Muhammad: Um homem que se superou em todos os papéis (parte 2 de 2): Cumprindo sua missão de uma maneira excelente
Descrição: Um breve olhar em alguns dos papeis nos quais o profeta Muhammad se superou, inclusive de líder religioso, estadista e professor.
- Por Aisha Stacey (© 2017 IslamReligion.com)
- Publicado em 15 May 2017
- Última modificação em 15 May 2017
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Na parte um vimos o início da vida do profeta Muhammad para ver o que fez dele um homem admirado por milhões ao longo dos séculos e em todo o mundo. Agora examinaremos alguns dos papeis que ele assumiu e se superou, para o benefício de sua comunidade emergente e como misericórdia para a humanidade. Antes de morrer o profeta Muhammad, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, foi um líder de um estado unificado em expansão e, apesar disso, viveu de maneira simples e se preocupou principalmente em completar sua missão e adorar a Deus. Os papeis que assumiu e os mais mencionados nos livros, artigos e palestras sobre o profeta Muhammad, sempre são secundários ou são consequência de sua missão de propagar o Islã.
O profeta Muhammad era acima de tudo um líder religioso. Uma definição de um profeta é "aquele que proclama ideias centrais para a experiência humana"[1], com atenção para uma época e lugar particulares. Foi dito que a marca de um grande profeta é a atração profunda por suas ideias por parte daqueles aos quais elas foram dirigidas. 1.400 anos antes disso ser escrito, o profeta Muhammad exibia essas qualidades.
O profeta Muhammad se superou no papel de professor. Foi escolhido por Deus para ser o professor dos muçulmanos e recebeu a responsabilidade de recitar e transmitir a mensagem para toda a humanidade. Ser um professor requer habilidades especiais. O profeta Muhammad era um professor sob muitas circunstâncias diferentes, com todos os níveis de alunos. Compreendia a importância da educação e até permitia que alguns prisioneiros de guerra assegurassem a liberdade ensinando os iletrados entre seus seguidores a ler e escrever.[2] Sua amada esposa Aisha disse: "O caráter dele era apenas (um reflexo) do Alcorão."[3] Ele o ensinava e vivenciava. O profeta Muhammad ensinou os fundamentos do Islã e, ao mesmo tempo, foi um modelo. Sua vida pessoal complementava seus ensinamentos.
Ó Mensageiro, proclama o que te foi revelado por teu Senhor, porque se não o fizeres, não terás cumprido a Sua Missão. Deus te protegerá dos homens, porque Deus não ilumina os incrédulos. (Alcorão 5:67)
Fiel à sua aliança com Deus, o profeta Muhammad transmitiu o texto do Alcorão e interpretou-o, e foi seu entendimento da revelação que formou a base de todas as ciências islâmicas. Fundou uma nova comunidade espiritual e religiosa, ensinou muitos seguidores e criou meios para a transmissão continuada do Islã. O profeta Muhammad foi, por todos os padrões, um líder religioso excelente. O sucesso do profeta Muhammad como profeta e líder religioso é descrito nas palavras de W. Montgomery Watt: "... pela graça de Deus foi capacitado a prover milhões de homens com uma religião melhor do que a que tinham antes de testemunhar que não há divindade a não ser Deus e que Muhammad é o mensageiro de Deus."[4]
O profeta Muhammad usou a estrutura conceitual encontrada no Alcorão para fundar uma comunidade ativa. Organizou uma sociedade muçulmana na pequena cidade que se tornou conhecida como Medina. O profeta Muhammad não era apenas um profeta e líder religioso. Agora era também um estadista. O dicionário Merriam Webster define um estadista como alguém versado nos princípios ou arte de governar e um líder político sábio, habilidoso e respeitado. Esse foi um papel no qual o profeta Muhammad se superou. Traduziu a lei de Deus em lei de estado, cujo primeiro exemplo foi a constituição de Medina. As políticas e instituições que estabeleceu em Medina permitiram à inicialmente pequena comunidade se tornar o coração de um estado magnífico. A nação muçulmana se expandiu com velocidade notável porque seu líder notável construiu uma sociedade baseada nos conceitos islâmicos de justiça e tolerância.[5]
O profeta Muhammad não alcançou isso sozinho. Ele se cercou de pessoas capazes e confiáveis. Ele se superou no papel de administrador e praticou a arte de delegar. Compreendia a dinâmica social e sempre foi capaz de escolher a pessoa certa para o trabalho em questão. Era conhecido por ser criativo politicamente nas áreas de solução de conflitos e diplomacia. Desenvolveu uma rede de inteligência sofisticada para acompanhar os assuntos políticos e militares nas regiões vizinhas à sua nova nação. Usou essa inteligência para fazer julgamentos corretos e baseados em fatos. Foi a implementação de políticas sólidas por parte do profeta Morte que capacitou a nação emergente a suportar o choque de sua morte.
O profeta Muhammad usou sua compreensão notável de assuntos internacionais para negociar tratados e resoluções que foram benéficas para a nação muçulmana, até abrindo mão de pequenas considerações militares para fortalecer posições políticas a longo prazo. O "menino tímido pastor de ovelhas" tinha se transformado em um dos generais mais eficientes da história. Ele se superou na liderança militar. No curto espaço de tempo de apenas dez anos o profeta Muhammad lutou oito grandes batalhas. Transformou tanto seus exércitos e o combate militar da Arábia que seus sucessores foram capazes de derrotar os exércitos da Pérsia e Bizâncio para estabelecer o califado do Islã.[6]
O papel mais importante do profeta Muhammad foi transmitir a mensagem do Islã, de que Deus é Único, sem parceiros, filhos ou filhas, e somente Ele merece adoração. Ele se superou nesse papel e em muitos outros, embora fosse completamente humano, com limitações humanas normais. Era um estadista, administrador, diplomata, professor, líder militar e reformador. O profeta Muhammad foi um homem que se superou em muitos papéis.
Notas de rodapé:
[1] W. Montgomery Watt. Muhammad: Prophet and Statesman. Oxford University Press, 1961.
[2] Shirazi, Imam Muhammad. The Prophet Muhammad - A Mercy to the World. Createspace Independent Pub, 2013, p. 74.
[3] Saheeh Muslim
[4] W. Montgomery Watt. Muhammad: Prophet and Statesman. Oxford University Press, 1961 pg. 229.
[5] http://islamoblog.blogspot.com.au/2008/10/prophet-muhammad-pbuh-prophet-or.html
[6] R A Gabriel, 2007, Muhammad: The Warrior Prophet in, MHQ: The Quarterly Journal of Military History.
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