidos ou não, a criança tem o direito de ser cuidada e educada com segurança, cercada pelo amor e leis de Deus.  Na próxima semana descobriremos e exploraremos os direitos das crianças enquanto crescem para a vida adulta.



Notas de rodapé:

[1] Saheeh Al-Bukhari, Saheeh Muslim.

[2] At-Tirmidhi

[3] Tuhfat al-Mawlood, p. 111

[4] Saheeh Muslim

[5] Ibid

[6] Tuhfat al-Mawlood, p. 69

[7] Saheeh Al-Bukhari, Saheeh Muslim.

[8] At-Tirmidhi

Pobre Melhor

Partes deste Artigo

Visualizar todas as partes juntas

Adicione um comentário

  • (Não é mostrado ao público)

  • Seu comentário será analisado e publicado dentro de 24 horas.

    Campos marcados com um asterisco (*) são obrigatórios.

Outros Artigos na Mesma Categoria

Mais visualizados

Diariamente
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
Total
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)

Favorito del editor

(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)

Listar conteúdo

Desde sua última visita
Esta lista no momento está vazia.
Todos por data
(Leia mais...)
(Leia mais...)

Mais populares

Melhores classificados
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
Mais enviados por email
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
Mais impressos
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
Mais comentados
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)

Seus Favoritos

Sua lista de favoritos está vazia. Você pode adicionar artigos a esta lista usando as ferramentas do artigo.

Sua História

Sua história está vazia.

Minimize chat